Capítulo 2

Para minha grande felicidade, todas as pessoas que só ficavam perto de mim por interesse, saíram do colégio, agora sou eu e meus livros. Claro que iria aparecer pessoas interesseiras, convenhamos sempre tem, em todos os lugares, então para mim pouco importava de verdade.

Nunca fui aquele tipo de aluna que chamava atenção, por ser gordinha, mas era bonita, simples, eu me vestia o melhor possível, isso se era possível ir bonita para um colégio. Mas eu tentava, se dava certo não sei dizer. Tinha muitos colegas principalmente homens, deve ser porque eu nunca tinha paciência com os papos das meninas, essa minha rodinha de amigos homens, todos, bom pelo menos a maioria gostava de ler. E tinha também a Ângela, ela gostava de ler, então era duas meninas e 5 meninos falando sobre livros. Mas, no decorrer do ano passado, firmei uma amizade muito bonita com um rapaz, mas quero só amizade mesmo, não estou interessada em namoro, não mesmo.

 Minha prioridade esse ano é arruma um emprego, o resto que vier será um bom lucro. Augustos, o Gus, era um amigo das antigas, ele estudou no colégio comigo, não na mesma turma, eu era do primeiro ano e ele do terceiro, mas como íamos embora no mesmo ônibus firmamos uma boa amizade, ele estava namorando, eu e a namorada dele nunca demos muito certo, ela insiste em falar que tem algo entre a gente, eu fico rindo do quanto isso é ridículo, eu tenho aquele pensamento lindo que pode haver sim, amizade, só amizade entre homem e mulher, mas ela não.

Estava rolando uma aula de física, e eu não sou muito de exatas, me jogo nas aulas de geografia, história, filosofia e sociologia, e lógico que não podia faltar a aula de português, a minha preferida, mas física, não rolava comigo. Foi quando senti meu celular vibrar no meu bolso, todos meus amigos sabiam que eu estava em aula, então deveria ser uma coisa urgente.

Pedi para o professor para sair da sala, mas o professor de 60 anos ou mais, disse um grande NÃO. Sentei na minha mesa e dei um jeitinho de olhar quem era. Era o Gus, já fiquei assustada por que ele não era do tipo que manda mensagem no meio da minha aula, então, pensei ser algo sério. Consegui ler, mas demorei um pouco para responder, certeza que ele entenderá, era o mínimo que ele faz, esperar eu responder.

“Oi Clara, quanto tempo, eu estava ouvindo as músicas que ouvíamos no ônibus, deu muita saudade de você viu? Queria poder te ver, mas você conhece o ciúme da Laís né? Às vezes me dá vontade de te dar uns beijos só para provocar ela, der verdade viu, mas sei que não pode.”

Juro que soltei um riso, ele era até bonito, mas não é do tipo meu… prefiro deixar apenas na amizade, e não misturar as coisas.

“Você é muito engraçado, sabia? Acreditei ser algo importante, me mandando mensagens no meio da aula? Gus, eu acreditei ser algo urgente cara. Eu também sinto sua falta e muito, quem mandou começa a namorar, ainda mais com ela, você sabia desde o início ela não gosta de mim.”

O professor passou pertinho de mim, quase pega eu com o celular na mão, dei sorte, deixei o celular na bolsinha de lápis e tentei prestar atenção na aula, que era muito chata, preferia o professor do ano passado. Fiquei tão viajada na aula que nem vi o celular vibrando.

“Clara, você devia estar namorando, de verdade, já quase fazendo 18 anos, qual é? Você é linda, legal, tem que ter algum carinha por aí a fim de você.”

“Para com isso, olha só como a Laís te trata, não consigo imaginar alguém me tratando assim. E outra, não acredito no amor, já li tantos livros que isso de amor virou algo sem sentido para mim, você deveria entender isso. Qual é? Você é meu amigo, deveria entender.”

“Entendo Clara, mas você sabe? Ficar sozinho é ruim. A Laís chegou para ir ao médico, e se me ver falando contigo já sabe? Beijos se cuida.”

“Viu isso que eu estava falando, vai lá, beijos.”

É isso que falo, como o amor pode ser algo que te proíbe de ver seus amigos, ela parece a Emilly quando proíbe o Ross de ver a Rachel, sim, pego referência de Friends em tudo, mas é como eu me sinto.

