POV de Judy— O que exatamente está acontecendo aqui? — Gavin perguntou ao entrar na sala; seus olhos analisaram a situação e, então, se fixaram na mão que ainda segurava meu pulso com força, deixando a pele avermelhada. Vi os olhos de Gavin escurecerem de fúria ao perceber as marcas vermelhas causadas pelo diretor. — Alfa Landry. — Disse Lucy, curvando a cabeça em respeito. — É uma honra finalmente conhecê-lo. Sou uma grande fã. Eu sou a Lucy… — Eu não perguntei. — Disse Gavin, erguendo a mão para silenciá-la. Ela imediatamente calou a boca, suas bochechas ficando cada vez mais coradas. Seus olhos não deixaram os de Thorne nem por um segundo. — Solte o pulso dela. O diretor Thorne imediatamente me soltou, e eu puxei meu braço para junto do peito, massageando o local dolorido. Gavin fez um gesto com a cabeça em minha direção, e os Gammas se apressaram em me afastar do lado do diretor e me levar com delicadeza para junto de Gavin. — Alfa Gavin, houve um mal-entendido. Eu só estava p
Ele me conduziu até as cadeiras e me fez sentar em uma delas enquanto ele se acomodava na outra, seus dedos ainda entrelaçados aos meus de forma gentil.— Então, nos diga o que nosso filho fez. — Gavin disse, voltando sua atenção ao diretor, que nos observava com cautela.O diretor Thorne pigarreou e olhou de um para o outro.— Matthew se envolveu numa briga ontem no refeitório. — Explicou, me fazendo engasgar. — Não toleramos brigas nesta escola, e a única razão pela qual ele não foi expulso é por ser um Landry. Eu queria discutir com vocês a punição adequada para o garoto.Eu esperava que Gavin listasse diferentes punição para Matt; brigar na escola certamente não era aceitável, e se ele não podia ser expulso por causa do sobrenome, então teria que haver outra consequência. Esperei Gavin explodir de raiva com Matt por esse comportamento.Mas o que eu não esperava foi a calma que se instalou nele ao encarar o diretor, como se o culpado ali fosse o próprio Thorne. Ele se recostou na ca
POV de Judy— O, o que você está fazendo aqui? — Matt perguntou, os olhos arregalados enquanto encarava o pai.Gavin arqueou uma sobrancelha e encarou o filho de volta.— Fui chamado para uma reunião entre pais e professores. — Explicou. — Fiquei surpreso ao ver que sua mãe já estava aqui.Matt lançou um olhar na minha direção, as bochechas ficando vermelhas, iguais às minhas.— Minha... minha mãe... — Matt sussurrou, agora olhando para o chão.— Sim. — Gavin disse, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e passando os dedos pela minha bochecha, fazendo arrepios percorrerem meu corpo. — Achei que ela teria que trabalhar hoje e não conseguiria vir. Fiquei surpreso ao vê-la aqui.Matt ergueu o olhar para nos observar; perguntas surgiam em seus olhos, além de uma grande confusão. Ele estava tão perdido quanto eu. Não conseguia acreditar que o pai estava mesmo entrando na nossa mentira.— Eu pedi para ela vir no seu lugar. Não queria que você ficasse bravo comigo. — Matt admiti
Matt veio logo atrás de nós.Só paramos de andar quando já estávamos fora da escola, perto do carro em que o Beta Taylor nos esperava. Os outros guerreiros Gamma estavam posicionados ao redor, não perto o bastante para ouvirem a conversa, mas próximos o suficiente para intervir se algo acontecesse.— Querem me contar que diabos vocês dois estavam pensando? — Gavin perguntou, finalmente soltando minha mão.Baixei o olhar para o chão.— A culpa foi minha, pai. Eu pedi pra ela fingir que era minha mãe. — Matt se apressou em dizer, tentando justificar nossa atitude. — Eu não queria que você ficasse bravo. Fiquei com medo, então pedi ajuda pra Judy ontem, durante a aula.Os olhos de Gavin se voltaram para mim.— E você foi na onda? — Ele perguntou, estreitando os olhos.— Eu provavelmente deveria ter feito mais perguntas sobre o que tinha acontecido. — Admiti. — Me desculpe, Alfa. Não era minha intenção enganá-lo.— Vocês foram tolos e infantis. Acharam mesmo que ninguém faria perguntas so
