POV da Vista de Judy— Aquele idiota! — Exclamou Nan, enquanto estávamos na fila do café do campus, esperando para fazer nossos pedidos. — Não acredito que ele teve coragem de fazer isso com você ontem à noite. E envolver sua mãe??Era a manhã seguinte depois que Ethan veio me ver, e eu acabara de contar a Nan sobre o que tinha acontecido. Eu ainda estava em choque com a ousadia de Ethan de aparecer na minha casa e usar minha mãe como chantagem, como se eu tivesse que aceitar ser amante dele em troca. Eu me senti enojada com isso, mas também um pouco culpada. Sentia pena da Irene; ela não merecia ser tratada daquela forma, mesmo sem saber de nada.— Eu mandei ele embora. — Concluí a história e dei de ombros de desprezo.— O que posso trazer para vocês hoje? — Perguntou a barista, Nicole. Nicole estava em algumas das minhas aulas e era uma boa lutadora. Já tinha treinado com ela algumas vezes. Ela trabalhava no café a cada dois dias e sempre preparava minhas bebidas perfeitamente.— Só
— Pense o que quiser. — Murmurei. — Não preciso provar nada pra você.— Talvez vocês devessem se preocupar com suas próprias vidas. — Disse Nan, cruzando os braços.— Esquece isso, Nan. — Falei, balançando a cabeça. — Vou pra aula. Te vejo depois.Nem esperei resposta, só fui embora.Até a aula estava estranha; todo mundo me olhava e cochichava. A professora também me observava com um olhar diferente enquanto entregava as tarefas, e franzi a testa ao olhar para o papel.Era impressão minha ou a fonte estava diferente?Olhei para a garota ao meu lado e percebi que o papel dela parecia normal.— Posso ver o seu rapidinho? — Perguntei.Ela franziu a testa, mas assentiu e me entregou. A formatação estava diferente mesmo — as palavras no meu papel eram menores.— Valeu. — Murmurei, devolvendo a folha.Passamos a aula fazendo os exercícios, e, ao sair, a professora me chamou:— Você foi muito bem hoje, Judy.Ela falou devagar, como se estivesse falando com uma criança.Franzi a testa.— Ah..
POV de JudyTodos os professores sabiam sobre a minha dislexia?Como o coordenador descobriu isso? Todos os meus médicos e terapeutas haviam me garantido que ninguém de fora do meu círculo próximo saberia disso. Eu não queria ser tratada de forma diferente, como se eu fosse incapaz. Mas parecia que meus piores medos estavam se tornando realidade. Todos sabiam sobre minha dificuldade, e agora achavam que eu não era capaz de aprender de verdade.Achavam que eu tinha sido a responsável por armar para a Carol e que fui eu quem trapaceou esse tempo todo. Só de pensar nisso, meu coração apertou no peito.Não conseguia mais ouvir a conversa entre a Nicole e o Professor Morgan. Eu não ia deixar essa situação estragar minha aula favorita, e muito menos permitir que os professores pensassem que eu era incapaz de participar como qualquer outro aluno.Cruzei os braços e caminhei até virar o corredor, me colocando na frente dos dois fofoqueiros. O rosto de Nicole ficou pálido quando me viu, e sua b
Não me surpreendi ao ver o carro de luxo familiar me esperando do lado de fora da escola quando terminei minha última aula do dia. Leroy estava parado ao lado do carro e, ao me aproximar, ele me deu um sorriso educado antes de abrir a porta de trás para mim.Franzi a testa para ele.— Você precisa tomar cuidado. Se os outros te virem, vão começar a levantar suspeitas. — Lembrei.Ele baixou a cabeça, as bochechas coradas.— Não pensei nisso... Me desculpe, senhorita Montague. — Murmurou.Suspirei e entrei no carro antes que alguém me visse. Leroy fechou a porta e foi para o banco do motorista. O trajeto até a Vila do Gavin foi silencioso, mas eu não me importei. Isso me deu tempo para realmente refletir sobre o dia como um todo. Alguém contou ao coordenador sobre minha dislexia — por qual motivo, eu ainda não sabia.O que essa pessoa achava que conseguiria com isso?Talvez quisesse arruinar minha reputação? Mas por quê?Leroy parou o carro e saiu para abrir minha porta. Agradeci e entre
