LEON
Depois de ter carregado Luan nos braços, de volta pra dentro, vejo de relance a face aliviada de Maria, lavada em lágrimas. E o de aprovação de Xavier. Percebo que meu filho enfia o rosto com toda a força no meu pescoço e crava seus dedinhos no meu ombro, ao passarmos pelo quarto de Jeniffer e do seu irmão. Nem sei como tive forças pra dar mais um passo, diante da representação da ausência deles. Ao chegar no quarto de Luan, o coloco sobre a cama.
Ficamos um tempo em silêncio, cada um tentando a sua maneira, encontrar uma forma de lidar com a dor.
- Aquilo que o vô Victor falou da minha mãe, é verdade? – pergunta em um fio embargado de voz.
E naquele instante, sou tomado pelo ódio. O cretino do Victor merece reviver sua morte pela eternidade, por ter sido tão cruel a ponto de fazer uma revelação dessas, sobre uma mãe a seu filho, de maneira tão insensível.
- Tudo leva a crer, que sim. – digo respirando fundo, pra não desmoronar mais uma vez diante dele.
- Agora que minha mamma se