Terras e Céus da Vila Lukidy
Terras e Céus da Vila Lukidy
Por: James Nungo
O Plano Ameaçado

O céu estava limpo e o calor não era tão forte como nos dias anteriores, pois as mãos de algumas crianças fizeram algo muito interessante assim mexendo com a temperatura. Ninguém descobriu porque não estavam preparados para crer na façanha da criançada que se divertia fazendo coisas apreciáveis, coisas que os adultos já não as fazem por serem egoístas e ou talvez desumanos.

Os pássaros cantavam canções diferentes, porém a coincidência da melodia era harmônica que soava tão bem aos ouvidos de qualquer um que por ali passasse. Era manhã que ia amadurecendo para em seguida se transformar numa tarde.

Carros voadores passeavam nos céus juntamente com algumas lindas naves da última atualização, naves que combinavam com aquele ano que era 2200.

Na superfície haviam máquinas trabalhando, fazendo limpeza nas estradas, parques de diversão, jardins, circulavam quase em toda parte fazendo um trabalho impecável.

Além dos carros voadores e naves da última atualização, havia ali brinquedos gigantes para crianças, eram eles chamados de brinquedos aéreos, eram os que as crianças adoravam mais.

A cor verde estava em abundância, uma cor viva que sorria para todos e tudo. As ruas estavam fantásticas e principalmente os jardins e parques de diversão. Se tratava de uma vila com muitas crianças por toda parte e também muitos animais de estimação sendo a maioria cães e gatos, era quase impossível não se encontrar nenhum animal de estimação em cada casa, pois a maioria adorava os bichos fofinhos.

Não muito longe havia uma casa não tão grande, porém bonita, pintada de uma cor linda, violeta e nos rodapés com um branco muito limpo que até parecia estar a brilhar para todos que olhassem. O pátio ostentava um verde que maravilhava a visão. Um cão estava correndo por ali brincando com alguém que não se observava naquele momento. Ao lado tinha piscina e alguns brinquedos para o cão e para crianças.

Três meninos de idades abaixo de 14 anos que vestiam roupas simples sem detalhes tendo cores únicas, estavam de mãos dadas no quarto de um deles. Eram eles, João Gabriel, Hárfat Cassimo e Zuka Mashaba, prontos para embarcarem para uma aventura inesquecível para os céus das águias gigantes falantes da língua dos homens. Hárfat parecia a líder do grupo com o seu cabelo num penteado infantil e engraçado, dois totós um de cada lado da cabeça, tinha uma pele negra ao tom de um chocolate queimado. Ela estava no meio dos dois meninos que já se encontravam ansiosos para subirem no livro voador que também era falante. No chão havia muitos brinquedos espalhados e doutro lado estavam organizados.

João com uma careca que brilhava era o tímido do grupo, com uma pele bem clara que revelava os segredos da sua ansiedade e do seu medo de altura, ele era o mais alto do grupo, estava no lado esquerdo da Hárfat. 

Zuka era também negro, mas a sua pele era de um tom claro, na cabeça tinha um boné vermelho que tanto amava, quase não tirava por nada.

— Prontos meninos? — perguntou Hárfat no exato momento em que um vento repentino passou quase arrancando o boné do Zuka este que impediu a fuga do acessório segurando com a mão esquerda que estava livre pois a outra continuava segurando a da Hárfat.

O vento não vinha do lado de fora, pois as janelas do grande quarto estavam fechadas, mas sim, vinha do grande livro que pairava a alguns centímetros da superfície. Este brilhava com uma luz que quase se transformava em fulgor. Era como se fosse um holograma. A luz trazia várias cores, principalmente as prediletas dos três curiosos meninos, que eram, vermelho, rosa e azul.

Hárfat trazia a cor rosa na indumentária no corpo, João trazia azul e Zuka vermelho.

— Vamos a isso! — João e Zuka disseram em coro com vozes confiantes.

— Falem baixo, senão a mana acaba com a nossa raça. 

— Está bem, está bem. — disse Zuka sussurrando baixinho.

