A Cidade C, comparada à Cidade A, tinha menos requinte, mas mais extravagância.
Nessa cidade de luzes brilhantes e cores cintilantes, a estranheza quase afogava Carolina, como se estivesse sendo levada por um rio.
Carolina estava encolhida no canto, tremendo de frio.
A Cidade C não era a Cidade A. Na Cidade A, o inverno não existia, embora ainda fosse gelada. Já na Cidade C, o inverno era real.
À noite, a neve caía abundantemente, e os pedestres passavam apressados.
Carolina apoiou-se no vidro da janela do chão ao teto, observando a neve caindo lá fora.
Quando era criança, ela gostava dos dias de neve, porque a Cidade A não tinha inverno, então Carolina sempre desejou ver um dia de neve.
— Carolina, este ano o irmão leva você para o norte para ver a neve.
Ainda me lembro, no inverno do ano anterior à revelação de sua verdadeira identidade, seu irmão Rui havia organizado tudo e a pegado na escola, dando-lhe uma surpresa gigantesca.
Quando pequena, Rui a amava. Tudo que um irmão