O que fazer quando a vida lhe arranca alguém importante? E quando você descobre que seu vizinho é muito mais do que apenas um amigo? Para Rebecca, uma jovem que perdeu sua mãe e enfrenta um luto profundo, essas perguntas se tornam dolorosamente reais. Após a morte da mãe, Rebecca descobre um segredo que muda sua vida: Antony, seu vizinho e confidente, é na verdade seu meio-irmão. E o mistério não para por aí. Antony, que sempre soube da identidade de seu pai—um influente mafioso—revela que ele e Rebecca são filhos de um homem envolvido com o crime organizado. A verdade é revelada quando a máfia começa a se interessar por Rebecca, e Antony é designado para protegê-la. Com sua vida virada de cabeça para baixo, Rebecca é forçada a enfrentar uma nova realidade de segredos e perigos. Enquanto tenta entender seu passado e se adaptar a um futuro incerto, ela deve lidar com a revelação de que seu mundo está interligado com o crime e o poder. Rebecca embarca em uma jornada de autodescoberta, confrontando o legado sombrio de seu pai e lutando para encontrar seu lugar em um cenário de alta tensão e intriga
Leer másA inauguração
Era Domingo e na frente do restaurante haviam três pessoas, um homem e duas mulheres. Os três se juntaram para reformar o restaurante temático Anos 80. Tinha a fachada vermelha com letreiro neon escrito Madonna, em seu interior as paredes era azul Tiffany com quadros de grandes artistas da época e discos fazendo a decoração, o piso era xadrez branco e azul Tiffany igual às paredes, havia bancos de couro vermelho e mesas brancas, balcão com bancos altos, ventilador de teto, lustres redondos, pista de dança com piso de madeira, área de jogos com pinball, fliperama e dardos, e até mesmo uma jukebox havia ali. Estava lindo, de longe já dava pra ver que o lugar era muito acolhedor. Um ambiente familiar cheio de nostalgia. O Restaurante ficava no Queens onde eles viviam. Rebecca, Antony e Samantha, os proprietários. Rebecca era jovem, negra, tinha os cabelos cacheados bem pretos, os olhos castanhos escuro redondos e um sorriso largo. Era uma jovem muito bonita, o rosto delicado, corpo atlético, vaidosa, cuidava do corpo, se preocupava com a aparência, por isso sempre estava cheirosa, de unhas feitas, rímel e gloss. Era uma jovem doce, porém muito independente e decidida. A mãe ensinou desde pequena a ser vaidosa, forte e independente. Rebecca adorava estar com a mãe, Samantha, já que ela era seu mundo. Samantha só tinha a Rebecca como filha. Numa noite de Outubro se encontrou com um homem, transaram e pouco tempo depois descobriu que estava grávida. Foi apenas uma aventura, ela nunca mais veria aquele homem, porém sempre sonhou em ser mãe e por isso ficaria com a criança. Samantha não dava sorte com os homens, e essa gravidez a deixou feliz demais, mesmo sendo mãe solo ela estava realizada. Criou a filha com muito amor e da melhor maneira possível. O que deu muito certo, Rebecca cresceu e nunca deu trabalho à mãe. Estudou, se formou, era muito caprichosa e muito responsável, e hoje estavam ali diante do seu próprio restaurante, fizeram tudo juntas e aquilo as deixou muito felizes. Bom não é necessário falar de sua aparência já que a Rebecca era praticamente sua cópia, a diferença mesmo era os olhos, os olhos de Samantha não eram escuros como os de Rebecca, ela sempre falava que puxou ao pai. Mas a vaidade, a alegria, personalidade forte e decidida eram iguais, Samantha era aventureira sempre dizia que a vida era pra ser vivida e Rebecca concordava, elas achavam que oportunidades não podem ser perdidas. Como as duas tinham uma ótima relação, Rebecca e Samantha não tinham segredos, então ela sabia da noite de aventura da mãe. Antony era apenas dois anos mais velho que Rebecca, era italiano. Cabelos bem escuros, olhos também, barba bem feita, atlético, alto, bonitão. Era calmo porém decidido, sério, pé no chão, namorador apesar de romântico. Somente Rebecca era capaz de lhe tirar sorrisos com facilidade e o deixar totalmente desarmado. A amizade deles era muito linda, viviam como irmãos. Conheceu as duas após se mudar com o pai Maurício para a casa ao lado, e depressa