O intento dos três era pular sobre o grande livro que estava em frente deles como sempre faziam para visitarem os céus que escondiam segredos incríveis positivamente e, infelizmente, negativamente. Eles não sabiam que além das coisas boas existiam coisas ruins por lá onde viram maravilhas inacreditáveis para os adultos já com uma mente limitada.

Eles diziam numa conversa entre eles que os adultos têm muitos problemas ainda mais por conta de terem mentes limitadas, sem fé, coisa que é necessária para conseguirem coisas mágicas como as visitas nos céus onde há águias gigantes falantes e onde há magia manuseada por Júnior e os Dragões.

A vila de Lukidy era cheia de magia que veio com Nanagu, uma entidade mágica do bem, que ajuda as crianças a enxergarem o outro lado da dimensão que os adultos não conseguem ver por falta de fé e por não acreditarem não só neles mesmos, mas também nos pequeninos que contam as aventuras vividas do outro lado. Era uma vila cheia de sorte, pois a magia que estava em abundância era uma magia do bem, coisa que maravilhava muitas crianças.

Quando os três se juntavam no quarto, sempre tinham o mesmo objetivo; viajar para os "céus secretos" para ver coisas extraordinárias, coisas únicas e encantadoras. Lá tudo era diferente e apaixonante.

O enorme livro nem sempre fora enorme. Este fora um presente dado à Hárfat pela sua falecida avó que adorava ler contos fantásticos desde criança até à velhice. Ela morreu por conta de uma maldita doença na vila de Lukidy que castigava muita gente, com um nome um tanto excêntrico por conta da sua pronúncia, Zlaltany. Era uma doença cruel, onde o doente tossia sem parar até perder a vida, situação muito triste.

— Cansei de esperar, será que ainda vamos? — perguntou o livro com uma voz irritada.

— Calma senhor livro. — disse Hárfat com a mão na cintura.

— É fácil ficar calmo. Olha pra mim, estou calmo, estou calmo. — disse senhor com mais irritação se revelando mais intenso.

— Então vamos. — disse João Gabriel e começou a contar. — 1, 2…

— Hárfat, Hárfat… — uma voz feminina chamou  ela.

—  3 — João continuou e em seguida em simultâneo os três saltaram sobre o livro.

Todos ouviram a voz que chamava a Hárfat, porém foi algo rápido que não puderam pausar àquele ato logo no momento.

A queda foi tão dura nas bundas quando o livro voltou à normalidade. Caíram feito um bando de loucos e em seguida a porta do quarto foi aberta com violência por uma adolescente com ira em forma de rugas no rosto em oval que ganhava fineza no queixo.

— HÁRFAT, NÃO OUVES PORQUÊ? — a questão foi tão agressiva que até provocou um silêncio que convidou um medo no rosto de todos que ainda sentiam dores nas nádegas pequeninas.

Minutos depois as três crianças estavam na enorme mesa na sala almoçando. Sendo que os três estavam no mesmo lado. A mãe da Hárfat, a senhora Hersínia, estava ao lado da dona da voz irritada que chamara o nome de Hárfat, a Dina diminutivo de Madina, doutro lado onde que deveria estar o pai das duas irmãs, estava vazio, espaço que deixara alguns em depressão depois da partida do jovem escritor.

Já eram 12:53 e as crianças depois do almoço decidiram se despedir mesmo não tendo alcançado o objetivo de sempre, viajar através do livro mágico.

Para Hárfat aquele Domingo, não passaria sem nenhuma aventura, então esta, estando escondida levou o livro no quarto dela, despediu a mãe e a irmã dizendo que ia estudar com os colegas. As duas deram a permissão, então a menina saiu.

Lá fora algumas pessoas caminhavam em direção a uma igreja ali bem perto, no rosto haviam colocado sorrisos que pareciam permanentes. Aquela igreja era recente e mesmo assim cheia de histórias que pareciam de um passado distante. Alguma coisa ali era estranha.

