Ian consegue quebrar as barreiras de algo que era impossível: Ter um relacionamento normal com Alana, mas para a Jovem Steawart o que deveria ser um sonho, seria intenso e conturbado. Depois de assumi-lo como namorado ela vai descobrir que os traumas do passado do Jovem Norton era algo muito pior do que poderia ser, onde tudo o que havia sobrado de sua família era nada mais do que mentiras, e que seu passado estaria prestes a voltar para seu presente, tomando controle do Jovem Norton e o tornando em alguém completamente irreconhecível.
Leer másA declaração repentina não surpreendeu apenas David, como todos os outros no local. Os olhos do Deeper arregalaram-se levemente, e sua boca ameaçou-se abrir-se um pouco. Lisandra riu consigo mesma, fungando enquanto deslizava as mãos pelo cabelo sedoso.
— É estranho. — comentou a Sheroman, parecendo falar mais consigo mesma do que com ele. — Eu venho guardando isso a tanto tempo, essas palavras a tanto tempo comigo que é estranho demais dizê-la em voz alta. Dizê-las para você. Lembra da última vez que eu fiz isso? Lembra o que você me disse naquela época?
“Não vamos estragar o que temos com um sentimento que machuca.” – a lembrança veio rápida na mente do Deeper, e parecendo notar isso Lisandra sorriu.
— Depois do que você me disse, me convenci de que estava certo, mas sabe, você não estava. Guardar esse sentimento pra mim só me tem feito mal durante todo esse tempo. — Lisandra deu de ombros, e respirando fundo, continuou: — Então, aí vai duas coisas que precisa saber, David Deeper. A primeira é que eu te amo, e digo isso com todas as letras, para que você e todos saibam. E a segunda... — ela engoliu em seco. — ... A segunda é que amar você será perda de tempo enquanto você continuar sendo um covarde. E eu não quero mais isso para mim.
Foi como se o chão sumisse debaixo de seus pés, ao mesmo tempo em que o céu desabava em sua cabeça. Foi exatamente assim que David se sentiu diante daquelas palavras. Primeiro foi levado ao céu com ela confessando amá-lo, e então foi lançado de cabeça ao inferno com ela dizendo que sentir aquilo, nutrir aquele sentimento por ele era perco de tempo.
Não podia culpá-la, ela estava certa. Mas ainda sim doía, doía muito. E doía ainda mais saber que tudo aquilo era sua culpa, sua e de seu estúpido vicio, de sua estúpida ignorância.
— O que está acontecendo aqui? — a voz de Vincent se fez presente, e não demorou muito para que ele se fizesse presente no campo de visto de David e Lisandra, quando a multidão abriu passagem para ele e para Cassandra que vinha logo atrás. — David?... Lisandra?... O que...
— Me desculpe, eu... eu não posso mais... — disse a Sheroman, chegando além do limite que suas forças emocionais permitiam.
Ela saiu correndo para fora do refeitório, deixando ser dominada por completo pelo choro que inutilmente tentou abafar durante todo o ocorrido. Cassandra olhou para Vincent e então seguidamente para David, um olhar intrigado e confuso, antes de sair correndo atrás de Lisandra. Precisava saber como a amiga estava e o que aconteceu. Assim como Vincent também precisava; tanto que, bastou a rosada sumir de seu campo para voltar-se para o ruivo e perguntar como que temendo a resposta:
— O que você fez?
[...]
— Ian!... Ei, Ian... — Alana o chamava, enquanto tentava alcançá-lo pelo corredor.
Finalmente, depois de muito chamar pelo nome dele ele resolveu parar e enfim ela o alcançou.
— O que? — questionou ele, a irritação que sentia era tão visível quanto a tristeza em seu olhar.
Alana parou a sua frente, recobrando o fôlego da corrida que fora para alcançá-lo e quando enfim o fez, perguntou com a voz cautelosa:
— Você está bem?
— Claro, ótimo. Não está vendo? — ele riu sarcástico, logo em seguida arrependendo-se do feito e do tom de suas palavras. Respirou fundo, não tinha necessidade de ser grosso com ela. — Foi mal. — Alana ergueu uma sobrancelha, ele estava se desculpando?
— Tudo bem, você está de cabeça quente. — ela disse e estranhou sua própria frase. Ela o estava justificando? O que infernos estava se passando ali afinal?
Ficaram em silêncio por um instante, então suspiraram na mesma hora. Se olharam e estreitaram os olhos levemente.
— Quer sair daqui? — Ian perguntou súbitamente, e Alana piscou aturdida.
— O-Oquê? Sair? Daqui da escola?... Está louco, Ian? Não podemos fazer isso e nem tem como faz... — antes que ela completasse a frase Ian tirou do bolso esquerdo da calça um pequeno molho de chaves. Alana o olhou surpresa, e ele deu de ombros.
— Mandei fazer uma cópia da chave de cada sala que me interessa e não posso entrar nesta escola, assim como das saídas dela. — ele disse de maneira tranqüila. — Peguei as chaves quando Vincent discutia qualquer idiotice proposital com Valério. — sorriu de lado.
