Thomas
… Você não vai comer?
… Não.
… Por quê?
… Preciso trabalhar, Judith.
A verdade, é que eu estava contando os minutos para me trancafiar em um único lugar dessa casa e de abafar todos os sons que estão me assombrando desde que pus os meus pés aqui nesse lugar. Judith não pode me ver vulnerável. Ela pode sentir a minha fraqueza e se tornar mais forte do que eu. Portanto, o ideal é manter-me distante dela e tudo durante o tempo que ficarmos aqui. Entretanto, ao passar pela porta do meu escritório os meus sentidos parecem fugir do meu controle. A porta se fecha como um eco sombrio atrás de mim, enquanto os meus pulmões são esmagados pelo meu pânico e eu luto para respirar. Um suor gelado começa a encharcar a minha camisa e por mais que eu puxe o ar ele não vem.