— Eu estou morto. — Ronan suspira dramaticamente, largando os papéis sobre a mesa e reclinando-se na cadeira. Ele passa a mão pelos cabelos e fecha os olhos, como se o peso do mundo estivesse sobre ele. — Sério, como você consegue trabalhar tanto e não surtar?
— Talvez porque eu amo o meu trabalho? — respondo, mantendo meu tom calmo, sem desviar o olhar dos relatórios à minha frente.
— Isso não é amor, primo, é obsessão. Coitada da Parks, tendo que te aturar todos os dias. Aliás, onde ela está?
— Já foi para casa.
— O quê? Você dispensou a Parks, mas me prendeu aqui?
— Parks é uma funcionária como qualquer outra. Ela tem um horário de entrada e saída, e só faz horas extras em situações de emergência. Eu prefiro fazer meu trabalho sozinho, sem distrações ou pessoas olhando o relógio a cada cinco minutos. — Ergo o olhar, notando seu ar de indignação. — Ela é empregada. Eu sou o empregador. Nossas responsabilidades e horários são diferentes.
— Foda-se. Eu não sou casado com o trabalho co