Ele dá um beijo na minha testa e sai rapidamente. Eu fico naquele sofá quieta, ansiando para que Zion volte logo. Passados cinco minutos, a campainha do apartamento toca. Eu levanto, xingando meu primo mentalmente por ter esquecido a chave. Mas quando eu abro a porta, dou de cara com Nate, coberto de neve.
— Cat? Que cara é essa? Cadê o Zion?
— Entra, Nate. — eu digo e me afasto da porta, voltando para o sofá.
— Você está bem?
— Não muito. — digo baixo.
— O que tem?
— Uma pequena febre.
Nate retira sua jaqueta, deixando cair neve pelo piso de madeira e coloca em cima do braço da poltrona. Depois se aproxima de mim, sentando perto do meu pé, e coloca sua mão, hiper, mega, super gelada na minha testa.
— Mas você está ardendo em febre!
— Sua mão que é uma pedra de gelo ambulante! — digo, empurrando sua mão para longe.
— Nem é!
Eu abro um pequeno sorriso e ele abaixa a cabeça. Depois me olha de lado e retira o seu gorro preto, deixando mais neve cair e o enfia na minha cabeça.
— Para que isso? — pergunto puxando o gorro um pouco mais pra baixo, para cobrir as minhas orelhas.
— Para aquecer sua cabeça.
— Obrigada.
— Zion foi aonde?
— Disse que ia em uma farmácia comprar algo pra mim.
— Zion parece que não tem cérebro as vezes. — ele diz e revira os olhos. — Tem remédio aqui!
— Pega pra mim? Eu não aguento de dor de cabeça.
— Claro!
Ele vai até a cozinha e logo volta com um copo d'água e um comprimido. Eu coloco o comprimido na boca e bebo a água sobe o olhar fixo de Nate em mim.
— Não fica me olhando assim, Nate. — digo envergonhada e dou o copo a ele.
— Desculpa.
Ficamos nos encarando e Nate me dá língua.
— Ei!
— Que foi? — ele ri.
— Você me dando língua.
— Você ficou me encarando, ué.
— Ah, garoto.
De repente Zion entra em casa tão cheio de neve, quanto Nate estava.
— CHEGUEI CAT. Nate o que faz aqui?
— Eu disse que iria vir aqui. — Nate se levanta e Zion se senta do meu lado. — E não precisa mais dar remédio a ela. Já dei.
— Como já deu?
— Aqui tinha. — eu digo. — Ele foi lá, pegou e me deu.
— Ah...
— Zion? — eu o chamo e abro os braços. — Vem me esquentar.
Ele deixa o pacote da farmácia em cima da mesinha e senta atrás de mim. Eu me encosto em seu peito e ele beija a minha cabeça.
— Senta aí Nate! Vamos ver um filme. — Zion diz e eu puxo as minhas pernas para Nate sentar.
Depois que ele se senta, eu coloco minhas pernas no seu colo, fazendo—o sorrir.
Zion liga a TV e coloca em um canal de filmes. Estava passando Amanhecer parte dois.
— Ahhh, eu amo esse filme! — digo, me ajeitando.
— Eu sei, vampira. — Zion diz no meu ouvido e dá um beijo no meu rosto.
— Sou Team Jacob, ok?
— Ah, mas a Bella foi feita para o Edward! — Nate diz e eu o encaro. — Que foi? Sou Team Edward, ué!
Eu reprimo o riso e apenas mordo o lábio. Nate baixa a cabeça e sorri de lado.
— Será que vocês podem parar de se paquerar?
Nate levanta a cabeça ligeiramente corado e eu gargalho.
— Deixa de ser idiota, Zion. — digo olhando para Nate. — Não tem ninguém se paquerando aqui.
Pisco para Nate, que arregala os olhos ligeiramente, antes de baixar a cabeça. Zion tosse e eu olho para a TV morrendo de vontade de rir.
[...]
Estava na parte da luta, que na verdade é uma visão de Alice, quando eu sinto uma leve cosquinha no meu pé. Eu mexo-o, sem tirar os olhos da TV. Mas acontecia de novo. Quando eu olhava para Nate, ele parecia estar querendo rir. Então torno a olhar para a TV, mas olhando de lado para Nate. Vejo que ele está com uma mão bem perto do meu pé, e então sinto a cosquinha novamente.
— Nate se fizer isso mais uma vez eu juro, que vou te chutar! — digo olhando para a TV.
— O que você está fazendo com ela, Nate?
— Nada! E não me chute, Catssyn.
— Então para! — digo e o olho. — Eu não quero mais ver filme!
— Por quê? Nate para de encher ela!
— Não é por causa do Nate. — digo, desencostando de Zion e me sentando. — É que estou com fome.
— É verdade! Você nem almoçou.
— Porque não? — Nate pergunta. — Passou o dia doente?
Olho para Zion, pedindo mentalmente para que ele não conte nada sobre o surto que tive de manhã.
— Ela acordou tarde e já com febre.
— Ah entendi. Posso fazer um sanduíche para você. Quer?
