Parte 12...
Elena
Elena
Eu estava imunda, fedendo a fumaça e suor, com o corpo coberto de arranhões e machucados que latejavam a cada movimento. A sede ainda queimava na minha garganta, mas o medo a abafava.
Não fazia ideia de onde estava ou quem era aquele homem que me observava com olhos impassíveis, de pé, segurando uma maleta preta.
— É essa a criatura? - mexeu nos óculos — Ela tem que sentar, pelo menos - ele entrou e fechou a porta — Pode sair e esperar lá fora. Eu vou ver o que posso fazer - ele ordenou com um sotaque pesado, sem qualquer gentileza na voz.
— Sente-se logo, garota - o que me vigiava ordenou, me puxando sem o menor jeito e eu gemi de dor — O doutor vai cuidar de você. Não cause problema, ouviu?
Suas mãos ásperas me levantaram, e eu mal conseguia me manter em pé. Minha cabeça girava, o mundo ao meu redor parecia desfocado e distorcido.
— O que... O que você vai fazer comigo? - minha voz saiu rouca, mal reconhecível.
Ele não respondeu. Em vez disso, apenas se ap