Capítulo 5
Até que, aos dezoito anos, a Deusa da Lua finalmente me designou como parceira de Damon.

Pensei que tudo mudaria.

Achei que ele me amaria por decreto do destino.

Mas a realidade foi mais cruel do que eu poderia imaginar.

Mesmo depois de eu ter sido nomeada sua companheira predestinada, antes que nosso vínculo fosse confirmado, Damon elogiava Chloe bem na minha frente.

— Chloe é simplesmente extraordinária.

— Forte, decidida. É isso que uma verdadeira Luna deve ser.

— Elena, você deveria aprender com sua irmã. — Ele dizia, com o tom frio e distante.

— Só os fortes estão qualificados para ficar ao lado de um Alfa.

Aos dezenove, quando finalmente senti um lampejo da força da minha loba, inscrevi-me no torneio da alcateia.

Porque Damon estaria observando lá do palco.

Queria provar a ele que eu também podia ser forte.

Mas o resultado foi o mesmo. Fui jogada ao chão, com várias costelas quebradas.

Ondas de riso percorreram a plateia.

Encolhi-me de dor, vislumbrando Damon e Leo na multidão.

Eles apenas ficaram ali, assistindo minha queda com fria indiferença.

Sem preocupação, sem pesar, nem mesmo um sinal de apreensão.

Era como se minha derrota, a derrota de uma fraca, fosse o único desfecho que esperavam.

Naquele momento, finalmente entendi.

Em seus corações, eu nunca fora um membro precioso da família ou uma companheira.

Eu era apenas um fardo vergonhoso para eles.

A dor das memórias recuou como a maré, e meu espírito foi puxado de volta ao presente cruel.

Eu ainda estava presa na mente de Damon, forçada a segui-lo até o salão de assembleias da alcateia.

— Nossa princesinha está simplesmente deslumbrante esta noite!

Todos se amontoavam ao redor de Chloe, cobrindo-a de elogios.

Ela vestia um vestido de seda branco, e no pescoço trazia o colar da Luna que deveria ser meu.

Era um colar de pedra da lua passado por três gerações, a ser usado somente pela Luna da alcateia.

Eu só o havia visto uma vez.

Em poucos dias, já organizavam um banquete comemorativo para Chloe.

Como se eu, a verdadeira companheira, jamais tivesse existido.

— Luna Chloe, você está totalmente curada? — Perguntou um jovem Beta, a voz cheia de preocupação.

— Obrigada a todos pelo cuidado. — Disse Chloe, abaixando a cabeça timidamente.

— Foi graças à atenção meticulosa do Alfa que me recuperei tão rápido.

Damon assentiu satisfeito, a aura de Alfa envolvendo-a de forma possessiva.

— Eu te disse: Ninguém pode ferir minha doce garota.

— Você é corajosa. — Acrescentou, em voz baixa. — Cem vezes mais corajosa que certos covardes.

Os anciãos disputavam presentear-lhe preciosos cristais mágicos, alegando que ajudariam a estabilizar sua natureza de loba.

Chloe simplesmente acariciava o colar, o orgulho quase transbordando.

E meu espírito, ainda acorrentado pelo vínculo de companheiros, só podia assistir em agonia.

Aquele lugar que um dia fora minha casa agora fazia minha alma inteira tremer.

Às vezes eu realmente desejava amaldiçoar a crueldade do destino. Por que não me deixar morrer de vez, em vez de me forçar a testemunhar isso?

Quando a noite caiu, Damon ficou incomumente agitado.

Retornou sozinho às câmaras do Alfa, andando de um lado para o outro, o peito ofegante.

Já se passaram dias. Esse castigo deveria ter sido suficiente.

Se ela está apenas fazendo birra, já deveria ter voltado rastejando.

Mas, desta vez... o silêncio parecia diferente. Parecia... definitivo.

Eu podia sentir seu tumulto interior, o sinal inconfundível de um vínculo de companheiros à beira de se romper completamente.

Ele então começou a chamar meu nome freneticamente pela ligação mental, o tom mudando da raiva para a urgência.

Mas a única resposta foi um silêncio mortal.

Era como gritar dentro de um vazio, um vazio que começava a amedrontar seu lobo.

Depois de um tempo, Damon esmagou o punho contra um espelho na parede, sangue escorrendo dos nós dos dedos.

Ainda não responde? Você realmente acha que se esconder vai conseguir alguma compaixão, sua inútil?

Meu espírito quis responder, dizer-lhe que eu estava morta, mas minha voz nunca podia alcançá-lo.

Ele então telefonou para a curandeira Anya, a voz tão fria quanto uma lâmina.

— Elena colocou você nessa? Diga a ela para voltar aqui e aceitar minha rejeição, ou eu mando guerreiros para arrastá-la de volta!

Houve uma pausa do outro lado antes que a voz trêmula de Anya viesse.

— Alfa... O corpo de Elena... desapareceu da floresta uma semana atrás. — Sussurrou ela.

— Ela se foi.
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