Rafaela ficou completamente apavorada. O jeito como Natacha a encarava, com um olhar afiado e determinado, deixava claro que ela não era mais tão fácil de manipular como antes. Aquela mulher que um dia havia sido sua marionete agora parecia estar muito à frente, ameaçadoramente à frente. Com o perigo iminente para Domingos, Rafaela teve que engolir sua raiva e se controlar, mesmo que isso a deixasse à beira de um colapso.
Ela olhou para o filho, ainda inconsciente na cama do hospital, o pequeno corpo tão frágil que seu coração apertou. A angústia explodiu em palavras afiadas que escaparam antes que ela pudesse se segurar:
— Por que estão demorando tanto para fazer a transfusão? Se algo acontecer com o Domingos, você vai pagar caro por isso!
Naquele momento, uma enfermeira entrou apressada, sua expressão séria contrastando com a agitação no quarto.
— Dra. Susan, temos um problema. Há uma emergência na sala de cirurgia com um paciente em estado crítico de hemorragia. Todo o sangue do ti