Sienna Snyder
Faz uma semana desde que não apareço na faculdade. Depois de tudo que houve no outro dia, percebi que certas coisas precisavam mudar, e a primeira delas é ter um lugar só meu, onde eu possa aproveitar da solidão. Estou terminando de organizar algumas coisas com a ajuda de Amber. — Como é se mudar daqui? — Normal, até porque meus pais não param em casa. — E onde você vai morar agora? — Comprei um apartamento no prédio Lefard, já que é perto da faculdade. Assim fica muito mais fácil para mim. — Quando você me disse que iria morar sozinha, quase me convidei para morar com você,— Caio na risada e Amber faz o mesmo — Mas eu também já tenho meu apartamento. — Sério? — Pergunto curiosa. — Comprei a alguns meses e não tive coragem de sair da casa dos meus pais, mas nós vamos ser vizinhas. Amber pega um molho de chaves e me mostra o nome Lefard no chaveiro. — Sua vaca… — Bato no braço dela.— Por que não me disse? — Eu não ia me mudar, mas saber que você vai morar nesse prédio, achei incrível a ideia de morarmos pertos, mas sem tirar a privacidade uma da outra. Até porque tenho pretendes para levar para lá. — Ah, você é a melhor amiga que alguém poderia ter. — A abraço e ela retribui. — De nada, mas falando nisso, comprei meu apartamento no último andar, até porque não tem cobertura. — Eu também. — Isso só significa que estamos destinadas a sermos vizinhas. Só não venha reclamar nos boys que levo, tá? — Amber…. — O que ? Seu irmão não me quer, mas tem quem queira, rsrs. Olhamos uma para outra anter de cairmos na risada. Conheço Amber desde o ensino médio e felizmente nossa amizade dura até hoje. Ela sabe tudo o que passei até hoje e sobre meus demônios. Ela cuida de mim, desde que sofri o acidente, e nunca deixa que eu abaixe minha cabeça. Ela sempre diz que devo andar de cabeça erguida, mesmo com as acusações. E por mais que meus pais não sejam nem um pouco próximos a mim, os pais de Amber né tratam com muito carinho. É como a família que nunca tive. …. Terminamos de organizar tudo e estamos indo ao prédio. Uma hora se passa e estamos finalmente em frente ao meu apartamento. O prédio é moderno e diga-se de passagem, muito caro. Abro a porta e dou de cara com um apartamento simplesmente magnífico. As tonalidades entre branco e rose deixam o ambiente moderno, porém é minha cara. — Puta merda. Isso aqui é puro luxo.— Amber diz entrando com minhas malas e se jogando no sofá .— O que acha de vinho e pizza para comemorar? Eu pago. — Assim não tem como recusar.— Sorrio. … A noite foi longa e agora Amber está acabada. A playlist de músicas ainda toca, e não faço a mínima ideia se isso está atrapalhando os outros moradores. Me levanto e começo a organizar as coisas, quando a campainha toca. — Quem será que é? - Amber diz enquanto vai do sofá ao chão. Saio em direção a porta. - Ai, mil desculpas pelo barulho. Olho em frente e vejo nosso professor da faculdade. Vincent Becker. — Que bom que desligaram a música. — Senhor Becker, eu sinto muito pelo incómodo. — Tudo bem, só espero que isso não ocorra novamente. — Quem tá aí? — Amber grita da sala. Ele saí antes mesmo que possa falar mais alguma coisa. Tranco a porta e volto a organizar. — Era o nosso professor, Vincent Becker. Amber pula do sofá assustada. Sua face está totalmente engraçada. — Volta a dormir, vai. — Ajudo Amber a se deitar, que logo que encosta a cabeça no sofá e capota. Me jogo no outro sofá e faço o mesmo. …. É de manhã e provavelmente Amber não vai às aulas hoje. Bebeu tanto, que sua cabeça está ruim desde as 4 da manhã. Termino de me arrumar e vou para a faculdade. Felizmente vou aproveitar para caminhar até lá. Chego e logo os olhares contra mim começam. Alguns têm pena, outros demonstram ódio. E de qualquer forma, isso já não me atinge. Pelo menos hoje não. …. As aulas foram desgastante e acabei perdendo conteúdo pelos dias que faltei, agora só me resta recuperar. Termino minhas coisas e vou para a biblioteca. A única coisa que preciso agora é fazer algo que goste. Me sento no fundo da biblioteca e começo a desenhar algo proibido, algo que não deveria estar em meus pensamentos, mas invadiram. Logo vejo um vulto perto de mim. Ergo minha cabeça e vejo de quem se trata. Imediatamente guardo meu caderno. — Senhor Becker. — Sem tantas formalidades. Me chame apenas de Becker. Aceno com a cabeça. — Está estudando? — Ele perguntou, enquanto me analisava. — Não, estou apenas matando o tempo livre antes de ir para casa. Falando nisso, me desculpe pela música. — Sem problemas. — Acho melhor eu ir.— Me levanto e organizo minhas coisas. — Ah, claro.— Ele se levanta e me dá passagem. Passo quase que correndo, porém quando estou prestes a chegar na saída, sinto alguém agarrar meu braço. — Deixou cair isto, senhorita Snyder. Olho e vejo minha caneta em suas mãos. — Obrigada.— Pego a caneta e simplesmente saio sem nem olhar para trás. …. É de tarde e estou jogada em minha cama com pensamentos que não gostaria de estar tendo. Amber ainda está passando mal. — Amiga, já sentiu atração por alguém que não deveria? — Como assim? — Tipo, se sentiu atraída por alguém que você nunca, nem em sonhos, pode pensar. — Acho que sim, sla. Mas por que dá pergunta? — Curiosidade. Ela concorda e volta a dormir. Continua…