Capitulo dois

Com o passar do tempo eu me via cada vez mais apaixonada por ele e já não dava para negar que eu queria ele a todo instante, e alguns meses depois de completar meu primeiro ano na universidade, eu me mudei para o apartamento dele, foi bom para mim, segundo ele, meus pais estavam sugando toda a minha inspiração, criatividade, minha essência para a pintura, embora a única arte que eu fosse boa era a arte da música, eu amava a forma como os instrumentos soavam, as melodias, eu amava cantar, mas a pintura tem que ter um lado bom... Certo?

Isso nos traz de volta aos dias atuais, onde o silêncio volta a reinar dentro do carro, ninguém ousa falar uma única palavra e talvez seja melhor assim.

E novamente minha mente vagueia, lembrando de alguns momentos em que o Maison agia como um completo estranho, era como se eu não o conhecesse e em questão de instantes ele voltava a si.

Não é como se ele estivesse possuído, mas sua personalidade mudava, uma hora eu era o amor da vida dele e de repente eu era apenas mais uma vadia interesseira, eu não sabia o que fazer. Não era sempre que ocorria, as vezes ficavamos bem por meses e do nada vinha uma crise.

Chegamos no restaurante escolhido por Maison, não aparentava estar muito cheio, o que era bom, por incrível que pareça, Maison detestava "multidões", quando entramos eu noto a presença de meus pais em uma mesa no centro do restaurante, o que era bastante chamativo, principalmente pela forma que a mesa estava arrumada, seria ótimo para um evento, uma comemoração maior, mas são apenas 2 anos de namoro.

Maison puxa a cadeira para que eu me sente, e assim eu o faço e ele senta ao meu lado.

Por alguns instantes, eu me distráio, sendo levado para as memórias de um ano atrás, lembro-me que Maison e eu havíamos brigado e terminado uns dias antes das férias de inverno, ele iria para o Brasil juntos com os pais para conhecer o carnaval do Rio de Janeiro, para ele, esse tempo seria bom para que pudessemos ver se realmente nos amávamos, se nos manteríamos fiéis um ao outro.

E então ele foi para o Brasil e eu fiquei aqui, na Flórida, sozinha. Porém eu não iria me afundar na tristeza, decidi fazer dessas férias as melhores da minha vida.

Logo no primeiro final de semana, eu fui para a casa de praia dos meus pais, eu precisava me distrair de alguma forma e eu não queria sair do estado, sempre tive pavor de avião, então, se eu puder eu evito viagens longas.

Eu havia acabado de esticar uma canga na areia quente da praia, decidi não ficar muito longe da casa, pois assim, se eu quisesse algo era só buscar dentro de casa.

O dia estava ensolarado e fazia um calor de fazer qualquer um que tenha pressão baixa, como eu, passar mal. Mas uma coisa me impedia de aproveitar minhas férias, o pensamento insistente de como o Maison estaria, será que eu seria uma péssima namorada por estar aproveitando esse tempo?

–Cristina!?- meu pai me chama fazendo com que eu saía de minhas lembranças um pouco assustada

–Sim?- indago um pouco atordoada

–Sua mãe perguntou como está a faculdade- meu pai diz com uma certa impaciência.

–Ah, sim... está bem... falta apenas um semestre para que eu termine, e os pais do Maison me ofereceram um emprego temporário enquanto eu não arranjo nada- respondo olhando para a mim mãe que me olha contrariada.

–Sempre pensamos que você seria uma advogada renomada, mas você se tornou uma artista... como você vai se sustentar?- Dona Rosa, minha mãe, indaga.

–Rosa, querida, os artistas ganham bem, sua filha será bem sucedida em tudo que ela fizer, já viu algumas das pinturas que ela fez?- Lygia pergunta olhando para minha mãe e a mesma nega com a cabeça –Ela pinta divinamente, nasceu para a arte e com certeza muitos donos de galerias ficarão interessados- ela prossegue falando com um brilho no olhar.

Um dos garçons que passeava pelo restaurante entregando cardápios se aproxima da nossa mesa para anotar nossos pedidos, todos optaram pela lagosta, e eu não entendo o porque rico gosta tanto, é horrível, e chega a minha vez de pedir.

–E a senhorita gostaria de pedir o que?- O garçom olha para mim enquanto fala.

Ouço Maison bufar como quem está irritado com a situação, e eu olho para o mesmo que me encara com uma expressão raivosa.

–Eu gostaria da Salada com o frango- digo para o garçom e o mesmo anota me pedido e saindo em seguida.

–Incrível, nem quando estamos comemorando nosso segundo ano de namoro você deixa de provocar os homens- Ele diz isso em um tom baixo e eu o olho incrédula.

Prefiro permanecer quieta para não causar um escândalo no meio do restaurante, o tempo se arrasta entre a conversa sobre coisas superficiais e o momento em que as sobremesas chegam acompanhadas de taças e uma garrafa de champanhe

-Estamos comemorando alguma coisa?- Minha mãe pergunta assim que o garçom deixa a garrafa de champanhe na mesa

-Eu queria agradecer a presença de vocês nessa tarde tão importante para nós dois- ele sorri para mim enquanto o garçom coloca o champanhe nas taças- Estamos juntos a dois anos e a um tempo eu comecei a pensar sobre o futuro da nossa relação- Ele faz uma pausa e me entrega uma taça- Eu quero que mudemos de fase- Ele levanta de sua cadeira e ajoelha na minha frente- Cristina, você me faria o homem mais feliz do mundo e aceitaria se casar comigo?

E instantaneamente eu arregalo os olhos, a pouco tempo ele estava sendo arrogante e agora está me pedindo em casamento?

Nenhuma palavra sai da minha boca, vejo todos da mesa com um olhar encantado e me faz pensar sobre o que eu deveria fazer, talvez não demorar muito seria uma boa ideia, pois Masion já começa a esboçar uma carranca.

-Maison eu...

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