O carcereiro apagava o braseiro quando os passos de Chakay voltaram a ecoar. Ele descia novamente, agora sem capa, as mangas dobradas e o olhar carregado de impaciência. Porque Naryah ainda não conseguiu achar nenhum vestígio da família Mashgees no mundo humano.
— Acha mesmo que consegue me vencer nesse joguinho de resistência? — disse Chakay, com um sorriso que não chegava aos olhos. — Você é forte, Lion. Mas todos sangram.
Ele pegou uma faca de lâmina fina do carrinho e passou o dedo ao longo do fio, como quem ensaia o próximo golpe.
Lion o encarou, o olhar duro, selvagem.
— O problema de quem acha que domina tudo... é acreditar que dor é o mesmo que poder.
Chakay o fitou em silêncio por um instante. Depois sorriu.
— Interessante. Quer testar essa teoria?
Ele entrou na cela, ignorando o olhar dos guardas. Ficou frente a frente com Lion.
— A família de Igor Mashgees. — repetiu, com voz baixa. — Onde estão?
Lion não respondeu. Apenas inclinou o rosto, os olhos dourados refletindo o