Já imagino Eltery me beijando mesmo ainda faltando uma hora para ele chegar.
Checo de novo o cabelo no espelho e sorrio como um “ok”.
— Tá lindo — Amster diz de sua cama, no fundo do quarto.
— Obrigado — continuo olhando para o espelho, tentando ter confiança que está tudo no lugar. Amster se levanta e caminha calmamente até mim, como se não quisesse nada.
— Parece que Eltery vai se atrasar, o carro do pai dele quebrou aqui próximo — ele mostra a mensagem, enquanto balança meu celular no ar. Pego de sua mão e dou uma rápida lida.
— Saco — digo, ao tempo que digito uma mensagem compreensiva.
— Papai já sabe que você é… gay? — ergo os olhos do celular.
— Não, ainda não. Só a mamãe. Estou me preparando para contar.
— Talvez eu devesse contar primeiro para te ajudar. O que acha? — um sorriso maldoso surge nos seus lábios.
— Para com isso, Amster. Já te pedi desculpas e você sabe que foi para o seu bem.
— Meu bem