Em um segundo, já não estávamos no lago e sim em um lugar lindo. Havia um homem com roupas pomposas, ele era velho, tinha barba branca e olhos azuis muito escuros, diferente dos de Caio e Elaine que eram claros como o céu, mas além da diferença havia tristeza em seus olhos o tipo de tristeza que eu via nos olhos do meu pai. Ele estava sentado em um trono de ouro e havia outras três pessoas (contar como são as três pessoas). Então um homem de cabelos negros se aproxima dele.
— Onde estamos? — Perguntei aflita para a criatura que me acompanhava.
— Estamos no passado, estamos no passado de sua rainha. — Eu olhei novamente para tudo, parecia que estávamos ali invisíveis para eles, fiquei tentada a dançar apenas para ter certeza que não nos viam.
— Ele é o pai dela?
— Preste atenção! — Ele diz simplesmente, não respondendo meu questionamento e apontando para o trono.
O homem ser posiciona ao lado da porta e anuncia:
— Vossa majestade a rainha! — uma bela senhora de cabelos negros e olhos castanhos entra na sala, ela faz a reverência ao rei, percebo que seus olhos estão cheios de lágrimas.
— Sua majestade... — Sua voz está trêmula. — Nossa filha está cada dia mais doente!
— Não é possível! — O rei levanta irritado. — Mandei trazer o melhor curandeiro do reino.
— Não entende que o que ela tem ninguém sabe dizer o que é ou como tratar?
— Mande chamá-lo! — O rei estava furioso.
— Sim, Majestade. — Ela faz uma reverência e sai.
O Rei caminha de um lado para o outro, parecendo aflito com toda a situação
— O curandeiro do reino! — O homem anuncia.
Um homem já de idade entra, ele usa roupas brancas e seus olhos se enchem de lágrimas quando vê o estado do Rei.
— Majestade! — Ele diz já fazendo uma reverência.
— Me diga o que há de errado com a princesa?
— Fiz tudo que pude, mas o que ela tem não é deste mundo.
— O que está dizendo? — o Rei cospe as palavras indignado com o que escuta.
— Sua filha está condenada à morte, não a nada que eu ou outro curandeiro possamos fazer. — o pobre homem explica mesmo sobre o medo que claramente sentia.
— Eu sou o Rei! E se digo que minha filha vai viver, ela vai viver!
O homem parece desesperado, por um momento parecer duvidar do que iria falar, mas por fim ele fala.
— Sim, há um jeito. — Percebo que direciono meu corpo para ouvi-lo melhor assim como todos que ali estavam.
— Me diga qual é imediatamente! — o Rei ordena deixando as palavras ecoarem pela grande salão.
— Há um ser com grande poder... Não sei como o encontrar majestade. — O homem não encara o rei, que parece perceber isso.
— Não acredito! — O Rei grita.
— Majestade eu...
— Está com medo? — O rei parece ofendido.
— Ele não gosta de ser procurado, e dizem que quando ele dá algo a alguém ele dirá outra.
— Mas sou o rei! — ele diz e posso perceber o orgulho em suas palavras. — Ele não é nada para mim!
— Ele não se importa, ele foi abençoado pelos deuses.
— Então é um deles, pensei que todos tinham ido embora, pois bem, faça com que ele venha aqui.
— Faria tudo pela vossa graça, mas apenas sei de rumores, nada sei sobre o seu paradeiro, pode ser só rumores.
— Saia! Antes que mande cortar sua cabeça por sua incompetência. — Porém o rei já não o olhava, ele estava pensativo, como se procurasse uma resposta.
— Agradeço majestade. — o homem sai.
— Ele merece morrer, não acha? — O rei olha para um homem, que eu ainda não tinha reparado.
— Ninguém deve ser negar a dizer algo ao rei. — O Homem tinha olhos negros seus cabelos eram brancos e vi uma dor ali, escondida por trás do sorriso.
— Ele era seu avô, o homem mais digno que já viveu nesse castelo. —o ser que estava do meu lado surrou para mim, olhei mais atenta para o homem, ele parecia cansado, mas eu podia ver traços do meu pai ali, tentei me movimentar para me aproximar dele, mas o ser me puxa.
— Preste atenção agora. — Ele diz novamente e eu olho para os dois homens à minha frente.
— Me traga o mago. — O rei olha para o homem.
— Majestade, se ele foi deixado, talvez não seja um mago.
— Apenas o traga, e decidimos o que ele é.
Olho para o meu acompanhante que agora pega em minha mão me puxando.
— Vamos, nada interessante irá acontecer por agora.