Assim que chego em meu apartamento, penso em tudo oque ela me disse.
Se ela aceitar minha proposta de ir comigo para a sede, ela pode ficar longe de quem ela quer e mudar de ares, como ela disse.
E talvez lá ela possa conhecer alguém...
A Luiza, ela foi tão profissional hoje antes daquele ser aparecer e dizer merda.
Não me lembro de nenhuma das minhas secretarias dirigir meus compromissos do jeito que ela faz.
É isso, preciso de Luiza comigo. Mas primeiro quero saber oque aconteceu naquela empresa.
Passo meu domingo relaxando, sei que na segunda feira vai ser estressante.
E dito e feito.
Ao acordar na segunda com o barulho irritante do celular fazendo o trabalho do despertador já me irritou.
Acordei mais cedo que o normal, preciso chegar a empresa antes que Luiza vá com sua carta de demissão.
Me arrumo da melhor maneira possível para um CEO, saio do apartamento e pego meu carro na garagem.
Esta cedo e não há carros na rua.
Por causa disso chego sem problemas a empresa.
Mas em vez de descer a garagem subterrânea, paro meu carro na porta do prédio.
Não vou subir direto para a minha sala pelo elevador da garagem.
Vou passar pelo hall de entrada e ver como anda as coisas.
Assim que entro olho por todos os lados. Ha poucas pessoas, ainda esta cedo.
Começo a caminhar em direção ao elevador mas sou parada por uma recepcionista.
- Com licença senhor, não pode ir nesse elevador, é privado.- ela diz e depois de me olhar por um momento volta a falar - pode me mostrar sua identificação?
Era só oque me faltava, ter que me identificar para entrar na minha própria empresa.
- Esta de brincadeira?- pergunto.
- não senhor, é questão de segurança.- ela diz.
Certo, ela deve ser nova.
Entrego meu cartão de visitas a ela que fica pálida na hora.
- Me desculpe pelo incômodo sr. Moore.- ela diz de cabeça baixa.
- Não se preocupe, é bom saber que seguiu o protocolo, agora se me der licença.- digo e entro no elevador.
Assim que as portas se fecham, pego meu celular e disco um numero.
- Sr. Moore, em que posso ajudar?- o senhor do outro lado da linha pergunta.
- Pode vir ate a minha sala Carlos?- pergunto.
- claro senhor, me de cinco minutos.- ele diz e eu concordo desligando o celular.
Assim que saio do elevador e entro na sala é o tempo de eu sentar em minha mesa e ouvir o elevador chegando ao meu andar.
Poucos segundos depois uma batida na porta e Carlos entra com seu uniforme habitual.
- Sr. Moore, em que posso ajudar?- ele pergunta parando em frente a minha mesa.
- Conhece a minha secretaria certo?- pergunto.
- Sim, todos conhecem a srta. Luiza.- ele fala.
- Fiquei sabendo que houve coisas desagradáveis aqui na empresa em relação a ela, mas não sei ao certo oque aconteceu.- digo e ele balança a cabeça concordando.- Eu creio que o senhor saiba de alguma coisa.
- a srta. Luiza é uma pessoa muito gentil e educada, sempre que sou responsável pelo andar da presidência ela me trata super bem, mas não posso dizer que os outros a tratam do mesmo jeito.- ele diz.
- como assim Carlos?- pergunto.
- Quase ninguém a trata bem nessa empresa, não gostam quando ela pega o mesmo elevador que eles, e as coisas que dizem sobre ela aqui na empresa são horríveis, estão sempre zombando dela.- ele diz e sinto uma raiva descomunal.
- Obrigada Carlos, você pode ir.- digo e logo fico sozinho.
Pego o telefone em minha mesa e LIGO para a recepção.
- Recepção da Moore's Interprise, em que posso ajudar?- uma voz feminina invade a linha.
- Aqui é o sr. Moore, assim que os representantes de cada setor chegar mandem eles irem imediatamente para a sala de reuniões.- digo.
- Sim senhor, mais alguma coisa?- ela pergunta.
- Você é a garota da recepção que me parou mais cedo não foi?- pergunto.
- sim senhor.- ela diz baixo e temerosa.
- Assim que todos subirem, você sobe também.- falo e desligou o telefone.
Mal da tempo para respirar e alguém bate a porta.
- entre.- digo.
A porta se abre e Luiza entra na sala.
O cabelo esta amarrado em rabo de cavalo perfeito, usa uma saia social rosa clara e uma blusa branca.
Esta linda e arrumada para trabalhar, ou melhor, se demitir.
- Luiza, entre e sente-se na cadeira.- digo e ela obedece me cumprimentando.
Ela abre uma pequena bolsa que estava com ela e tira uma carta.
- Aqui esta senhor, como disse minha carta de demissão.- ela diz me entregando.
- Posso aceitar sua demissão Luiza, mas tenho uma contra proposta.- digo e ela me olha atentamente.
- Eu não vou voltar a trabalhar aqui sr. Moore.- ela diz firme.
- Tudo bem, mas você é profissional e não quero te perder como funcionária.- digo.- Quero que venha trabalhar comigo na sede da Inglaterra Luiza.
Por um momento ela não fala nada e apenas me olha atentamente.
Seus olhos verdes de algum jeito combina com seu rosto e com seu cabelo castanho.
- Oque disse?- ela pergunta receosa.
- Quero que venha trabalhar comigo na sede e assuma a posição da minha antiga secretaria.- falo e antes eu possa continuar e ela responder alguém bate a porta.- entre.
A garota que trabalha na recepção entra e parece estar com medo.
- com licença senhor, todos os representantes já estão na sala de reuniões.- ela diz.
- muito obrigada, você pode esperar um pouco ali fora enquanto eu término aqui com a senhorita Luiza?
- claro senhor.- ela diz saindo e fechando a porta.
- Então Luiza? Oque me diz?- pergunto a olhando firmemente
- E-eu não sei... é meio de repente essa proposta.- ela diz.
- tire a semana de folga Luiza, pense sobre isso, ficarei aqui um mês e quando voltar espero que esteja comigo.- digo sinceramente.
- obrigada, pensarei sobre isso.- ela diz e nos despedimos.
Digo para que ela peça para a recepcionista entrar, enquanto isso eu acesso o currículo da moca.
Daniela Souza.
- Com licença sr. Moore.- ela diz ao entrar na sala.
- Sente-se Daniela, estava lendo seu currículo e você é estudante de administração certo?- pergunto e ela assente.
Algumas das minhas empresas costumam contratar estudantes para estagiar ou trabalhar.
- Sim senhor, estou já no meu quarto ano.- ela diz.
- Certo Daniela, te chamei aqui por que quero te transferir de setor.- falo e ela arregala os olhos.
- Isso é por causa do erro que cometi mais cedo senhor? Entendo se quiser me demitir.- ela diz.
- sim é por causa do que ocorreu mais cedo, mas aquilo não foi um erro. Para você eu era um estranho e você não deixou um estranho entrar na minha empresa, é alguém em que devo confiar.- falo e ela me olha atentamente.- minha secretaria esta de folga e quero que a substitua essa semana.
- Eu?
- sim, é claro que recebera de acordo com a tarefa e a carga horaria.
- eu adoraria isso senhor.- ela diz.
- Que bom, você pode começar agora mesmo. Temos uma reunião para ir.- digo para ela que sorri.
Saímos da minha sala junto e ela pega um bloco e caneta na mesa de Luiza. Ela sabe oque faz.
Então caminhamos para a sala de reuniões, esses idiotas vão ouvir.
E muito.