- Meu marido trabalha muito, está sempre ocupado, e não quero sobrecarregá-lo.
Clara levou a mão à testa, pressionando-a levemente, tentando aliviar as sombras em sua visão.
Para evitar mais desentendimentos com Simão, ela se segurou no corrimão da escada rolante ao lado e fez um gesto para ele:
- Não é nada sério. Seu carro está logo ali. Vou te acompanhar até o carro.
Simão baixou os olhos discretamente. Dadas as circunstâncias da noite anterior, se ela tivesse desmaiado no banheiro, poderia ter sido perigoso. No entanto, ela ainda estava priorizando o marido.
Ele não conseguia determinar se ela era ingênua ou se ela amava profundamente o parceiro.
De forma inesperada, ele relembrou dos desentendimentos que tiveram antes. Movido pelo desejo de se redimir, ele disse:
- Vou levá-la ao hospital primeiro.
Clara deu um passo para descer as escadas rolantes, mas quase tropeçou.
Simão agiu rapidamente e a segurou:
- Clara?
Clara estava sem forças. Ela havia lutado para se manter firme no re