Na manhã seguinte, Patrícia entrou pela última vez no quarto de João, observando a figura esquelética que jazia na cama.
Os músculos de João haviam atrofiado de forma alarmante, e seu rosto estava envelhecido e magro.
O quarto estava permeado com um forte cheiro de medicamentos misturados.
Fazia muitos dias que Patrícia não tinha coragem de entrar ali.
Ela sabia que o dia em que tomasse sua decisão seria o dia da despedida.
Uma noite de neve pesada havia coberto o jardim com uma camada espessa.
Patrícia puxou as pesadas cortinas blackout e abriu a janela.
Deixou que a luz do sol e o vento nevado entrassem no quarto.
- Pai, deve fazer muito tempo que você não respira o ar fresco lá fora, não é? É inverno de novo, e está nevando.
Embora a mão direita de Patrícia não fosse tão ágil quanto a esquerda, ela ainda conseguia realizar movimentos normais sem problemas.
Ela pegou um punhado de neve e seus dedos se moveram rapidamente.
Então, calmamente, ela moldou um coelhinho de neve.
- Eu me le