— Contigo… eu quero tudo.Sorrio como uma boba apaixonada, e mais ainda pela minha fruta. Eu precisava estar muito, muito saudável se houvesse crianças no futuro. Jesus me conta mais coisas sobre sua rotina, eu o escuto enquanto preparo o café da manhã. Mas quando termino de fazê-lo, acho estranho que minha mãe não tenha saído do quarto.— Que estranho, minha mãe ainda não acordou…— ¿Você tentou ver se ela saiu do apartamento? — ele sugere.— ¿Para que ela sairia? Fizemos um acordo de que nenhuma de nós deveria sair… Vou verificar.Bato na porta dela, chamo por ela, ela não me responde. Entro, o quarto está vazio, ela não está. Meu celular toca, estou recebendo outra ligação, justamente da minha mãe. Digo a Jesus o que está acontecendo, que já retorno a ligação e atendo minha mãe.— Mãe… por que você saiu sem me avisar? Em que nós combinamos?— Eu gostaria de saber em que vocês combinaram precisamente, Emma.Meu corpo se desfaz imediatamente, não é minha mãe quem ouço, é Mauro. Verifi
— Que mais, além de ficar sozinho durante o debate? Esse era o plano, mostrar que nem sua esposa, nem sua filha o acompanharam desde seus escândalos pelo perigo que ele representa — argumenta Lorenzo.— Preciso ir. Sinto muito, mas preciso fazer isso. O que vocês acham? — proponho.No final, chegamos ao consenso de que Lorenzo me acompanharia junto com sua equipe de segurança, Jesus estaria de olho na oportunidade para tirar minha mãe às escondidas, se necessário, e Sara se ofereceu para irritar Mauro com seu apoio a Isabel.Mas estranhamente Lorenzo a repreendeu, disse que ela parasse de inventar, que não era para isso, e que ficasse com os pais naquela tarde. Aconteceu algo mais estranho, Sara obedeceu, ficou quieta com um bico, e usou a mão para acariciar sua barriga de uma forma… interessante.Era impressão minha ou ela estava com uma barriguinha?……Todo o progresso que eu havia feito nestes dias longe de Mauro e de seus abusos parece estar retrocedendo ao chegar ao auditório do d
Narrado por Emma BianchiOs gritos, a multidão correndo e o pânico geral no auditório desencadearam um inferno neste lugar. Meus olhos não conseguem se separar de Mauro desesperado no chão com o rosto manchado de sangue. Também não consigo evitar ficar parada sem saber o que fazer.— Abaixe-se, não fique em pé — diz Lorenzo, fazendo-me abaixar.Ao fazer isso, percebo que não somos os únicos embaixo, alguns também ficaram esperando que os sons acabassem. Eles acabaram, mas a agitação e o medo não. Não consigo ver bem o quanto de dano fizeram ao meu pai. Os de segurança o esconderam atrás do pódio. Os sons dos tiros pararam.— ¿O que foi isso? — pergunto agitada a Lorenzo.— Seja o que for, não foi fatal — responde ele olhando na direção do palco.Lá vejo que Mauro está se levantando apesar de seus guardas lhe dizerem para não se levantar. Também vejo como minha mãe corre ao ver Mauro no palco. Minha expressão é confusa, pesada e dolorosa. Ela se aproxima dele extremamente preocupada par
— Sim, sim, confirmaremos na delegacia — continua o policial.Como se querem levá-lo, coloco-me no caminho, pedem-me algumas vezes que me afaste, não o faço. Justo quando acho que me tirarão do meio, sua voz me inquieta. A de Mauro.— ¿O que está acontecendo aqui? — ele pergunta, soando como um mártir recém-ressuscitado.O policial resume que tiveram que atirar nas costas do atirador, e que estão acusando Jesus de ser seu cúmplice. Olho impotente para Jesus, não sabia o que ele estava fazendo aqui em cima, quando deveria estar em outra posição, tento fazer contato visual com ele, é inútil, ele não quer me ver.— ¿Você o conhece? Sabe por que ele tentaria contra você?— Infelizmente, sim, conheço. Ele ameaçou minha vida várias vezes, e a de minha filha, por uma obsessão doentia por ela — argumenta Mauro.Jesus levanta o rosto para ele, não consegue conter sua fúria desta vez, e tenta ir para cima dele. Não pode porque está sendo segurado agora entre dois.— Levem-no, antes que seja tard