POV de Judy— Ah, oi Judy. — Disse Irene enquanto se recuperava do abraço de Ethan. Suas bochechas estavam coradas e aquele sorriso não deixava seus lábios. Ela passou os dedos pelos cabelos e me lançou um olhar envergonhado ao entrar na sala de estar.Matt levantou os olhos da lição de casa para olhar sua irmã.— Como vão as coisas por aqui? — Ela perguntou, sentando-se no sofá de dois lugares do outro lado da sala. Ethan sentou-se ao seu lado, seus dedos entrelaçados aos dela. Eles estavam todos carinhosos e próximos um do outro. Eu me perguntava se ela sabia que ele estava na minha casa na noite passada enquanto ela tentava desesperadamente ligar para ele.— Ótimo, só terminando um pouco de Álgebra. — Respondi, voltando-me para Matt. Tentei ao máximo ignorar Irene e Ethan enquanto ele sussurrava palavras doces em seu ouvido, fazendo-a rir.Não pude evitar sentir a irritação subindo pela minha espinha. Podia sentir o olhar de Ethan pousando em mim periodicamente, mas apenas endireite
— Me solta. — Falei entre os dentes.— Quando você vai parar de fingir que não sente nada por mim, Judy? — Ele perguntou, com a voz baixa e carregada de desejo, os olhos escuros que fizeram um arrepio gelado subir pela minha espinha. — Eu sei que você ainda me quer.— Só nos seus sonhos, Ethan. — Murmurei, arrancando meu braço do aperto dele.— Você estava nos observando com esse olhar cheio de ciúmes. — Ele retrucou, segurando meu queixo entre os dedos e me forçando a encará-lo. — Não dá pra negar isso.— Eu estava observando você ostentar seu relacionamento. — Respondi. — Foi incômodo e completamente desnecessário. Principalmente na frente do irmãozinho dela.Ele soltou uma risada debochada.— Não finge que se importa com aquele pirralho. — Zombou. — Nós dois sabemos que você só está usando ele pra se aproximar do Gavin.— Você não faz ideia do que está falando. — Rosnei, empurrando a mão dele para longe do meu rosto.— Não finge que não é falsa, Judy. — Ele rosnou de volta.Estreite
POV de Gavin— Me lembra de novo por que estamos correndo pra sua vila, Alfa? — Taylor perguntou, me encarando pelo retrovisor com um olhar nada sutil.Ignorei o olhar dele e mantive meu olhar fixo pela janela.— Não estamos correndo. — Murmurei.— Assim que a reunião acabou, você saiu do casarão do bando disparado. — Ele lembrou, com as sobrancelhas erguidas.— Apenas se concentre na estrada e não nos meus assuntos, Beta. — Falei entre os dentes, deixando minha aura de Alfa transbordar.Taylor me encarou por mais um segundo antes de dar um leve sorriso e voltar a olhar para a frente.— Sim, senhor. — Murmurou. Mas o tom de deboche não passou despercebido. Fiz uma careta, mas não disse mais nada até chegarmos à vila.Ele estacionou o carro em frente à entrada principal e eu saí rapidamente. Ajustei meu terno, limpei a garganta e acenei em agradecimento. Vi pela janela que Taylor arqueava a sobrancelha para mim, mas continuei ignorando. Virei-me e entrei na vila. Adam estava parado à po
Ethan assentiu, os olhos sombrios e claramente irritados, mas se controlando.— Sim, Alfa. — Respondeu com a voz rouca.Ele saiu rapidamente do salão e foi para a cozinha. Judy permaneceu parada, firme, os olhos fixos nos meus, procurando algo... mas eu não sabia o quê.— Está orgulhosa de si mesma? — Perguntei, não conseguindo evitar o tom de desprezo. — Era esse o seu objetivo? Provar que ainda tem ele na palma da mão?Ela piscou, surpresa.— Você está falando sério? — Perguntou, erguendo as sobrancelhas. — Eu não pedi por aquilo. Ele me atacou; me prendeu contra a parede apesar das minhas tentativas de afastá-lo. Ele não me deixava ir.— E você espera que eu acredite nisso? — Balancei a cabeça. — Parece que toda vez que viro as costas, você e o Ethan encontram um jeito de se reencontrarem. Coincidência?Ela apertou os lábios e manteve o olhar fixo no meu.— Eu não pedi por aquilo, nem queria que acontecesse. — Disse com firmeza. — Mas você pode pensar o que quiser.Ela começou a se