fez amizade com elas e com o tempo se tornou sócio. Todos os três estavam felizes com o resultado da reforma. Se olharam e se abraçaram. - Bom, não vamos ficar aqui na frente babando o resto do dia, né? Temos que nos arrumar para abri-lo. - Disse Rebecca animadíssima. - Calma maninha. - Disse Antony passando o braço no pescoço dela e puxando para um beijo no rosto. - Pensei em tomarmos uma cerveja ali na esquina antes, bora?! - Tô sem pique pra isso Tony! Pelo amor de Deus, olha o duro que damos e você não se cansa homem? - Disse ela se afastando dele. - Rebecca filha me perdoe, mas eu topo tomar uma com um italiano bonitão! - Falou Samantha passando a mão pra tirar a poeira e arrumando o cabelo num coque alto. - Sua mãe tem um ótimo gosto, diferente de você. Devia aprender com ela viu?! - Disse Antony rindo e estendendo o braço para Samantha. - Bom, vocês podem ir, eu tô fora! E por favor gente não se empolguem muito, temos que trabalhar mais tarde. Disse ela atravessando a rua para ir pra casa, Antony e Samantha foram juntos ao bar e realmente não demoraram muito. Se arrumaram e foram abrir o restaurante. Já havia algumas pessoas na frente do estabelecimento, os vizinhos que acompanharam todo o processo de reforma estavam ali para a inauguração. A inauguração nada mais era do que uma comemoração na vizinhança, e tinha bastante gente ali que gostava deles. Foi um sucesso, uma noite animadíssima, isso dava pra ver de longe. Risadas altas dentro e fora do estabelecimento, música, várias pessoas dançando, todos compartilhando da mesma alegria. Às 22:00 horas o som foi baixado e Samantha chamou a atenção de todos ao mesmo tempo trazendo para perto os dois jovens sócios. - Essa noite realmente está muito animada, e fico muito feliz por todos terem vindo. Bom, amanhã é segunda e precisamos dormir. - Todos riram. - Como vocês sabem, isso aqui, esse restaurante era um sonho meu, minha filha maravilhosa se juntou a mim e ainda arrastou esse jovem bonitão pra nossa história, ainda bem! Antony, meu querido Antony, obrigada por tudo, você sabe que é bem mais que um sócio, é amigo, é da família. Antes eu morria de medo de partir e deixar minha filha só, mas hoje tenho a certeza que esse rapaz nunca irá deixar isso acontecer. E Rebecca, minha filha, minha melhor amiga, minha companheira. Eu não tenho palavras que descrevam todo o meu amor e o orgulho que sinto de você , eu não mereço uma filha tão maravilhosa, mas Deus quis assim e sou grata demais. E vocês meus amigos, obrigada por terem vindo, por terem participado desse sonho, dessa noite. Uma ótima noite a todos! Assim encerrou a noite todos se abraçaram, uma troca de carinho sincero, e logo o restaurante estava vazio, só restando ali os donos que começaram a limpar e arrumar. Infelizmente ali seria a abertura e o fechamento de um sonho tão bonito.As primeiras semanas de vida de Dario foram um turbilhão de descobertas e adaptações. Seu pequeno corpo parecia frágil, mas ele demonstrava uma força surpreendente a cada dia. Nos primeiros dias, ele se acostumou com o mundo fora do útero, onde o conforto e a segurança que conhecia antes deram lugar a uma realidade mais vibrante e cheia de estímulos. A luz suave do quarto, os sons suaves da casa e o calor dos braços de Rebecca e Matteo eram tudo o que ele conhecia, e era ali que se sentia mais seguro. Dario passava a maior parte do tempo dormindo, seu sono tranquilo, interrompido apenas pelo som da mamadeira ou pelo toque suave de sua mãe, que o acordava para as frequentes mamadas. O leite materno, nutrindo seu corpo frágil, parecia ser tudo o que ele precisava. Cada pequeno movimento de sua boca ao sugar era uma lembrança de que, apesar de tão pequeno, ele estava começando a entender o mundo ao seu redor. Rebecca observava cada um de seus movimentos com olhos atentos. Ela notava,
