Rodrigo chega de carro, estaciona em sua vaga, perto do carro do Lucas. Anda em direção a área gourmet e vê, Érica agitada, gesticulando com Lucas e parece estar chorando. Quase em seguida vê a moça ir embora.
"Porque será que ela saiu tão nervosa?" — Pensamentos Rodrigo.Ele espera a situação amenizar para ir conversar com o amigo. Nesse meio tempo, Alexandre aparece.— Boa tarde! — Fala Alexandre.— Opa. — Rodrigo o vê.Alexandre se aproxima estendendo a mão— Tudo bem, Rodrigo?— Melhor agora. E você está melhor?— Vivendo um dia de cada vez. Meus filhos são muito pequenos e não foi fácil a morte de minha esposa, é muito recente.Rodrigo coloca a mão no ombro dele:— Sinto muito, meu amigo.— Eu também... e o Cássio?— Venha vamos chamar ele para conversar.Cássio tira um cochilo na rede, os remédios o derruba por horas às vezes.— Patrão?— Hum... — Responde abrindo os olhos.— Nosso velho amigo veio nos ver. — Fala Rodrigo.Cássio se levanta com a ajuda deles.— E aí? — O cumprimenta com um aperto de mão.— Vim ver se era verdade que um touro te derrubou.— É sim, me lasquei todo.— RS... — Rodrigo sorri com o comentário do patrão, Alexandre o acompanha.— RS...— Sente-se, vamos conversar.— Vou indo, patrão.— Não, você fica. A quanto tempo a gente não para, para conversar?— Bastante. — Responde Rodrigo.— Só nós três? Os mais velhos da turma? A anos kkk... — Fala Alexandre sorridente.— Fico feliz que consiga sorrir um pouco. — Fala Cássio.— Não posso me entregar. Tenho 3 filhos e uma fazenda. — Fala Alexandre.— Você está certo. — Cássio sempre quis conversar abertamente com Alexandre sobre Mariza quando eram mais jovens.Mais a dor que o viu passar na época o calou.— Alexandre? — Chama Cássio.— Pode falar.— Quando a Mariza foi embora... — Cássio começa a falar e Alexandre suspira exasperado.— Você ia direto no Bar dos primos, nós vivíamos nos encontrando por lá... lembra?— Claro, raramente eu ficava sóbrio. Mais lembro perfeitamente.— Se vivia lá ou trabalhando, como conheceu sua esposa?Rodrigo apenas fica escutando.— É uma longa história.— Vou pedir um café. — Fala Rodrigo.— Beleza. — Rodrigo sai rápido, e logo volta.— Prontos?Rodrigo serve o café.— Foi em 2011, uns meses antes de nos casarmos...Março de 2011...— É hoje, é hoje... sim, sim, sim... — Dito canta e dança. — Dum, dum, dum... Há!— Tá maluco cabra? — Fala Benê franzindo a testa.— É hoje que eu entro naquele Bar!— Kkk... dia de tirar o cabaço é?— Que bagunça é essa? — Daniel chega.— Dito vai tirar o cabaço hoje.— Tá tirando em cara?! — Dito reclama. — Tu tá é com inveja que sua vez é só ano que vem.— Pense o que você quiser, kkk... — Responde Benê enigmático.— Peraí, tu já...??? — Pergunta Dito com os olhos arregalados.— Cara, sou alto forte e bonitão, o que você queria? As, Mina pira. — Fala Benê. — Tu és um tampinha e magrelo.— Kkk... coitado do Dito cabra.— Não preciso que me defenda de nada. Vou considerar isso como recalque Benê.— RS… E vai com quem? — Pergunta Benê.— Com o Alexandre.— Começa a se arrumar então. — Fala Daniel.— Acabou o serviço por hoje? Rodrigo? — Fala Dito.— Fala.— Deu por hoje?— Já podem ir descansar. — Fala Rodrigo.— Beleza... iiiirraaaaaa... — Dito grita feliz.Na fazenda três poderes...Alexandre termina seu serviço, nunca mais soube o que estar sóbrio desde que Mariza o abandonou.— Ela está beirando os 17 anos... — Fala amargurado. — Ah, Mariza porque me deixou desse jeito?Pega a garrafa de pinga na cozinha e toma no gargalo.Sobe para o quarto para tomar banho. No começo da noite sai de casa e se encontra com Dito no caminho.— Então é hoje cara?— Putz grila é hoje. — Fala Dito empolgado.— RS... Então vamos!Chegam no Bar dos Primos, Dito comenta:— Tu já estás meio torto né? — Fala Dito— É... você sabe dirigir né?! — Alexandre pergunta.— Sei, mais ainda não tirei a carta.— Bom, então nós dormimos por aqui qualquer coisa.— RS, beleza. Bora entrar.Dito entra com um sorriso de orelha a orelha.— Oi lindão. — Uma das gatinhas do bar o, paquera "Nem entrei já estou me dando bem." — pensamentos.— Oi gatinha.— Me paga uma bebida lindão? Talvez algo a mais...— Ai miséria, vou endoidar hoje.Alexandre fala perto do ouvido dele:— Cuidado para não ir com muita sede ao pote. Vai acabar não dando conta.— Cara tenho energia para todas as gatinhas daqui.— RS, todas menos uma.Dito se aproxima do balcão com ele e pergunta curioso:— Qual cara?— Tem uma aqui que só fica comigo.— Não pensa nos outros não, é cabra?— RS... ela é diferente. — Alexandre fala sorridente.