E para piorar o pai da Hárfat ainda em vida certa vez sonhara com aquela casa de Deus, porém muitos estavam chorando aterrorizados, o sonho foi tão real que tinha muitos detalhes e quando contou a todos na mesa na hora do pequeno almoço, todos ficaram maravilhados e apenas disseram que fora apenas um pesadelo.

A menina com muita ansiedade em viajar para outra dimensão novamente, caminhava com muita pressa, só olhava para frente até que de repente se sentiu no chão, com o livro fora do seu toque e com uma forte dor de cabeça, mas em seguida uma mão lhe ofereceu ajuda.

— Oh, menina tenha cuidado é muito perigoso andar sozinha por aqui, ainda mais distraída. — disse uma voz calma e suave, lentamente.

— Muito obrigada, senhor Carmony! — ela disse depois de ter levantado com a ajuda do jovem e após ter levado o seu livro fantástico.

O jovem vestia terno e gravata de cor azu,l sapatos pretos, tinha um relógio dourado no pulso e no rosto ostentava óculos com lentes transparentes. Todas crianças gostavam daquele jovem por conta de ser dócil e muito atencioso com elas, mas não só com os pequenos, mas também com os mais velhos em relação a ele.

— De nada, menina! Assim, para onde vai? — perguntou Carmony.

— Vou… ali. — disse Hárfat apontando para uma casa com tinta creme, era um lugar bem perto mesmo.

— Está bem, boa caminhada.

— Obrigada. Tchau, tenho que ir agora.

Ela não parou mais nenhum segundo e desta vez preferiu correr, pois a ansiedade já estava quase para atingir o estômago e consequentemente causar um enjôo.

Carmony parou a observar a criança até esta chegar e entrar naquela casa. Ele estava preocupado em ver uma criança andar sozinha sem ninguém adulto por perto para acompanhá-la. O problema era recente, pois na vila começou um problema de máquinas programadas para capturar crianças. Não se sabia quem era o responsável e para que fim estas eram capturadas, problema que foi a causa de muitas reuniões em busca de um resultado até que já haviam pensado em desligar todas as máquinas para voltar a tornar humanos em trabalhadores como nos anos 2050, 2020, e outros atrás.

— Zuka… — ela bateu a porta chamando o amigo, mas quem atendeu foi uma máquina trabalhadora chamada robeworker, robeworkers eram máquinas que trabalhavam no lugar dos humanos, fazendo pequenas e grandes tarefas domésticas e outros tipos de atividades, no entanto em seguida saiu a mãe do rapaz, Zuka.

— Oi, menina Hárfat! Tudo bem? — aquela mulher dos seus 30 anos disse docilmente olhando para a menina.

— Estou bem, tia!

— Zuka não está, foi juntamente com o tio visitar o seu amigo, João.

— Obrigada tia. — ela disse e de imediato saiu correndo novamente.

O suor lhe descia do rosto e agora não ia para um lugar perto, porém um pouco distante. Os raios do sol pareciam estar a exalar um calor pujante para a menina que transpirava, mas na verdade ela não demorava transpirar, bastava caminhar ou correr um pouco, mesmo que não fosse debaixo do sol, porém isso não lhe incomodava, pelo menos até aquela idade não era um problema.

 Ela estava ficando cansada cada vez mais que percorria aquela estrada e infelizmente era uma rua perigosa, a mesma rua por onde desapareceram muitas crianças inocentes. Hárfat sabia sobre a história dos capturadores e para piorar sabia também que a rua por onde estava passando talvez não tivesse lhe reservando algo positivo.

 De repente viu duas máquinas com esferas vermelhas no local que seriam considerados olhos, estavam paradas e de imediato ela sentiu que algo ruim estava prestes a ocorrer, o medo lhe subiu imediatamente.

— Meu Deus! Estou encrencada… — ela dialogou com a sua consciência.

 Infelizmente, sim, eram elas, as máquinas capturadoras de crianças. Tinham a cor cinzenta com detalhes pretos e nas mãos traziam grandes sacolas prontas para colocarem crianças ali e partirem para um destino desconhecido com intentos também fora do conhecimento dos moradores da vila.

— NÃO… — ela gritou.

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