— Nate, está querendo cuidar da Cat?
— Eu só me ofereci pra fazer um sanduíche, Zion. Não pira!
— Já notou que Nate fica todo corado quando mente? — Zion sussurra perto do meu ouvido e eu assinto, olhando para o loiro com as bochechas rosadas. — Eu vou lá fazer sanduíches para a gente! Fique aqui com ela.
Zion se levanta e vai para a cozinha.
— Então... Vamos terminar de ver o filme? — Nate pergunta.
— Não quero mais. — pego o controle e desligo. — Me fala de você!
— O que quer saber que já não saiba?
— Hm... é verdade! Mas eu conheço o Nate através da mídia. E do Nate comilão através do Zion!
— Eu não como muito! Ok... talvez um pouco.
— Nate...
— OK! — ele grita e eu rio. — Eu adoro comer. E muito.
— Posso contar um segredo?
— Pode.
—Também amo comer! — falo e ele ri.
— Já conhecia Londres?
— Não. É um sonho estar aqui. — digo, olhando para seus lindos olhos azuis.
— Quer sair comigo?
— O que?
— Sair. Quero te levar pra conhecer Londres! Mas se não quiser ir eu vou entender.
— Nate, eu...
— Aqui está o nosso lanche! — Zion diz entrando na sala com uma bandeja em mãos. — Atrapalho?
— Não. — Nate diz e suspira.
Zion apoia a bandeja na mesinha e se senta do meu lado. Ele torna a ligar a TV e coloca em um canal de clipes. Coincidência ou não, estava começando um clipe deles. Zion sorri pra mim.
— Vamos cantar Nate? — pergunta e Nate concorda.
Zion coloca a TV no mudo e canta lindamente. Eles deixam Leon cantar na TV, e eu observo, maravilhada, Zion cantar junto.
Olho para Nate, quando ele começa a cantar com Zion. Ele fica olhando em meus olhos, enquanto canta. A voz dele era doce, com um leve sotaque. Era uma voz completamente gostosa de se ouvir.
Eu seguro a minha vontade de cantar o solo de Logan, mas não consigo no de Henry e acabo cantando, fazendo os dois olharem pra mim.
Eu amo cantar. Claro que minha voz jamais estaria no nível da de Zion, ou de seus companheiros de banda, mas ela é no mínimo boa.
Finalizo a música junto com eles, e sorrio para Nate.
— MEU DEUS! — ele grita batendo palmas. — Isso é de família?
— Eu nem canto tão bem!
— Não canta? — ele sussurra. — Catssyn sua voz me seduziu. Eu quase não consegui cantar quando sua voz entrou em meus ouvidos. Foi como se eu tivesse ficado hipnotizado, petrificado.
— Que isso, Nate?
Ele olha para Zion e depois pra mim.
— Eu? É que... hmmm... é.,. eu vou embora.
Nate levanta rapidamente e pega na jaqueta. Ele anda tão rápido para a porta, que parece fugir de algo.
— NATE! — eu grito e literalmente corro até ele. Tiro o seu gorro da minha cabeça e coloco na dele. Pouso minha mão na sua bochecha e sorrio de lado. — Eu aceito.
— Aceita?
— Sair com você!
Ele sorri angelicamente, antes de me dar um beijo demorado na bochecha e sair. Eu fico olhando para a porta, com a mão na bochecha beijada, como se fosse uma boba apaixonada.
[...]
Zion fingiu que nada viu e eu adorei isso. Ele nunca foi desses primos invasivos. Na verdade, ele é como um irmão que eu nunca tive. Ele que sempre me protegeu e me aconselhou.
— Zion, o que acha do Nate? — pergunto indo até o sofá e me sentando do lado dele.
— Nate é um bebê! — ele ri e suspira. — Não tenho nada de ruim pra dizer dele. É um completo príncipe. De verdade.
— Isso é por que ele é seu amigo?
— Não. Se ele fosse um otário, eu falaria. Mas... por que esse interesse? Gosta dele?
— O QUE? — falo alto. — Eu nem o conheço direito. É que ele me chamou para sair... conhecer Londres.
— E você aceitou, né?
— Fiz mal?
— Claro que não! — ele me abraça e se encosta no sofá. — Nate é um ótimo menino. Certeza que vocês vão se divertir.
— É...
— Cat, está melhor?
— Depende. — digo e me afasto um pouco. — Da dor de cabeça sim.
— E aqui? — ele aponta para o meu peito, do lado do coração.
— Essa dor jamais vai sarar.
Eu me levanto suspirando e vou para a janela.
— Eu não vou mais perguntar o que aconteceu, até você se sentir pronta pra confiar em mim.
— Eu confio em você, Zion... é só que... — eu me sento no sofá e encosto a minha cabeça na janela. — Não é uma bobeira. É coisa grande. Séria.
— Catssyn...
— Me dê uns dias. — digo o olhando. — Uns dias para pensar. E enquanto isso, pensa se vai ou não me m****r embora daqui.