Rebecca apertou com mais força a mão de Matteo, que olhava para o médico apavorado. A criança foi cercada por pessoas de jaleco. O pavor de Rebecca só crescia, a tal ponto que ela tremia. — Matteo… — falou com as mãos tremendo. Ele nada disse, apenas segurava a mão dela com força. — Por favor… — disse Matteo finalmente, com os olhos marejados. O bebê finalmente chorou. O casal suspirou de alívio e se abraçou. O médico, com um ar de cansaço, foi até eles com o bebê no colo. — Ele só passou um pouco da hora. — disse o médico, entregando o bebê a Rebecca. — Aqui, fica um pouco com ele. Logo vamos levá-lo para fazer exames. — Ele está bem? — perguntou Rebecca, chorosa. — Sim, mas precisamos fazer alguns exames. — respondeu o médico. Rebecca olhou para o seu bebê, que estava se acalm
Com o tempo, mudanças começaram a acontecer. Bruno, que sempre teve interesse apenas nos negócios, arrumou uma namorada e se viu envolvido por uma paixão que nunca havia sentido antes. Após apenas três meses, fez o pedido de casamento, que aconteceu na praia, com a presença de todos os familiares. Bruno se tornou tão dedicado à esposa quanto era ao trabalho. Maurício, por sua vez, começou a delegar os negócios a Bruno. Decidiu que era hora de curtir mais a família e os netos — dois, no total. Agora, ele ansiava para que Bruno lhe trouxesse mais netos. A família de Lorenzo se afastou dos negócios. Refizeram suas vidas e não mantinham mais tanta ligação com os Catalano. Após a morte de Lorenzo, acharam melhor se distanciar por questões de segurança. A família de Marco seguiu o mesmo caminho. Giovanni não se importou com a decisão deles; respeitou e continuou cuidando de tudo. Contud
Victor segurou a mão de Rebecca e a olhou por um instante, a dor evidente em seus olhos. — Me perdoe, me perdoe por ter tirado sua mãe... — ele falou com esforço, a voz falha, a emoção tomando conta dele. — Se não fosse a minha mãe, a sua estaria aqui. Fui burro, caí na conversa de Lia. Se não fosse por ela, meu pai estaria vivo, meu irmão também... — pausou, tentando recuperar o fôlego. — Aquela mulher destruiu tudo. Destruiu você, a mim... não posso escapar da minha culpa, não posso fazer isso. Rebecca o olhou em silêncio, sentindo um misto de raiva e compaixão. Mas, ao mesmo tempo, havia algo no pedido dele que tocava uma parte de si que ela não queria confrontar. — Victor... — ela começou, mas ele a interrompeu, com um esforço visível para continuar. — Por favor, me deixa terminar. — ele falou, sua voz rouca. — Eu te tirei a pessoa que você mais amava. Baguncei sua vida, e mesmo ferida, você conseguiu acabar comigo. Voc
Rebecca entrou no carro. Matteo esperava por ela, curioso sobre a visita que fizera a Victor. — Então, como foi? — perguntou ele. — Não sei dizer, ele está péssimo, não sei como ainda está vivo. — Vai deixar ele em paz mesmo? — Vou sim. — passou os dedos na testa, claramente pensativa. — Eu achei que sentiria algo de bom quando o visse minguado, mas não, fiquei com pena dele. Matteo ficou olhando sua feição. Ela estava confusa com os sentimentos que brotavam dentro dela. A testa franzida, a cara de brava, Matteo achou graça e começou a dirigir. — Amor, tudo bem você se sentir confusa com os sentimentos, você precisa seguir em frente. — falou ele com doçura. — Eu não sei como seguir em frente, parece que tenho que fazer algo com ele. — Rebecca, isso foi o que você colocou em sua cabeça. Essa obsessão precisa ser deixada para trás. Seguiram o caminho p
Mesmo sabendo que as cartas que recebia iam mexer ainda mais com seus sentimentos, Victor não conseguia evitar abri-las; sua curiosidade falava mais alto. As cartas eram a única coisa diferente que acontecia, e, a cada conteúdo, surgia algo novo. Victor não entendia, mas se acostumara com o ciclo que Rebecca o colocara. Após meses preso, começou a se sentir um pouco melhor quando ela começou a lhe escrever, por mais estranho que fosse. “Querido Victor, Já faz um ano que está preso. Mesmo sabendo de tudo o que lhe aconteceu aí dentro (devo confessar que tenho minha parcela de culpa em muitas coisas, mas, na real, ninguém vai muito com a sua cara mesmo), você resistiu, seguiu firme. Está mais durão do que eu imaginava; sinceramente, apostei com o Antony que não duraria três meses, mas olha só, você sobreviveu, ficou de pé por um ano, mesmo recebendo várias porradas da vida (literalmente). Da minha parte, te garanto que as surras vão acabar.
Último capítulo