Patrícia acariciava o copo de limonada com as pontas dos dedos, estava tão gelada que pequenas gotas se formavam na embalagem, esfriando a palma de sua mão.
Ela não respondeu diretamente à pergunta, em vez disso, rebateu:
— E você? Não é mais tão jovem, deve ter alguém de quem goste, não é?
Raul sorriu ingenuamente e não escondeu:
— Sim, muitos anos atrás conheci uma garota. Naquela época, eu era pobre e estava machucado, mas mesmo assim ela não me desprezou e me salvou. Bastou um olhar para eu gostar muito dela.
— E depois?
A história dos outros sempre parece bela e nunca triste.
— O que mais poderia acontecer? Ela era filha de uma boa família, e eu, um pobre disposto a fazer qualquer coisa por dinheiro. Como eu poderia merecê-la? Ela é como a luz da lua, melhor permanecer no meu coração.
— Você não contou a ela o que sentia?
Raul olhava para o céu, onde a lua começava a aparecer, mas Patrícia não podia ver sua expressão.
Depois de alguns segundos, ele respondeu:
— Não, ela é tão ma