Capítulo 2
Os feromônios furiosos do Alfa engrossaram o ar, pressionando Anya até que ela mal conseguisse respirar.

Leo ficou por perto, atiçando a ira de Damon.

— Pra que se dar ao trabalho de rejeitá-la? — Zombou. — Apenas banam ela. Isso a pouparia de envergonhar ainda mais a alcateia Lua Negra!

Um lampejo de triunfo cruzou os olhos de Chloe antes que ela os baixasse, a voz sufocada pela emoção.

— Damon... Irmão Leo... por favor, não culpem minha irmã. Ela sempre ressentiu meu sangue de Beta. É natural que ela seja hostil comigo...

Uma onda de absurdo tomou conta de mim.

Nunca imaginei que, mesmo com meu espírito prestes a se dissipar, minha irmã Chloe fizesse de tudo para me difamar.

Mas Damon jamais enxergaria a verdade.

Aos olhos dele, Chloe era a loba perfeita: forte, cativante e merecedora de sua proteção.

Ele jamais desconfiaria que o ataque do Rogue, aparentemente acidental, era na verdade uma armadilha mortal meticulosamente planejada por sua amada Chloe.

Três segundos. Ele só me deu três segundos.

Meu espírito tremia violentamente no ar, suportando a dor lancinante que rasgava nosso vínculo de companheiros.

— Damon, espere! — Chloe se ergueu com dificuldade, um brilho astuto nos olhos. — Na verdade... minha irmã sempre foi motivo de risos na alcateia por despertar tão tarde. Ela sempre teve uma autoestima muito baixa.

Ela mordeu o lábio, fingindo preocupação.

— Acho que ela agiu impulsivamente hoje à noite porque queria provar que não era inútil.

Inútil?

Fitei em silêncio a irmã que eu protegera desde criança, o coração sentindo-se como se uma adaga prateada o tivesse perfurado.

O olhar de Damon ficou ainda mais frio.

— Então a resposta dela é arrastar para baixo os que são realmente fortes?

— Não! — Chloe balançou a cabeça em desespero, lágrimas formando-se. — Minha irmã definitivamente não quis. Ela só... ela só quer a aprovação de todos.

Ela baixou o olhar com ar recatado, oferecendo um conforto forjado.

— Alfa Damon, por favor, não fique bravo com minha irmã. Deve ser difícil para ela despertar seus poderes tão tarde.

Damon foi instantaneamente acalmado pelos feromônios dela, o temperamento de seu Alfa cedendo.

— Minha Chloe, você é tão bondosa. Por isso é que é arrastada pela fraqueza dela.

Aquele era o jeito de Chloe. Sempre a exibição perfeita de vulnerabilidade nos momentos mais críticos.

Eu sabia que, mesmo se meu espírito pudesse falar, mesmo que eu conseguisse narrar todas as artimanhas de Chloe contra mim, como ela deliberadamente suprimiu o despertar da minha loba, eles só pensariam que eu tinha ciúme da força da minha irmã.

Eu já havia perdido a esperança anos atrás.

Nesse instante, meu irmão Leo surgiu da mata densa, exalando cheiro de sangue.

Seus olhos primeiro percorreram o arranhão na face de Chloe, e suas pupilas se contraíram de imediato.

— Droga! Quem machucou minha irmã?

— Irmão Leo... — Chamou Chloe, a voz lastimosa.

Leo ajoelhou-se ao lado dela, a palma áspera examinando cuidadosamente suas feridas.

— Aquelas feras! Eu devia ter rasgado cada último Rogue em pedaços!

Só após confirmar que Chloe não tinha nada além de um ferimento superficial o lobo de Leo começou a se acalmar.

Então, finalmente, ele me notou deitada em uma poça de sangue.

— Por que Elena está tão ferida? — Leo franziu o cenho, mas o tom não trazia preocupação, apenas impaciência. — Será que ela nos atrasou de novo?

Damon zombou. — O que mais? Uma Ômega que não domina nem habilidades básicas de luta, querendo bancar a heroína.

Leo assentiu como se concordasse. — Era o que eu pensava. Com a força da Elena, como ela poderia ter atacado um Rogue de propósito? Deve ter entrado em pânico e feito algo idiota.

— Irmão Leo, não fale assim da minha irmã... — Disse Chloe suavemente, embora um lampejo de triunfo cruzasse seus olhos.

— Apesar de a fraqueza dela ter causado problemas para todos, as intenções eram boas.

Tão astuta. Cada palavra de Chloe soava como defesa, mas, na verdade, empurrava-me mais fundo para o abismo.

— Boas intenções? — Leo escarneceu. — Para que servem intenções? Veja o resultado! Ela quase fez o Alfa ser morto e ainda te deixou ferida!

A aura de Alfa de Damon irrompeu novamente.

— Chega! Não quero ouvir mais desculpas por ela!

Ele se voltou para a curandeira Anya, a voz fria como gelo antigo.

— Dou-lhe uma última chance. — Rosnou, dirigindo-se a Anya. — Ela está fingindo?

Anya balançou a cabeça, tremendo.

— Alfa, Elena está realmente se apagando. Se você não liberar seu poder de Alfa...

O rosto de Damon escureceu. — Já disse, ela não é digna.

— Estou avisando. — Damon rosnou, agarrando Anya pela gola da túnica. — Se você continuar fazendo parte desse teatrinho patético, sabe as consequências.

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