Já começava a escurecer quando Robin chegou a um povoado. Ele estava cansado depois de ter cavalgado um dia e meio.
Ao chegar numa hospedaria desencilhou seu cavalo e o proprietário mostrou-lhe o estábulo e mandou pegar feno no celeiro para dar ao animal.
Robin, depois de atender seu cavalo, entrou na hospedaria, sentou-se a uma mesa bem no canto da sala e na outra mesa ao lado tinha quatro homens jogando cartas. Ficou observando aqueles homens e admirou o silêncio em que jogavam. Ele pensou:
— Pela concentração deles, devem estar jogando por dinheiro, e o valor deve ser alto!
Logo em seguida, o proprietário veio até a sua mesa e perguntou:
— O senhor vai querer jantar?
— Sim!
— Aguarde um instante que eu já trago sua janta.
O proprietário foi buscar a janta. Voltou a observar os homens que jogavam cartas. Logo a seguir, trouxeram sua janta!
— O senhor vai ficar quanto tempo hospedado aqui?
— O suficiente para o meu cavalo descansar um pouco. Pretendo chegar ao povoado Esperança até o amanhece.
— E fica longe daqui esse povoado?
— Há umas quarenta léguas.
Robin começou a comer e antes de sair, o proprietário disse:
— Nós também temos mulheres, se você quiser uma para se distrair enquanto o seu cavalo descansa, é só me chamar.
— Muito obrigado, mas eu não vou querer.
Ele terminou sua janta, pagou pelo prato de comida e pelo pasto do cavalo e saiu da hospedaria. Foi até o estábulo onde seu cavalo estava. Pegou os pelegos de couro de ovelha que ele tinha na sua sela e sua capa, deitou-se sobre o pelego e cobriu-se com a capa. Deitou ao lado do animal para descansar um pouco também, para depois seguir viagem.
. . .
No povoado, todos estavam reunidos na igreja fazendo orações para que o líder religioso melhorasse, pois ele continuava desacordado devido às agressões que sofreu do comandante César, no dia anterior.
Todos oravam quando um anjo desceu do céu e parou-se junto ao altar, com uma espada prateada na mão. Todos, com medo e sem entender o que aconteceu, olhavam para o anjo e ninguém disse nada, pois ninguém acreditava no que via.
Então, o anjo disse:
— Não tenham medo porque eu vim aqui para trazer uma notícia boa a vocês. É que nesta noite voltará ao povoado alguém que vai ajudá-los a se libertar das crueldades de César e do rei Artur. Mas, para que vocês vençam a batalha, vão ter que lutar junto a ele, seguir seus planos de guerra e com a mão do Senhor vocês vão vencer a batalha. Ele será o novo rei deste reino. Chegará ao amanhecer, depois que o lobo selvagem uivar três vezes, virá num cavalo branco, com uma espada prateada igual a está, e por meio dela tornar-se-á conhecido. É muito habilidoso com as armas e não teme nada. Com sua valentia e a fé que todos vocês têm em Deus, esse reino será dele e vocês serão um povo muito feliz, com muita paz. E assim que o guerreiro valente chegar, o líder religioso Bento irá melhora das agressões sofridas e recobrar a consciência. Que a paz do senhor esteja convosco... -Disse isso e desapareceu novamente. E todos os que estavam na igreja permaneceram ali aguardando a chegada do guerreiro, que o anjo havia dito que chegaria naquela noite.