Capítulo 2: De frente com o perigo - 2

— Enfim, mudando de assunto. E se eu te pedir um favor? — pergunto nervosamente.

— Você não sabe mais pra que lado fica a vila, né? — ele deduz.

Apenas respondo que sim com a cabeça, fazendo com que o garoto revirasse os olhos, soltando um logo suspiro.

— Se vira! Eu não vou voltar para lá.

— Argh! Qual o problema? Pelo menos me fala onde tem um hotel que eu possa me hospedar — peço.

— A essa hora da noite, eu duvido que algum hotel irá te atender.

— Como assim? — fico confuso e preocupado.

— Meio que tem um horário limite aqui na capital, e depois desse horário da noite os hotéis não recebem mais hóspedes. Por algum motivo funciona assim, a não ser que você volte para o litoral oeste.

Ugh! Realmente quero evitar usar o teletransporte de novo, afinal, usei ele hoje mais que o necessário. Mas, esse parece ser um caso que não tenho muita escolha. Aliás, vai ser melhor usá-lo do que andar a noite toda para chegar ao litoral.

— Acho que não tenho escolhas — resmungo.

O yarén não parece querer falar algo a mais e faz até a menção de ir embora, portanto, apenas reativo minha manopla usando o feitiço mais uma vez, me teletransportando para a aldeia do litoral o oeste.

 Assim como o garoto-lobo havia dito, o local ainda está movimento, claro que á menos pessoas comparado a hoje de manhã, mas para uma vila pequena ainda é um grande movimento.

Enfim vou a uma barraca de comida que ainda está aberta, para me alimentar. E logo depois consigo achar um hotel que me hospedasse, então não demoro para ir ao meu quarto para poder descansar, afinal, se quero ser um pouco produtivo amanhã, preciso acordar mais cedo.

***

Já é outro dia e eu acordo bem cedo para poder voltar a capital o quanto antes. Diferente de ontem, desta vez não serei idiota de ir andando e nem pagarei um carroceiro para me levar, pois como estou sozinho e já estive em alguns lugares da capital, posso simplesmente usar a translocação.

Pago a noite em que fiquei no hotel e termino de me preparar, por seguinte, reativo minha manopla e uso o feitiço de teleporte, fazendo com que em um piscar de olhos eu apareça em frente a um templo.  Eu tinha visto este local ontem, no qual iria explora-lo se eu não tivesse sido interrompido pelos pedidos de ajuda daquele homem que foi morto pelo yarén.

 Mas, nada irá me distrair desta vez; minha aventura será retomada aqui.

Sem mais delongas, entro no templo e percebo que o local aparenta estar quase vazio. Quero dizer, ele não está totalmente vazio, ainda á alguns monges no ambiente, porém não está tão cheio quanto eu esperava, não estou reclamando, afinal, isso será bom para mim.

***

Pela primeira vez desde que cheguei em Shiymorán, encontrei diversos objetos valiosos e outros que até possuam magia; na verdade, seria a segunda vez, afinal, a espada que vi no palácio daquela valquíria certamente valeria milhões.

E como ambiente está tranquilo, posso me dar o luxo de relaxar um pouco, afinal, não estou tendo tanto trabalho em pegar aquilo que quero e passar despercebido pelos monges. Está sendo bem fácil.

Já se passou um bom tempo, mas ainda não consegui explorar todo o templo, já que tem muitos saguões em que não consegui passar por conta dos monges. De qualquer forma, consegui vários itens, e os coloquei em uma mochila que trouxe.

— DODUG! — De repente, um grito furioso chama minha atenção.

Me viro para verificar e me deparo com um monge que aponta para mim, enquanto outros começaram a correr em minha direção! Ok, acho que já fiquei aqui tempo suficiente, está na hora ir.

Reativo minha manopla no mesmo segundo e uso o feitiço de teleporte antes que eles me alcançassem. No entanto, ao invés de reaparecer fora do templo, acabo me teletransportando para um saguão aleatório ainda dentro dele! Ah, que merda!

Isso não deveria acontecer, o que houve? Será que esse lugar possui alguma barreira que interferiu meu poder? Ou... Ah, sei lá! Só que alguma coisa deve ter redirecionado o feitiço, pois se eu sei para onde estou indo, isso não deveria acontecer.

Por outro, aparento estar longe do radar daqueles monges, então posso aproveitar e olhar mais esse salão antes de ir.

Entretanto, percebo que este saguão, diferentes dos outros deste templo, estava todo empoeirado e parece que ninguém entra aqui a anos. Sem falar que, a porta está trancada. Ele foi simplesmente bloqueado e certamente esquecido, por quê? E não parece ter nada super poderoso ou valioso para eles trancarem e nunca mais mexerem, afinal, só a diversas estantes de livros velhos e empoeirados.

Acabo pegando um dos livros na esperança de achar algo interessante, quem sabe um novo feitiço que eu possa fazer com a manopla; porém, mesmo que tenha isso no livro, não conseguiria ler de qualquer forma, pois tudo estava no idioma de Shiymorán. Que saco.

Bom, acho que não têm nada demais aqui a não ser essas coisas velhas. Talvez, eu só deva tentar me transcolar de novo e caso eu tenha sorte para dessa vez, conseguirei sair do templo.

Eu estava reativando minha manopla preste a usar o feitiço, quando de repente avisto algo que estranhamente me chama a atenção, o que me fez interromper o teletransporte e me aproximar do tal objeto.

Assim percebo que o objeto é apenas um quadro, muito belo por sinal. E de todas as coisas aqui, esse quadro parecia ser o mais preservado. Ele parece ser uma representação de um grupo de valquírias lutando contra um inimigo poderoso para defender as terras de Shiymorán, e ao fundo dava para ver alguns humanos que pareciam torcer por elas ou adora-las. De qualquer forma, dá para notar que esses seres são extremamente respeitados por aqui.

E ao lado desse quadro das valquírias, havia outro, só que estava em péssimas condições chegando a estar rasgando em algumas partes. Não sei dizer se isso se deve ao fato dele ser muito antigo, ou se as pessoas só não se deram ao trabalho de ter cuidado com o objeto. Mas, ainda dava para ver que sua imagem retratava uma yarén que estava cercada por outros da mesma espécie, e julgando pelo mono que eles a olhavam, ela parecia ser uma espécie de líder.

Hmm... Isso chega a ser interessante. Quer dizer, será que antigamente era uma yarén que governada Shiymorán?

—  Tā bìxū gakkabda — a voz de um dos monges chama minha atenção.

Dava para ouvir eles se locomovendo em frente ao salão que eu estava, talvez ainda estejam me procurando. Acho meio improvável que eles entrem aqui, porém, não devo arriscar. Tenho que sair daqui rápido.

No mesmo instante, reativo minha manopla e uso a mágica de teleporte. E por sorte, dessa vez acabo por reaparecer fora do templo, o que não é exatamente meu plano... Quero dizer, queria sim sair, no entanto, eu queria me translocar para a aldeia, mas já é alguma coisa.

E para evitar ter que usar o feitiço de novo, acho melhor seguir a viagem a pé.

(Continua...)

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo