Querida Irmã, Vou Te Dar Um Filho
Querida Irmã, Vou Te Dar Um Filho
Por: DaysyEscritora
1. A Inseminação

A chuva caía com força na cidade, enquanto Nora caminhava pelas ruas molhadas em busca daquela clínica que havia sido seu último recurso. Sua irmã havia tentado de tudo para engravidar e, juntamente com seu cunhado, haviam esgotado não só todas as suas economias, mas também suas esperanças. Nora, que na noite anterior havia confessado à sua irmã o que estava prestes a fazer, ainda sentia um nó no estômago.

Seria capaz de realizar seu plano de forma clandestina? Mas não havia opções, não podia permitir que sua irmã caísse na depressão e na tristeza a que os inúmeros tratamentos de fertilidade falidos a haviam levado. Ela faria isso, era pela sua família, era pelo bem de todos.

Estava disposta a enfrentar isso.

Nora se encaminhou para o local sentindo-se nervosa, sua vida estava prestes a mudar, mas valeria a pena. Entrou na clínica, o lugar era pequeno mas agradável, as paredes pintadas de branco estavam adornadas com algumas pinturas e havia uma recepção com uma secretária que sorriu ao vê-la entrar.

Respirou fundo antes de falar.

—Bom dia —saudou, parando em frente ao balcão de vidro.

—Bom dia, em que posso ajudá-la? —perguntou a secretária.

—Tenho uma consulta para uma inseminação —respondeu Nora lentamente, tentando controlar os nervos que estava sentindo.

—Por favor, sente-se, vou indicar quando for a sua vez —apontou para as cadeiras de metal onde algumas pessoas esperavam para serem atendidas.

Nora estava nervosa enquanto esperava sua vez na clínica de fertilidade, concentrada nos pensamentos sobre seu tratamento de inseminação. De repente, sua atenção foi desviada para um homem bonito e elegante que entrou na sala de espera, carregando uma prancheta e uma caneta na mão. O observou enquanto ele se aproximava do balcão mostrando suas credenciais.

—Estou com pressa, é possível que isso leve menos de cinco minutos? —perguntou, ajustando seu terno preto.

—Vou falar com o médico para que seja atendido o mais rápido possível, senhor. Pode esperar sentado ali um momento —disse a recepcionista, dirigindo-se ao consultório do médico responsável.

Jeremiah sentou ao lado de Nora, que o observou de soslaio, percebendo que ele estava tenso em seu lugar, não parava de mexer a perna com inquietação enquanto aguardava impacientemente sua vez na clínica de fertilidade, focado no fato de que estava ali para congelar seu esperma. Estava tão absorto em seus pensamentos que não percebeu a mulher que estava sentada ao seu lado até que uma enfermeira a chamou e Nora respondeu imediatamente, chamando a atenção de Jeremiah.

Achou que ela parecia saudável para estar ali em uma clínica. Estará doente? Ele se perguntou, sem saber por que se sentia curioso por aquela jovem.

No entanto, a secretária interrompeu, fazendo com que Jeremiah desviasse o olhar de Nora.

—O doutor Jones está esperando-o —anunciou, apontando para o corredor onde estava o homem de jaleco branco.

Jeremiah levantou-se da cadeira e dirigiu um último olhar a Nora antes de seguir em direção ao corredor.

—Você está pronto? —perguntou o médico e ele apenas assentiu, não muito convencido do que sua mãe o havia obrigado a fazer.

Por outro lado, a enfermeira entregou um formulário com perguntas e Nora o preencheu rapidamente. Poucos minutos depois, o médico Smith a conduziu a uma pequena sala onde começou a explicar como seria o procedimento.

—É um procedimento simples —disse o médico, sorrindo gentilmente —. Primeiro, daremos a você alguns hormônios para estimular seus ovários. Em seguida, coletaremos os óvulos maduros e os fertilizaremos com o esperma do doador em um laboratório. Por fim, implantaremos um ou dois embriões em seu útero. É um processo rápido e indolor, mas o sucesso é incerto.

Ela o olhou.

—Quão incerto? —perguntou Nora, preocupada.

O médico ajustou seus óculos que tinham descido para a ponte do nariz.

—Bem, tudo depende de cada caso em particular. Algumas pacientes engravidam na primeira tentativa, outras podem levar um pouco mais de tempo. Mas, considerando que nossas taxas de sucesso são bastante altas, desde que você siga cuidadosamente as instruções que lhe daremos —explicou o homem mais velho.

Nora assentiu com a cabeça, entendendo o que o médico estava lhe dizendo. Era uma última opção, mas valia a pena tentar por sua irmã.

—Sheyla, pegue um dos espermas que estão armazenados no laboratório —ordenou ao novo funcionário, que assentiu e saiu em direção ao local.

No entanto, o doutor Jones, que estava atendendo Jeremiah, a deteve no meio do corredor.

—Preciso que leve este frasco ao laboratório, coloque-o em um local seguro —ordenou e Sheyla assentiu.

A enfermeira nova estava muito nervosa em seu primeiro dia na clínica. Sabia que era importante fazer tudo direito, mas suas mãos tremiam e sua mente estava confusa. Quando o médico pediu que levasse o frasco de esperma de Jeremiah ao laboratório, ela pegou o frasco e se apressou em fazer o que o médico havia ordenado.

No entanto, ao entrar no laboratório, ela se viu em uma grande situação difícil. Todos os frascos ali eram da mesma cor, então não tinha ideia de qual era exatamente o que o doutor Smith havia solicitado. Sheyla começou a retirar um por um, verificando qual era o indicado, mas de repente um dos frascos caiu no chão, derramando seu conteúdo.

—Oh, meu Deus —ela se apressou em recolher a bagunça.

Limpo rapidamente o chão e se certificou de jogar o frasco quebrado em um lugar onde ninguém notaria. Guardou todos os outros em seu lugar, pegando o que havia trazido e pertencia a Jeremiah, e voltou para o consultório do doutor Smith.

No caminho para o consultório, sua mente continuava divagando e pensando em todas as coisas que ela deveria fazer bem para não ser demitida dali, não podia cometer outro erro em seu primeiro dia. De repente, percebeu que havia chegado à sala onde a inseminação de Nora estava ocorrendo. Entrou apressadamente, sem olhar muito, e entregou o frasco de esperma ao outro médico sem nem pensar.

O médico pegou o frasco e o examinou rapidamente, dizendo que tudo parecia estar em ordem. Mas a enfermeira nova não havia percebido seu erro e se afastou sentindo um grande alívio por ter uma tarefa a menos em sua lista.

Após concluir o processo de inseminação, o médico permitiu que Nora fosse para casa lembrando-a de voltar em duas semanas para buscar os resultados.

Nora se encaminhou para a saída e avistou Jeremiah a distância, parecendo estar com pressa, o observou até que ele desapareceu pela porta. Por alguma razão, sentiu curiosidade por aquele homem, mesmo nunca tendo o visto antes em sua vida.

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