Patrícia, mesmo tendo enfrentado alguns revezes nos últimos anos, nunca havia sido ofendida dessa maneira.
No momento, a identidade do outro não importava mais para ela. Aproveitando o elemento surpresa de Matheus, Patrícia ergueu a mão e aplicou um forte tapa em seu rosto.
O estalo ressoou por todo o ambiente. Matheus, reagindo apenas após o impacto, irritado, segurou os braços de Patrícia acima da cabeça dela.
Ele estava com o tronco sem roupa, e a cena tinha um quê de intimidade inusitado.
Um empregado trajado de preto tossiu discretamente, cobrindo a boca com o punho em um gesto de constrangimento.
Os olhos de Matheus, cintilando faíscas de raiva, e ele, entre dentes cerrados, falou:
— Você teve a audácia de me bater?
— Sim, eu bati, seu patife! Me solte, seu depravado! — Patrícia, ainda com os braços contidos, não se rendeu. Ela se impulsionou para frente, batendo sua cabeça contra a de Matheus.
Com um baque surdo, ambos sentiram o choque do impacto, ficando atordo