Dimitri se inclinou para trás em sua cadeira de couro, com o telefone celular colado ao ouvido e a testa franzida de frustração. A luz tênue de seu escritório projetava sombras longas nas paredes, fazendo-o parecer ainda mais sinistro.
— E? Já falou? — perguntou, seu tom cortante refletindo sua impaciência.
Do outro lado da linha, um de seus homens hesitou antes de responder. Sabia que Dimitri não tolerava incompetência.
— Ainda não diz nada, chefe. O cara insiste que não sabe nada... Mas poderíamos partir para cortar, não? — A sugestão do capanga estava carregada de sadismo, e sua risada áspera ecoou do outro lado da linha.
Dimitri cerrou os dentes, considerando a proposta. Havia investido muito tempo e dinheiro em atrasar o julgamento, mas não havia conseguido pôr as mãos na evidência que procurava. O amigo de Julieta era sua única pista, e eliminá-lo agora seria desperdiçar uma oportunidade valiosa.
— Não. Espere um momento. — Sua voz saiu fria, calculista. — Deixe-o lá, sem ág