Na placa de entrada da fazenda dizia: “Propriedade particular Família Thierrí Lowhar”. Poucas pessoas passavam do portão de entrada. E hoje foi o caso, Janiel, irmão mais velho de Clóvis, estava na cidade e foi visitá-los. Ele desceu e Bia foi correndo abraçá-lo. Logo em seguida, seu irmão, saiu e o convidou para entrar.
- Que surpresa quando me ligou dizendo que viria. Janete logo chegará.
- Titio, que saudade.
Ele olhou. – Também estava querida, mas acabou de me abraçar lá na rua.
- Foi a Luísa, titio, não eu!
- Sim, é claro, querida, foi a Luísa. Esqueci-me dela! – Ele riu, acompanhado por seu irmão.
- Titio. – Mirela saiu correndo do carro.
- Oi, querida, como cresceu nestes últimos meses.
- Desculpem o atraso, fui chamada na diretoria novamente. Tem que dar um jeito no Dreik... Oi, Janiel, negócios o trazem aqui?
- Tudo bem, Janete? Sim. E aproveitei para vê-los, ainda somos uma família, embora às vezes não pareça.
- Sim, claro! Vou ver se o almoço já está pronto. Mirela, chame-os lá na rua!
Ela saiu correndo e encontrou Dreik sentado ainda dentro do carro e Bia no balanço. Sacudiu-o e fez um gesto para ele entrar.
- Bia, venha almoçar!
- Vou achar a Luísa...
Com descaso Mirela respondeu. – Já está lá dentro, venha...
- Você a viu lá?
- Não, mas onde mais ela estaria se não está com você?
- Verdade! - As duas entraram e foram se arrumar para comer.
Durante o almoço, além das várias conversas, surge então, o motivo real da visita de Janiel.
- Quero vender minha parte das terras.
Janete levantou a cabeça e olhou para seus filhos. – Saiam!
- Mamãe, mas a Luísa não terminou ainda.
- Vem, eu levo o prato dela. – Mirela pegou Bia pelo braço e saiu.
- Quanto quer?
- Quanto vocês me oferecem? Já tenho uma boa oferta por aquela parte.
- Você não poderia ter oferecido antes de falar comigo.
- Não ofereci, Clóvis, recebi a oferta.
- Você sabe que aquilo não vale nada.
- Não, Janete, você não quer que valha! - Ela levantou, saiu e voltou com um papel. - O que é isso?
- É isso! Não pago um centavo a mais! O direito é nosso... E sabe, que se vender para outra pessoa, darei um jeito!
Janiel pegou o papel. – Irei pensar, depois darei a resposta.
Ele saiu da casa e entrou no carro. Estava dando ré e quando olhou, Bia, estava parada atrás de seu carro. Ele freou rápido, desceu do carro e correu em sua direção, mas ela apareceu em outra direção e ficou olhando-o.
- O que foi, titio?
- Bia? O que? Como trocou de roupa tão rápido, você?
- Era a Luísa, titio. Com o vestido verde?
Ele olhou novamente atrás do carro e sacudiu sua cabeça. – É, era o vestido verde, sim... Está certo, agora deixe-me sair e não vá atrás do carro. - Bia correu e ficou empurrando o balanço.
- Você tem que se cuidar, quase foi atropelada.
- Mas eu estava longe dele. Será que a mamãe não irá nos levar à aula hoje?
- Não sei. Ela está brava.
- Eu vi. Não gosto quando ela fica assim.
- Lu, vamos comer algo? Eu fiquei com fome.
- Você não quis a minha comida.
- Você não tinha comido nada. Vamos. Acho que não iremos mesmo para a aula. Podemos brincar a tarde toda, sem ninguém nos importurnar. O que você acha, Luísa?
- Com certeza, só irei fazer uam coisas ali dentro e já volto...
- Certo, irei esperá-la aqui na rede. Não demore.