— Há quanto tempo ela se mudou para cá? — perguntei assim que tirei o pé do último degrau.
— Há uns 6 ou 7 anos, por aí. — sacou de seu bolso um pobre molho de chaves.
Respirei fundo enquanto o observava introduzir e girar uma das pequenas chaves na fechadura.
— Você tem chave da casa da tua mãe. — ergui as sobrancelhas em surpresa.
— Como vês. — girou uma última vez e empurrou a porta — Acredita, eu não queria.
— Ficaria menos surpresa se batessemos e ela viesse abrir. — enfiei as mãos nos bolsos traseiros das minhas calças e comecei a dar passos lentos para dentro.
— Mas ela não está. — depois de me dar passagem, fechou a porta nas minhas costas.
— Então nós viemos ver uma pessoa que não está? — ri.
— Não exactamente. — franziu o nariz — Ela já vem. Enquanto isso, nós aguardamos. Pode ser? — seu olhar castanho e intenso grudou no meu.