Depois da aula fiquei em casa mesmo, adoro meu quarto, grande e bem claro, depois que meus pais se separaram exigi para minha mãe uma cama de casal, para poder ler com espaço, ela concordou, e eu adorei. O que eu mais gosto é da minha decoração, fiz quase tudo sozinha. Amo meu quarto, eu juro que se pudesse nunca mais saía dele.

Comecei a ler um livro, O Morro dos ventos uivantes, antigo, mas gosto dele. Passa pouco tempo e o Lucas me manda mensagem. Sabe quando o coração acelera, e você tem um mini ataque cardíaco? Só de ver ser a mensagem dele fiquei com borboletas na barriga, se passaram o quê uns três meses que não conversamos? Depois que terminou o ano letivo, paramos de conversar, até falei com o Igor, sobre ele, mas ele como sempre nem deu moral.

“Oi Clara, aqui é o Lucas. Quanto tempo não nos falamos, você sumiu, o que foi?”

Com coisa que eu iria apaga o número dele né?

“Oi Lucas tudo bem? Você que sumiu, só estou na correria de sempre, terceiro ano não está sendo fácil.”

“Ah sim! Pensei em te chamar para tomar um sorvete comigo hoje topa?”

Para tudo depois de alguns meses que eu desisti da ideia que ele existe e da possibilidade de acontecer algo entre a gente e ele aparece. Respiro fundo organizo muito bem as ideias na minha cabeça para que eu possa dar uma boa resposta, sem ser grossa. Acho meio impossível.

Lucas não tem como, tem muitas coisas para fazer e ainda tenho que terminar de estudar para as provas bimestrais, tenho que cuidar da minha avó que está doente” inventei mil e uma desculpas “não tenho a ideia de quanto estarei disponível, estou sem tempo para tudo mesma desculpa”.

Não sei qual foi à cara dele mais dava para imaginar. De verdade não estou a fim de alimentar nenhuma esperança, então penso igual meu pai, o melhor é cortar o mal pela raiz.

“Okay, deixa para a próxima. Beijo.”

É ele realmente estava triste mais o que eu podia fazer, nada, não quero fazer algo que talvez possa me arrepender. Prefiro fazer minhas coisas que sempre faço. É o melhor, por enquanto. Estou procurando um emprego, e deixar isso para lá me parece o certo. Então é isso o correto de se fazer.

...

Não sei como, e olha que estudei. Mas, mesmo assim ainda me dei mal nas provas, sorte que eram as primeiras, e tinha mais três bimestres para passar de ano, tinha que termina o ensino médio. Mas eu estava tranquila, por que sei que consigo recuperar as notas.

Meus pais surtaram isso por que tirei 3 notas baixas de 10 notas. Justo nas que sei que tenho dificuldade, que são as de exatas, matemática, física e química.

— Clara como você pode tirar notas tão baixas e ainda após estudar tanto como você falou que estudou? — berrou meu pai. Ele estava furioso, e muito.

— Você já viu quais foram as matérias? Eu não sou um gênio, já parou para ver isso, e outra são só três matérias e estamos só no primeiro bimestre.

— Não quero saber, vá para seu quarto, vou resolver com sua mãe o que fazemos com você.

Fui sem falar nada, do meu quarto ouvia meus pais conversarem.

— Ela está assim por que fica enfiada no quarto com aqueles livros. Ela terá que fazer algo porque assim não dá, Vânia não dá mesmo.

 — Okay, então coloque ela para fazer algum curso.

— Mas que curso?

— Um que mecha com computador e foto sei lá, vai que ela gosta e sai um pouco do mundo do livro, — disse minha mãe.

Eles não ouviram mais eu estava chorando abraçada com minha gata, Helena, ela me viu chorando baixinho e veio pedir carinho, quando eu a vi, a abracei e comecei a chorar mais ainda. Eles acham mesmo que colocar eu para fazer um curso vai resolver? Só vou ter mais coisas para eu fazer, e vou acabar com mais dificuldade ainda nas matérias. Eles falam ser para meu bem, mais talvez eles não saibam o que é para meu verdadeiro bem.

Qual a chance desse curso ser mesmo bom para mim? Estou exausta disso. Durmo, nessa situação me parece o certo.

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