Olivia é uma estudante em um colégio de elite, no entanto, a história dela é bem complicada, tudo começa porque ela está apaixonada por seu irmão (ou não) Théo, que é gay e acredite ela descobriu da pior forma. Quando a sua melhor amiga (Aileen) a convence a voltar a falar com seu irmão, então ela conhece Kris, um barista bonito que vai se envolver na vida dela muito mais do que o esperado. Kris é uma peça chave para a verdade sobre seu passado... E é por causa dele que ela começa uma busca por sua verdadeira irmã, Charleigh ou Charlie como é conhecida. Olívia vai começar uma jornada tentando descobrir sobre sua família biológica e ao longo desse caminho ela vai perceber quem são seus amigos de verdade, e a importância de permanecer forte em suas convicções.
Ler mais- Bracy Simon
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- Bruno Aisklort – ele continuou a chamar o nome dos alunos antes de começar a aula...
- Olívia Rzaev ... – o meu “adorável” professor me encarou com um sorriso idiota, o mesmo sorriso que ele dá para todos os alunos, o mesmo estúpido sorriso que todos amam e aprenderam automaticamente a sorrir de volta, desde que eu me lembre eu achava irritante o ar de bobo alegre desse professor maluco... Hoje?
Eu acho mais irritante ainda.
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- Olívia sinceramente até quando você vai manter esse ódio infundado pelo professor Vacláv? – Aileen, a minha melhor amiga, me encarou com aquele famoso olhar que dizia “não rola os olhos” e eu apenas fiz beicinho antes de socar meus livros no meu armário e fechá-lo – Olívia acorda, ele não fez nada para merecer isso, às vezes, você age se ele tivesse uma doença contagiosa, é meio estranho na verdade, e as pessoas estão começando a notar que você trata ele estranho.
- A doença do unicórnio saltitante, ela é transmitida através do olhar e do sorriso daquela bola rosa. – eu sussurrei e revirei os olhos mais uma vez antes de levar um gancho da Aileen. Ah, ela tá exagerando, Eu não ajo assim para todo mundo ver, na verdade eu duvido muito que alguém tenha percebido isso a não ser ela.
- Deixa de ser moleca Olívia. – eu ri um pouco antes dela me soltar.
- Sério, eu ainda não consegui entender por que precisamos assistir mais de 40% das aulas com ele? Já estamos no ensino médio, pelo amor dos céus, ele não pode ser tão bom ao ponto de ensinar tantas matérias, eu deveria ter escolhido outro curso complementar, qualquer um que não tivesse ele como professor. Ele não é um curandeiro ou sei o que... Um unicórnio? – eu bufei extremamente irritada.
Não eu não sou o tipo de pessoa que odeia estudar e os meus professores, ao contrário, sou o que chamam de aluna extremamente promissora, mas, tem algo nesse tal de Václav Luciel que não passa pela minha garganta, eu não sei sinceramente, mas eu não consigo ficar a vontade com ele. É uma sensação incômoda bem no fundo da minha alma. Sabe quanto você tem aquela coceirinha que não passa de jeito nenhum? É assim que eu me sinto perto dele.
- Olívia sério, isso é apenas um implicância idiota, você sabe até melhor do que eu o quão inteligente e competente esse professor é! – ela me puxou até a nossa mesa no canto esquerdo da cantina e eu apenas me joguei no fundo da cadeira, é inútil continuar discutindo com ela por causa disso, é só mais um assunto para perturbar minha paciência e ultimamente eu ando tão cansada de tudo, que sei lá, parece que minha válvula de escape é odiar esse professor... Eu acho que estou sentindo falta das brigas da Kounicova, lá sempre tinha algo para fazer, eu nunca ficava entediada, saudades do meu Ensino Fundamental – Olívia você tá me ouvindo? – eu fiz que não e ela bufou antes de se sentar do meu lado – Olívia é bem provável que do jeito que as coisas estão indo, você vai acabar presa no projeto de conclusão de curso com ele e se duvidar com o pior tema entre todos. – ela colocou a mão no meu ombro como se o que ela disse fosse uma espécie de verdade absoluta ou profecia estranha, e eu tremi nas bases com a simples ideia disso acontecer.
- Deus que me livre, vira essa boca pra lá – eu fiz uma careta batendo em uma madeira próxima e a Aileen apenas riu.
