Merda.
Assim que coloco o café do sr. Moore em cima de sua mesa meu cotovelo bate em uma caixinha cheia de canetas e clips, que leva tudo ao chão.
Me curvo para pegar os clips primeiro, mas meu vestido sobe demais e sinto que minha bunda esta quase de fora.
Para não complicar as coisas, apenas me ajoelho no chão e sento em cima dos meus pés, assim meu vestido não sobe e posso alcançar os clips.
Começo a pegar todos, mas quando parto para as canetas, vejo que a maioria caiu debaixo de sua mesa.
Começo a me inclinar no chão para alcançar a caneta quando alguém pigarreia na porta do escritório.
- sr. Moore.- digo ao olhar para a porta e vê-lo.- me desculpe, deixei as canetas caírem, já estou terminando de pegar.- digo pronta para voltar a me inclinar de novo.
- não precisa, eu mesmo pego.- ele diz chegando perto de mim e estendendo a mão para mim.
Levanto a cabeça para olhar em seu rosto e me lembro que ainda estou ajoelhada no chão.
Aceito sua mão para me levantar, e quando estou tão perto dele olho em seus olhos e em vez de encontrar o azul de sempre, apenas vejo sua pupila dilatada.
Deve ser a luz.
- Obrigada sr. Moore.- o agradeço.
- Pode ir terminar oque estava fazendo, eu pego as canetas, na hora do almoço saímos juntos.- ele diz e eu concordo.
Quando vou me afastar percebo que estávamos bem próximos, mas não dou importância para isso.
Ele acabou de me tirar do chão.
Apenas viro as costas e saio de sua sala.
Fico na minha mesa trabalhando o resto da manhã, ate que da a hora do almoço.
Sr. Moore sai de sua sala e vejo que é minha deixa para pegar minha bolsa e o acompanha-lo.
Descemos ambos em silêncio para o hall de entrada enquanto ele meche no celular, pegamos se carro na porta da empresa e saímos para as ruas de São Paulo.
- Sabe o endereço do restaurante? - ele me pergunta.
- Fica bem no centro senhor, é um restaurante italiano.- digo para ele e passo o endereço.
Vamos o caminho conversando sobre trabalho e vinte minutos depois chegamos ao restaurante.
Caminhamos em silêncio ate o local da mesa, mas estranho ao ver a mesa em questão cheia de pessoas.
Sr. Moore olha para mim sem entender, percebendo que estamos na mesma situação apenas caminhamos ate a mesa onde se encontra os sr. Pereira.
Junto aos homens também à algumas mulheres bem vestidas e maquiadas, ate demais para apenas um almoço.
- Sr. Moore, que bom que veio.- o senhor Pereira diz ao nos ver chegar.- Desculpe avisar de última hora que o nosso almoço virou meu almoço de comemoração.
- sr. Pereira, agradeço pelo convite, mas pode me dizer oque estamos comemorando?- ele pergunta.
- Meu noivado, a mulher da minha vida aceitou meu pedido.- ele diz olhando para uma mulher sentada na mesa.
Vejo que ela esbanja um belo anel de brilhantes no dedo e um grande sorriso no rosto.
- E quem é essa bela moça?- sr. Pereira diz me olhando.
Antes que eu possa responder, sr. Moore se aproxima de mim e segura em minha cintura.
- Essa é Luiza, minha acompanhante.