Alana achou estranho, mas decidiu guardar essa sensação para si mesma. Afinal, com Juan fora por alguns dias, ela poderia aproveitar um pouco de liberdade e descansar em paz.
Naquela noite, deitada na cama enorme, Alana ficou olhando para o teto. Pela primeira vez, ela percebeu como o quarto principal era grande. Tão grande que parecia estar cercada por uma solidão infinita, prestes a engoli-la. Nem mesmo se deu ao trabalho de apagar a luz do abajur na parede.
Foi só então que Alana percebeu o quão assustador o hábito pode ser. Sem se dar conta, ela já havia se acostumado com a presença de Juan. Ele era como o ar: invisível, mas sempre presente ao seu redor, infiltrando-se lentamente em sua vida.
Ela virou a cabeça para o lado vazio da cama. Quando Juan estava ali, ela até reclamava que o espaço era apertado. Mas agora, a cama parecia grande o suficiente para acomodar três dela.
Sem o calor familiar daquele corpo ao lado, sem o toque reconfortante da pessoa que costumava dividir a cama