POV de Judy— E ele sabe que você não é o pai biológico dele? — Perguntei, olhando para Matthew adormecido ao meu lado.Gavin assentiu.— Sabe. — Respondeu suavemente. — Ele se lembra da época com a mãe... não foi boa, e até hoje ele tem pesadelos. Começou a me chamar de pai depois que veio morar comigo.— Foi um gesto bonito da sua parte acolhê-lo. — Comentei, sentindo meu coração se aquecer com a ideia de Gavin se importar tanto com alguém a ponto de fazer qualquer coisa por essa pessoa. Ele tratava Matt como se fosse seu filho de sangue, e nunca houve qualquer motivo para eu pensar o contrário.— Ele é família. — Gavin disse com um leve dar de ombros.Eu queria dizer mais, mas não tinha certeza do que seria apropriado naquele momento. Então, fiquei em silêncio até o carro parar diante da mansão.— É melhor a gente acordá-lo pra começarmos a aula de hoje. — Falei.Gavin assentiu.Eu dei um leve empurrãozinho em Matt e deslizei minha mão pelo lado do rosto dele. Ele parecia tão tranqu
— Rena? — Ethan perguntou.Irene riu.— Apelido de infância. — Explicou. — Wallie, esse é meu noivo, Ethan.— Ah, o famoso Ethan. É um prazer finalmente te conhecer. Ouvi ótimas coisas sobre você pela minha prima. — Disse Walter, apertando a mão de Ethan.— Li alguns dos seus trabalhos recentemente. Você é bem conhecido no país F. Deve se orgulhar do que conquistou. — Respondeu Ethan.— Que tal irmos pro salão? Tem comida e bebida. — Sugeriu Irene, pegando o braço de Walter e guiando-o pelo corredor até o salão dos fundos.Assim que se acomodaram nos sofás e começaram a beliscar os petiscos, Walter e Ethan passaram a conversar sobre negócios e os planos de Walter para o futuro da sua empresa. Irene ouvia atenta, adorando ver os dois homens que mais amava se dando tão bem.— Então, você vai se tornar Alfa quando seu pai se aposentar? — Ethan perguntou, depois que Walter explicou que sua mãe era filha do antigo Alfa e, após a morte dele, seu pai assumiu o cargo, tornando a mãe Luna e Wal
POV de JudyEu não era cega. O cara que estava no salão com a Irene e o Ethan era incrivelmente atraente. E também tinha algo de familiar. Ele me olhava como se eu fosse a única pessoa no mundo, e aquilo fez minhas bochechas arderem.Pisquei algumas vezes e forcei um pequeno sorriso antes de sair apressada do salão e me juntar ao Matt lá fora. Ele estava arremessando adagas nos bonecos de treino. Sua postura havia melhorado bastante com o tempo. Quando me aproximei, ele parou e pegou a garrafa de água que lhe entreguei.— Você sabe se a Irene tava esperando visita hoje? — Perguntei, sentando na grama ao lado dele.Ele olhou em direção à mansão, pensou por um instante, e então seus olhos se acenderam de reconhecimento.— Meu primo Walter tá de visita por um mês. — Respondeu Matt. — Só encontrei com ele uma vez, mas acho que era pra ele chegar hoje.Franzi as sobrancelhas, tentando lembrar de onde eu o conhecia, e então tudo fez sentido.— Walter Landry? O jornalista do país F? — Pergunt
— Posso demonstrar? — Ele perguntou, passando por mim com aquele jeito confiante. Caminhou até o arco e flecha, colocou a aljava nas costas, pegou uma flecha, ergueu o arco do chão e foi até o alvo. Parou a uma curta distância.Colocou a flecha no arco e soltou a corda. Acertou bem no centro. Eu ia comentar que ele estava tão perto que até uma criança conseguiria, mas antes que eu abrisse a boca, ele se afastou mais, pegou outra flecha e cortou a anterior ao meio.Arregalei os olhos. Nunca tinha visto uma flecha ser destruída assim.E ele não parou. Continuou recuando, cada vez mais longe, e mais uma flecha partida. Em pouco tempo, ele já estava no meio do campo. Puxou a corda do arco com calma e a flecha cortou o ar num piscar de olhos e destruiu mais uma no alvo.O chão começou a ficar coberto de flechas quebradas. Cada disparo, uma precisão absurda. Quando chegou à última flecha, ele estava do outro lado do campo. Mal dava pra enxergar direito de tão longe. Até a Irene tava apertand