- Eu tenho que ir agora Olívia você sabe que meu projeto de Direito Criminal está atrasado, eu preciso me encontrar com aquele aluno o Lojza, ele é um gênio mas sei lá ele é estranho e no mínimo desleixado, eu passo mais da metade dos nossos encontros me matando para terminar esse trabalho enquanto ele fica jogando, cara, eu não mereço isso. – ela revirou os olhos e pegou a bolsa dela e a carteira, pelo que eu conheço da Aileen ela vai comprar chocolate para aliviar a raiva, esse cara Lojza Marcus sempre consegue tirar ela do sério, chega até a ser engraçado. Eu suspeito que bem no fundo ele sempre age assim para irritar ela, a personalidade daquele menino é seriamente meio maliciosa e travessa, mas ele é uma pessoa muito inteligente todos o professores elogiam ele, então não faz muito sentido ele deixar todo o trabalho para ela a não ser que seja verdadeiramente uma travessura.
- Okay, você está realmente precisando de sorte, muito mais do que eu. – eu dei para ela um olhar de pena e em troca recebi um peteleco na cabeça, mas não deixei de rir um pouco - Então, estou indo para sua casa – eu respondi baixinho depois de rir e ela automaticamente fechou a cara.
- Olívia, quando é que você vai atrás do Théo? Você não pode viver pra sempre assim, eu o vi semana passada, ele está acabado, ele nunca superou Olívia... – ela me deu um olhar que dizia claramente que eu precisava resolver meus problemas e eu só consegui me afundar mais na cadeira do refeitório... Théo é o meu irmão mais velho e as coisas tão bem complicadas entre nós dois ultimamente.
- Olívia!
- Eu sei, eu sei! – eu soltei um suspiro - Eu vou lá... Você está certa, eu já adiei esse encontro por muito tempo, ele não vai suportar por mais tempo comigo longe dele.
- Boa garota – ela voltou e bagunçou meu cabelo comprido e mais uma vez eu dei língua para ela... Mas fazer o que, eu amo a Aileen.
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Enquanto eu caminhava pelos portões desse colégio gigantesco eu cai em uma onda de nostalgia, eu lembrei de como as coisas chegaram até aqui. Bem, o que eu posso dizer sobre mim? Eu me chamo Olivia Rzaev, eu sou só uma garota normal de 17 anos, e o meu maior problema atualmente é o meu irmão chamado Rzaev Théo. Eu nasci quando o Théo tinha quase três anos. Eu certamente não me lembro de quando éramos muito pequenos mais eu me lembro claramente que quando tinha 5 ou 6 anos, eu sofria muito bullying, eu não parecia ser asiática como ele e o resto da família, mesmo que nosso sobrenome seja natural daqui da República Tcheca, os nossos pais eram descendentes de chineses, então as pessoas ao nosso redor sempre tiravam onda com a minha cara por causa do meu cabelo não muito liso e minha pele não tão clara, diziam que eu era adotada, renegada, feia, estranha, gorda... As crianças hoje em dia são maldosas, mas eu sempre tive o Théo do meu lado, ele sempre foi muito forte e brigava com os meninos mais velhos por minha causa, ele aprendeu Karate bem novo, hoje ele é como um hiper atleta aposentado, quando ele tinha 14-15 anos ele venceu o mundial juvenil e isso trouxe uma série de prêmios e fama para ele, ele foi um professor em uma academia até começar o curso de Design com 18 anos, ele ainda não se formou, mas, no fim da conta ele trabalha com isso nos tempos livres, meu Théo é na verdade um grande Designer de Moda, recentemente ele assinou um contrato e está muito ocupado com o trabalho.
E bem, foi exatamente aí que as coisas começaram a complicar, ele tinha esse ar de Diva, e eu sempre tentei negar isso, mas eu sempre soube da verdade, mesmo sempre repetindo para mim mesma que meu irmão não é gay, eu repetia isso na minha mente todos os momentos, mas, isso só foi até um dia a uns 6 meses em que eu peguei ele e o nosso melhor amigo Brian no sofá da nossa casa fazendo coisas. Foi traumatizante, muito traumatizante, eu corri e corri o máximo que eu pude e fui parar na casa da Aileen , encharcada de suor e chorando, e então desde esse momento ele se sente culpado, afinal era meu irmão e meu melhor amigo fazendo coisas no meu sofá favorito. Depois disso eu o ignorei completamente e sai de casa, eu não sei como as coisas com ele estão porque eu ainda não voltei a falar com ele. E ele me segue por ai as vezes, me espera na porta do colégio, mas eu o evito como a peste, eu… Não quero falar sobre isso com ele.
