Vejo mamãe assim que entro em casa, ela está sentada no sofá rodeada de preparativos para o jantar beneficente que ela está organizando desde o inicio do mês. Ao sentir minha presença ela levanta e vem em minha direção com os braços abertos, me aconchego em seu colo como eu fazia quando era criança, e ainda tem o mesmo efeito calmante, de quando eu era apenas uma pirralha chorona.
- Sinto muito querida, seu pai me ligou avisando. - Ela beija o topo da minha cabeça passando as mãos em meus cabelos. - Como Você está? Está machucada? - Ela afasta-me, analisando-me com um olhar de mãe preocupada. Sacudo a cabeça em sinal negativo.
De repente as lembranças dos eventos de hoje mais cedo vem em minha mente. A gritaria, o barulho dos tiros, o pavor e desespero de não saber se sairíamos de lá vivos, me afl
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Capítulo XIII
No decorrer das duas semanas tenho preferido ficar mais em casa, tranquila no meu quarto estudando, fazendo trabalhos e pesquisas da Faculdade, aproveitando e colocando a leitura em dia o que venho tentado desde o início do ano. Aproveito e tenho passando mais tempo com minha mãe, a ajudando com os preparativos finais do jantar que será semana que vem. Gosto desses nossos momentos juntas, de ver sua alegria em poder ajudar crianças e jovens que precisam desses pequenos gestos humanitários para reconstruir suas vidas.Todas essas tarefas e momentos com mamãe tem me ajudado a manter meus pensamentos longe do ocorrido no Starbucks. Ainda tenho medo e aflição só de imaginar que quem quer que tenha tentado me matar ainda pode vir atrás de mim ou dos meus pais e cumprir suas ameaças. Não houve mais nenhum incidente desde aquele dia, tudo tem sido mais calmo.
Capítulo XIV
Em minha mente me pergunto... O que eu estou fazendo sentada aqui ao lado do Caio? Quando eu poderia estar fazendo milhões de coisas mais interessantes, como por exemplo, eu poderia estar nesse momento na piscina da minha casa, desfrutando de uma sombra agradável com um suco gelado ou lendo, vendo um filme ou até mesmo batendo minha cabeça na parede até que eu tenha um aneurisma e perca os sentidos. Mas não, tive que ouvir a maluca da minha melhor amiga que só me põe em roubada, toda vez que ela diz que vai ser legal, pode saber vai dar merda, e olha só não é que deu mesmo? Não posso colocar a culpa no lugar, é até agradável, ambiente tranquilo e uma decoração rústica, o problema está na companhia. Que nesse momento não para de pôr a mão em mim, alisando meu braço, mexendo no meu cabelo. &nb
Capítulo XV
Organizar meu quarto tem sido uma ótima terapia, passei o resto da tarde arrumando a bagunça que estava minha escrivaninha. Joguei fora papéis velhos, guardei as anotações da semana e terminei trabalhos que estavam se acumulando. Depois coloquei em ordem meu closet, que se encontrava em total desordem, levei a manhã toda me ocupando , mas meus pensamentos me traíam ao me levar para a noite de ontem. Penso em James, em nosso quase beijo, em como eu desejava que tivesse acontecido, em sentir seus lábios nos meus, passei a noite sem conseguir dormir, pensando nele.Não há como explicar como me apaixonei por ele em tão pouco tempo, acho que foram os pequenos momentos que tivemos. As trocas de olhares, sorrisos tímidos, sua proteção, ainda assim, é loucura pensar que posso estar amando uma pessoa que entrou em minha vida há pouco tempo, mas que encontrou um
Capítulo XVI
