Duas da manhã.
Miguel ainda estava à beira do lago.
Metade da água já havia sido drenada, revelando a lama nas margens, mas a equipe de busca ainda não havia encontrado Luiza.
Já se passaram mais de 40 horas, e os socorristas começaram a acreditar que as chances de encontrá-la com vida eram mínimas.
Mas Miguel não permitiu que retirassem os equipamentos.
Mandou trazer refletores gigantes para iluminar o lago como se fosse dia. Ele estava decidido a encontrar Luiza.
Marina continuava sentada à beira do lago.
Geraldo tirou o paletó e colocou nos ombros dela.
Marina olhou para ele, e ele disse:
— Está frio, vista isso.
Marina não respondeu nada, apenas olhava para Miguel de tempos em tempos.
— Ele ainda não vai embora?
— A Luiza está desaparecida, e as primeiras 48 horas são críticas. Como ele poderia querer sair daqui? — Geraldo deu uma olhada.
À distância, Miguel parecia uma estátua, parado e imóvel à beira do lago.
Marina, com um pouco de compaixão, mordeu os lábios e disse:
— Tente co