O sol tentava com fracasso transpor as nuvens. A manhã surgia cinza e penosa. O céu parecia que desaguaria a qualquer momento quando os dois carros pretos de Raymond ultrapassaram a entrada da Marina de Manhattan. Ernest e eu estávamos a distância suficiente para não levantar suspeitas e permaneceríamos assim até que algo acontecesse. Deduzíamos que Raymond estivesse no carro da frente e o carro de trás fosse apenas uma escolta.
Sendo cautelosa, pisei no pedal de freio do carro e passei a observar o que estava acontecendo antes de prosseguir.
Precisava saber o que estava por vir.
Ernest abriu o porta-luvas do carro de repente e começou a revirá-lo de pressa, como se tivesse procurando por algo.
─ Droga... ─ Ernest resmungou. ─ Não tem nada aqui... ─ Ele deu de ombros ─ Toma isso ─ disse, oferecendo-me óculos escuros.
Enviesei o olhar em resposta. Por que diabo