Dava para ouvir o barulho da festa a quilômetros de distância, e ainda tivemos dificuldade para estacionar. James só achou vaga a uma rua depois, tivemos que ir a pé até a entrada da casa. CASA? Estava mais para mansão, três vezes maior que a minha, na verdade, nem se compara. Lá dentro estava uma bagunça de copos espalhados por todos os lados, pessoas dançando e se pegando sem nenhum pudor.Aproximo-me de James o avisando que vou atrás de Kallie.- Vou procurá-la, ela não deve saber que cheguei. - Grito para que ele me ouça sob a música alta.Ele concorda, afasto-me, abrindo caminho entre as pessoas dançando, quando sinto alguém pegar na minha mão e entrelaçar nossos dedos.-Tenho que estar com você o tempo todo, se lembra? - Dou uma revirada de olho, mas um sorriso involunt&aacu
Capítulo XVII
Observo as luzes da cidade passando pela janela do carro. Encosto a cabeça no banco e fecho os olhos absorvendo tudo o que aconteceu hoje. Definitivamente eu deveria ter ficado em casa e não ido a essa festa idiota, quando Caio começou com suas indiretas, estava na cara que não iria terminar bem. Qual o problema dele com James? Na verdade qual o problema desses dois?Saímos da festa assim que Caio disse aquelas palavras enigmáticas, sumindo no meio da multidão, nem tive tempo para questioná-lo, pois arrastei James de lá, ignorando os olhares acusadores dos meus colegas da Faculdade. Odeio ser o centro das atenções, mas ultimamente parece que os holofotes estão sempre voltados para minha pessoa. E aqui estou eu, o motivo de uma briga sem sentido.Porque o fato de eu estar dançando com James irritaria Caio? Não temos nada um com o outro. F
Capítulo XVIII
Entro em meu quarto nas pontas dos pés para não acordar meus pais que dormem no quarto no fim do corredor. Encosto-me na porta com o coração a mil e um sorriso que se nega a sair da minha face. Nunca imaginei que minha noite terminasse em James se declarando para mim e que nós nos beijaríamos, estou tão feliz que provavelmente não conseguirei dormir. Desencosto da porta e vou para o banheiro, preciso urgentemente de um banho frio para esfriar as chamas que ainda queimam meu corpo.Em frente ao espelho observo o brilho em meus olhos, e o sorriso idiota que se nega sair de meus lábios. Acho que meus sentimentos por James podem ser ainda mais profundos do que imaginei, como posso ter me apaixonado por ele, em apenas um mês que o conheço? Frustrada, desvio o olhar do meu reflexo, desenrolo da toalha, visto uma camisola preta. Vou para o q
Capítulo XIX
Abro os olhos lentamente por causa da claridade que inundou meu quarto. Estava tão apavorada que não tive coragem para fechar as cortinas, só consegui dormir quando o dia estava amanhecendo. Sento-me na cama, passando a mão no pescoço, o estralando, sentindo-me cansada mentalmente e fisicamente pela noite mal dormida. Tudo de que eu preciso agora é de um banho quentinho e relaxante para me fazer esquecer os acontecimentos da noite passada. Após, vinte minutos no banho, procuro algo para vestir que seja confortável, pego uma blusa cinza e uma legging preta, uma camiseta jeans para amarrar na cintura e uma botinha preta no armário do closet. Faço um coque no cabelo e espirro um pouco de meu perfume preferido de jasmim, que ganhei de minha mãe, em sua viagem a Europa.Pego meu celular na mesinha, saio do quarto indo para o andar de baixo, preciso comer alguma
Capítulo XX
Após o almoço, que se resumiu em basicamente em minha mãe falando sobre o jantar beneficente que acontecerá na próxima semana. Ela está muito empolgada com o evento, pois é um desses momentos que estaremos todos juntos reunidos, apoiando. Porque minha mãe é um exemplo de generosidade que sempre está disposta a ajudar quem precisa. Eu tenho um imenso orgulho dela como mãe e mulher, espero um dia ser um terço do que ela é.Como não tenho nada para fazer durante à tarde, definitivamente não quero ficar no meu quarto, antes ele era meu pequeno refúgio. Desde à noite de ontem passou a ser um dos lugares menos favorito da casa. Então resolvo andar pelo jardim, aproveitar que o clima está agradável, perfeito para uma caminhada, e quem sabe para uma leitura tranquila.Sigo por