Eu acho que esse foi o maior baque que eu poderia ter dado no meu irmão, sabe? Nós sempre fomos próximos e depois à medida que eu fui me apaixonando por ele eu decidi que precisava crescer e aprender a cuidar de mim mesma, nessa mesma época eu conheci o Brian e bem crescemos juntos nos metendo em enrascadas mais eu nunca imaginei que meu melhor amigo, meu vizinho que subia no meu quarto pela árvore do quintal na verdade era apaixonado pelo mesmo cara que eu.
Bem... As coisas começaram a mudar dentro da minha casa depois que eu fiquei doente um pouco antes do primeiro ano do ensino médio, essa foi uma das razões que me fizeram sair do meu antigo colégio a Kounicova, eu não queria que meus amigo percebessem que eu não estava mais tão bem de saúde, eu não queria que eles ficassem preocupados, mas dentro de casa as coisas ficaram mais tensas e no meio disso tudo, meus pais preocupados eu comecei a perceber que o Théo estava se distanciando dos nossos pais, que as coisas dentro de casa estavam mais tristes, e depois de um ano, assim que meu tratamento terminou pouco antes do meu segundo ano do ensino médio começar o Théo se mudou da nossa antiga casa e financiou a casa em que vivemos hoje, eu decidi me mudar mas eu só segui ele um pouco depois por causa da relutância do nosso pai, mas no fim das contas ali estávamos nós dois, eu adolescente com meus 15 anos e sem saber como cuidar de uma casa e meu irmão tendo que se virar com tudo aos 18 anos.
Nossos pais... Eles morreram pouco depois de termos nos mudado, de alguma forma houve um vazamento de gás e a casa explodiu com eles dentro, foi um choque... Um choque imenso, principalmente para o Théo, não que isso não tenha me afetado, mas foi pior por Théo que teve que arcar mais ainda com a responsabilidade de cuidar de nós dois, mesmo que nossos pais tenham deixado um pouco de dinheiro para nós. E bem, depois disso estávamos mais próximo do que nunca já que só havia restado nós dois no mundo, até o momento que eu peguei ele e o Brian no nosso sofá, o resto é apenas história, e aqui estou eu seis meses depois no meio do meu segundo bimestre do terceiro ano do ensino médio, com uma vida fodida, apaixonada pelo meu irmão e órfã. Até hoje eu não gosto de pensar na morte dos nossos pais, foi muito estranho, e muito de repente… Eu ainda não consigo passar perto do nosso bairro antigo, eu não consigo ir em recitais de piano por que me lembra a minha mãe, eu não consigo nem mesmo acompanhar os jogos do Karvina por que me lembra do meu pai.
Eu não sabia o porquê do Théo ter mudado da casa dos nossos pais, eu percebi que eles estavam tratando ele diferente mas, eu realmente não quis acreditar que nossos pais estavam negando ele por causa de uma coisa que ele nem mesmo pode mudar nele. Um pouco antes deles morrerem eles tiveram uma briga muito séria na época que aconteceu eu não fazia a menor ideia do que poderia ter ocasionado isso, mas agora eu sei, era por que ele era gay e minha família não aceitava, afinal meus pais sempre foram muito cabeça dura e tradicionais.
Nessas ultimas semanas eu faltei no colégio e chorei o máximo que eu pude, acho que eu chorei tudo que eu não pude desde a morte dos nossos pais e não eu não estava negando meu irmão, eu estava negando o meu coração, eu tentei, juro que tentei ao máximo esquecer essa paixão tola e infantil, mais eu ainda não consegui, eu quero dar um jeito nisso tudo eu sei que ele merece a verdade, mas, eu não estou pronta para dizer essa verdade, ele ainda está sofrendo muito por causa do que aconteceu com a nossa família e agora vem mais isso… Eu não quero que ele pense que eu estou me afastando dele por que ele é gay, mas eu não queria ter que falar a verdade, eu não estou pronta para fazer isso só que...
Dessa vez, parece que eu não vou poder estar pronta.
