Capitulo dez

Eu conhecia aquele olhar e eu sabia que em algum momento eu ouviria muitas reclamações.

Provavelmente eu fiz uma cara de medo porque logo minha sogra já dizia algo para me tranquilizar.

-Fica tranquila minha querida, não tem problema algum. Tem mais no armário não? Você se machucou?- ela pergunta e se aproxima de mim.

Havia um pequeno cortezinho perto de onde se encontrava a marca da mão do Maison e eu percebo que a minha sogra viu, mas não falou nada sobre.

-Vai lá lavar enquanto eu varro esses cacos- Lygia diz e eu a obedeço.

Caminho com calma até o banheiro e observo o pequeno corte para ver se não tinha algum pedacinho de cerâmica em minha pele, lavo a pequena ferida e coloco um curativo no mesmo.

Ao sair do banheiro eu volto para a varanda onde já está tudo posto à mesa.

Me sento entre meu pai e Maison e apoio minha cabeça no ombro de meu pai.

-Como foi o dia de todos?- Dona Rosa pergunta com um leve sorriso.

Eu ainda estava tensa com o que ocorreu mais cedo com meu sogro num motel e com a situação de agora, mas coloquei no rosto o sorriso mais verdadeiro que consegui e respondi a mesma.

-Bem- digo sem muita animação.

Os outros também respondem que o dia correu bem enquanto começavam a comer.

-Podemos ir ao assunto que interessa? O casamento- Lygia diz enquanto puxa várias revistas de sua bolsa.

Fico impressionada com o tamanho desse bolo de revistas, algumas eram de moda, outras de decoração e essas outras baboseiras de casamento.

Minha sogra entrega uma revista para cada um, para que possamos ter algumas ideias.

-Eu sempre sonhei em me casar ao ar livre, num campo por exemplo- digo e vejo minha sogra sorri.

-Acho que seria melhor na praia querida, no campo tem muitos insetos, os convidados não gostariam- Maison fala enquanto me olha e segura em minha mão a apertando um pouco.

-Sim, deve ser melhor mesmo- digo dando um falso sorriso.

Eu faria o possível para evitar mais motivos para brigar, começo a olhar a revista que minha sogra havia me entregado.

Estico minha mão para pegar um cupcake, mas de relance posso ver um olhar desaprovador de Maison, então pego minha xícara de chá e a bebo lentamente.

Ficamos discutindo ideias por algumas horas, até a noite chegar e os nossos pais decidirem ir embora.

Me despeço de todos e vou para a cozinha beber água, eu me sentia enjoada, eu não sei se era por medo do que poderia acontecer ou se era fome, mas isso não importava num momento.

Vejo que Maison se aproxima da cozinha, mas ele segue reto no corredor, o que me deixa muito confusa.

Após alguns minutos o mesmo volta com outra roupa.

-Onde você vai?- Pergunto o olhando

-Vou beber com uns amigos, não me espere acordada- o mesmo diz e logo some.

Solto um longo suspiro e vou para o quarto e deito em minha cama, eu não acredito que ele preferiu ir beber do que passar um tempo comigo.

Após meia hora eu ouço a porta de entrada se abrindo.

-Maison?- Chamo pelo mesmo em um alto tom de voz

-Vim mais cedo, percebi que deveria passar um tempo com você, minha querida- ouço ele falar enquanto se aproxima da porta.

Me levanto da cama e acendo um abajur para conseguir vê-lo, o mesmo se encontra encostado no batente da porta me olhando de cima a baixo.

Ele lentamente se aproxima e segura em minha cintura me puxando para perto dele, dando inicio a um beijo um tanto quanto desesperado, eu podia sentir o gosto de cerveja que vinha de sua boca, o que indica que ele bebeu bastante.

Ele parecia estar cheio de desejo e luxuria, suas mãos percorrem pela extensão de minhas costas, fazendo com que meu corpo se arrepie.

Sua boca se aproxima do meu pescoço e ali ele depositou alguns beijos, seus lábios estão molhados, sinto o ar quente, que sai de suas narinas, entrar em contato com a minha pele.

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Eu tinha terminado com Maison , isso foi oficializado com uma troca de mensagens, e eu não sabia como me sentia em relação a isto, era complicado, justamente por eu amar o Maison.

Will e eu estávamos a caminho de minha casa de praia, havíamos acabado de sair do bar que há perto da faculdade onde estudo.

O cheiro do mar invadia minhas narinas, o som das ondas era música para os meus ouvidos, juntamente com a brisa que balançava meus cabelos e as folhas das palmeiras .

Eu me sentia completa, eu havia cantado esta noite, e foi como se eu estivesse voando, cantar era tudo para mim e eu não tinha muito tempo para isso, mas hoje, hoje tudo mudou.

Will começa a desacelerar a moto o que indica que já estávamos próximos a minha casa, em questão de segundos a moto para e eu saio da mesma.

-Gostaria de entrar?- pergunto enquanto tiro meu capacete.

-Se não for te atrapalhar- diz ele enquanto sai da moto.

Abro a porta da casa e dou um espaço para que o mesmo entre.

Will entra segurando o capacete que tinha tirado de sua cabeça a pouco tempo.

Entro depois do mesmo e deixo meu capacete apoiado em alguma cadeira, Will coloca seu capacete na mesa e se senta no sofá da sala.

Vou até a cozinha e pego uma garrafa de vinho e duas taças.

Ando para a sala e me sento ao lado de Will deixando as taças em cima da mesinha de centro.

Abro a garrafa de vinho com um pouco de dificuldade, mas assim que está aberta eu despejo o liquido vermelho escuro nas taças, deixando-as metade cheias.

-E você Will, como anda sua vida amorosa?- pergunto enquanto levo a taça até minha boca

-Eu desisti do amor- ele diz e dá uma golada em seu vinho e depois volta a falar -Minha noiva me traiu, algumas muitas vezes, desde então eu não acredito mais, pelo menos eu não acreditava- Will fala enquanto se vira para me olhar.

Eu não sabia o que dizer, mas algo eu precisava fazer, pois meu corpo estava elétrico e eu já sabia o que deveria fazer, só estava apreensiva.

Eu não tinha certeza que faria aquilo até ter feito.

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