Se eu tivesse o superpoder de andar pelas paredes, acreditem, eu estaria fazendo isso. Como não fazer? Se Lorenzo foi parar naquele debate político, e Jesus, e Emma. Sei que apoiei o plano, mas o apoiava comigo lá dentro, não isolada na casa dos meus pais esperando notícias e a televisão.Atualmente estão passando as fichas dos candidatos ao governo, já que isso seria televisionado. Enquanto faziam um intervalo disso, faziam também, tomadas do auditório com o público se acomodando para isso. Vejo isso na televisão da sala, já sem unhas e ouvindo minha mãe descer as escadas.— Olha tudo o que eu encontrei, querida — ela exclama.Não paro de olhar a televisão, concentro-me nela. Já estão atrasados.— ¿O que você encontrou? — pergunto ainda focada.— Se você se virasse, perceberia o que sua mãe quer te mostrar.Tenho que me virar a pedido dela, para me surpreender e estranhar em partes iguais. Clara desceu várias caixas velhas e está sentada no sofá abrindo-as. Então, tira de uma delas, u
— Como seja, Louis, você tem que prometer que não vai espalhar a fofoca por aí. Queremos anunciar em melhores momentos, mais tranquilos — afirmo.Meu irmão fecha os lábios e finge que tem um zíper ali. Só me resta confiar nele. E que minha mãe não vai enlouquecer exibindo a notícia, nem querendo recuperar roupas de quando eu era criança para colocar no meu bebê, aquele de quem ainda não sabia o sexo.— Senhorita Sara, estão pedindo para te ver… — Rita, uma das empregadas da casa, se aproxima.Chama minha atenção que ela faça isso com timidez e quase preocupação. Rita era super alegre e adorava falar alto. Também chama minha atenção que seja aqui, na casa dos meus pais, que me procuram.— ¿Quem está me procurando? — pergunto surpresa.— É… é… é…— Sou eu quem te procura, Sara — isso é dito por…Isso é dito por…A bruxa maior. Victoria está entrando muito tranquilamente, sem permissão e se anunciando por conta própria.Victoria não conhecia o respeito, nem a moderação, nem a timidez. Aqu
— Um trapaceiro chamando outra trapaceira — Victoria sorri contida — Não há armadilhas desta vez. Estou me adaptando aos caprichos do meu filho mais velho.A imagem que eu tinha de Victoria era bem definida, uma senhora inflexível e que só cuidava do próprio benefício. O que me faz suspeitar de algo.— ¿Lorenzo sabe que você está aqui? — pergunto.— Não aviso Lorenzo de todos os meus movimentos. Este é um ato de bom coração e aceitação — garante — Meus filhos são o que mais prezo.Ela diz isso último com a língua pensando, já entendi.— ¿Não conseguiu contestar o testamento e os gêmeos não vão te ajudar, certo? — resolvo com facilidade.O rosto de Victoria se contorce de aborrecimento. Fico impressionada com o quão expressivo é para o quão estoica ela costuma ser. Parecia que eu tinha acertado.— Você deve estar gostando disso. Aposto que você e sua mãe vão se achar com o poder de entrar em minhas propriedades para fazer e desfazer, mas não vou deixar — ela fala venenosa — Richard e Ju
Narrado por Lorenzo LewisExplicações que são mentiras óbvias não me agradam. Nem um pouco, mas é isso que Mauro está fazendo. Está tentando me convencer das vantagens que eu teria se ele fosse meu sogro, mas ele comete um deslize em sua atuação.— Você não está falando demais para alguém com esse ferimento? — pergunto, observando seu rosto.É um mistério saber de onde vem o sangue. Mauro se dá conta disso, e se lembra da dor que deveria estar sentindo. Coloca a mão no rosto.— Como não falar, se você planeja deixar escapar todos os projetos que tínhamos juntos? O que vai acontecer com a clínica? Com o futuro de nossos investimentos em conjunto?— Já que ainda não conseguimos comprar os terrenos restantes dos Brown, esse projeto me parece distante. E de qualquer modo... nenhum deles tem você em boa conta para ceder... Você os conquistou como inimigos... para quê? — insinuo.Mauro reflete sobre suas ações, finge não entender.— Seja lá o que minha filha tenha feito, pode ser corrigido —