Eu não sei que horas são, mas eu sei que esse é o carro do Luciel, eu estava deitada no banco de trás e ele não estava nem perto de ser achado, eu... Eu não consigo acreditar nisso ainda, como? Como que eu achei minha família assim? Como pode ter sido tão fácil achar meu registro de nascimento? Eu... Isso é tão surreal, não é como se eu tivesse ficado triste com os desenvolvimentos da minha vida só, pareceu fácil demais dessa vez, eu procurei tanto, o investigador do Théo procurou muito também e só… Assim eu descobri tudo é muito… Surreal, cada dia um drama novo... E o que eu devo fazer agora que eu descobri isso? Eu devo procurar meu pai? Faz sentido eles não terem achado ele uma vez que ele provavelmente usa o nome de solteiro agora, eu vi que na certidão ele tinha o sobrenome da mãe do Kris, enquanto meu nome… Olivia Smetana… Como meu sobrenome foi mudado… Talvez ele tenha me procurado? E não me achou por que meu nome mudou? Será que algum familiar
Eu me sinto uma adolescente apaixonada com o nível da minha ansiedade nas alturas como está agora, eu nunca pensei que eu fosse ficar tão consciente com a minha aparência como eu estou, eu até mesmo acordei cedo para fazer babyliss no meu cabelo, as vezes eu amo meu cabelo longo e liso, mas também é um saco ás vezes, por que é sempre a mesma coisa e eu não sou a pessoa mais vaidosa do mundo para saber fazer penteados legais e coisas assim, por isso que eu quis colocar pelo menos um pouco de esforço hoje e tentar cachear um pouco as pontas do meu cabelo, mesmo que eu saiba que os cachos vão se desfazer logo por que é o que sempre acontece. Se bem que mesmo que eu quisesse me arrumar mais que isso não tem como já que eu não trouxe muitas roupas da casa do Théo, não vai ser dessa vez que o Luciel vai me ver muito feminina em um encontro com ele… Ok, ir de calça jeans e uma camisa ‘bonitinha’ está me de
- Então querida, às vezes, tudo que você quer quando fica mais velho é poder viver os dias em paz perto das pessoas que você gosta, da sua família e amigos... Pensar em coisas como tempo… Arrependimentos… Se não levar cada dia como um presente você vai ficando amargurado…- Eu entendi, obrigado por isso Senhora Burian… - Como o Luciel falou e mais uma vez estava certo, eles se abrem muito mais em uma entrevista informal do que em uma rigorosamente estruturada, mas mesmo assim ele me fez preparar perguntas previas e ensaiar métodos de abordá-las sem ser muito intrusiva, até por que eu não posso machucar os sentimentos dos meus entrevistados, eu não posso só chegar perguntando como eles se sentem sabendo que vão morrer em poucos dias ou meses… Ao mesmo tempo que eu pr
- Olívia vocês estão mesmo vivendo juntos? Eu pensei que isso não fosse durar nem cinco dias mas eles estão resistindo até que bem não é? – a Aileen me perguntou alegre, eu acho que ela realmente está feliz, e com certeza não é por causa do arranjo Olívia-Théo-Kris estar dando certo, pelo que eu sei depois da nossa conversa ela deu uma chance para o Marcus Lojza, eles estão saindo e por causa disso não estamos nos vendo tanto como antes e como a alguns dias atrás, ela não me atende mais a qualquer momento, claro que eu também estou mais ocupada com o final do semestre chegando, mesmo depois que eu voltei para o colégio eu estou sempre ocupada nunca nos vemos, mas é assim sempre que chega o período de provas por que pegamos cursos eletivos diferentes. Enquanto ela já apresentou o projeto dela o Luciel está tentando adiantar o nosso projeto o máximo possível, mesmo que o seu prazo seja o final do ano.
- Ah que merda minha cabeça vai explodir – eu ouvi um resmungo vindo do quarto e depois um chiado de dor, é, parece que o Leo acordou... E provavelmente caiu da cama ou bateu em algo - Olívia?- E ai bela adormecida? - eu zoei com a cara dele logo que ele passou pela porta, ele estava com uma expressão horrível e a cara toda amassada - o Brian deixou esses remédios aqui e foi trabalhar, são... 17:24, eu estava esperando sua bunda magra comer para poder ir para casa. – eu falei meio entediada e ele me lançou um olhar de desculpas, eu estou sendo super dramática, não é como se eu não pudesse ter saído daqui junto com o Brian quando ele foi para o trabalho, eu apenas não queria voltar para casa para ficar olhando para o Théo.Na verdade, eu qu
- Kreeeeaaaaas – eu gritei para ele que estava no quarto.- O que foi? – a resposta gritada chegou em poucos segundos?- Onde está a caixa de primeiros socorros? – eu gritei novamente olhando para o meu pequeno corte. Eu sempre me corto quando eu vou limpar esse armário da cozinha ele tem uma ponta que eu simplesmente nunca consigo desviar, então eu simplesmente penso que esse armário me odeia e sigo em frente com minha vida e meus cortes.- Na sala, Olívia eu já disse para você ter cuidado com o armário – eu ri um pouco comigo, mesmo sem eu ter dito o que aconteceu ele já sabe que foi o maldito armário... Eu tenho certeza que isso também tem relação com a Charlie, por que da primeira vez que eu me corte
Último capítulo