Alana o olhava embasbacada. Como ele tinha coragem de fazer uma coisa daquelas?
— Você gosta mesmo de quebrar regras não é? — ela perguntou e Ian riu. — Quando vai parar de fazer isso?
— Quando não existirem mais regras? — respondeu-lhe com uma pergunta em um tom divertido, piscando para ela com um sorriso torto nos lábios. Alana suspirou em desistência de tentar colocar qualquer juízo naquela cabeça, balançando a própria negativamente. — Vêm, vamos... — Ian disse, puxando Alana pela mão, não deixando-a contestar absolutamente nada.
(...)
E lá estavam eles, algumas horas depois comendo salgadinhos enquanto ela tomava um refrigerante e ele cerveja. Alana não acreditava ainda que estava ali; deveria estar na escola e depois na empresa fazendo seu estagio, mas simplesmente não podia negar a tranqüilidade que era estar onde estava e com quem estava. Depois de passar em um mercado qualquer, onde Ian saiu derrubando tudo o que era porcaria comestível dentro do carrinho para depois de pago descarregar no banco detrás do conversível, ele dirigiu até as montanhas, onde Alana estava agora. A vista era linda. O carro estacionado na pista, dando a eles a visão perfeita das luzes da cidade a frente.
— Eu não entendo. — Alana quebrou o silencio, fazendo Ian olhá-la. — David é tão privilegiado, é rico, tem quantas garotas quiser, amigos sinceros... Não entendo como ele pode se envolver com uma coisa dessas... Com drogas...
Ian ficou em silencio uns instante, apenas a fitando de maneira indecifrável e então soltou um suspiro cansado.
— É, — ele disse. — você realmente não entende. — Alana baixou os olhos, mordendo os lábios envergonhada. Ian prosseguiu. — O fato dele ser rico não o torna completo, menos ainda feliz. E é um vicio. Não é algo que só aconteceu com ele agora...
— Então ele...
— Já houve um drama como esse a uns anos atrás. — Ian suspirou, bebendo um pouco do liquido alcoólico antes de continuar. — Achamos que ele havia superado, mas pelo visto nos precipitamos demais.
Alana assentiu, observando com atenção o rapaz ao seu lado. Ian estava preocupado. Ela também estava, afinal, David podia querer se vingar dela por ter contado, e ele saberia exatamente em que ponto atingi-lá para isso. Ainda sim, sua maior preocupação no momento era a que via nos olhos de Ian.
— Acho que você deveria ir procurá-lo. — ela disse e Ian balançou a cabeça negativamente. — Sei que está com raiva mas ele é seu amigo Ian, não pode lhe dar as costas...
O loiro suspirou, soltando um leve riso.
— Acreditou mesmo no que eu disse sobre desistir de ajudá-lo? — questionou ainda rindo. — Você não me conhece mesmo Steawart; eu não desisto de um amigo. — ele piscou. — E David é meu primo, quase um irmão para mim...
— Então, porque você...
— Não é de mim que ele precisa agora. — ele disse com um sorriso enigmático, algo que intrigou Alana do motivo. — E ele precisa se sentir sozinho para ir atrás de quem precisa.
Alana assentiu, ainda que sem entender o que ele queria dizer com aquilo. Ficou em silencio por um instante, até que suspirou. Ian a fitou.
— O que foi? — perguntou e ela deu de ombros.
— Tenho medo que seu amigo queira se vingar de mim. Que ele afaste Eva de mim como troco por eu ter lhe contato o que vi. — confessou em voz baixa, como que se o volume baixo de sua voz tornasse menos possível aquilo de acontecer.
— Ele não vai fazer nada. — Ian disse sério, voltando os olhos para a cidade. O crepúsculo começava a se formar no céu, e Alana pensou que ele nunca estivera tão bonito com aquela luz sobre ele. — Não se preocupe.
— Como pode ter tanta certeza que não vai? Você não pode controlá-lo.
Ian riu.
— Tem razão, David é meio instável mesmo. Mas, mesmo que ele faça alguma coisa, providenciarei pra que seja revertida a seu favor. Ninguém vai tirar a fedelha de perto de você.
Alana sorriu, os olhos ganhando um brilho mais intenso e encorajador. Vendo a maneira com a qual ela o fitava, Ian fez uma careta estranha ao mesmo tempo em que engraçada depois de dar mais um gole na cerveja.
— O que foi? — ele perguntou em sua rispidez natural. O sorriso de Alana só se fez alargar.
— Eu gostaria de saber porque está me ajudando com minha irmã, por que está disposto a me defender de seu amigo de infância...
Ian não respondeu a inicio, mas por fim deu de ombros, dizendo:
— Digamos apenas que eu sei como vai se sentir se não puder ver o sorriso de sua irmã todos os dias. — imediatamente a imagem de Yara no hospital preencheu a mente de Alana, e ela engoliu em seco, os olhos mostrando toda a lamentação sincera por ela está-la naquela situação, e Ian naquele sofrimento que não demonstrava.
— Quando você vai me contar o que realmente aconteceu? — Alana perguntou, e Ian continuou a olhar para as luzes da cidade, a noite era quase completa já. — Você sabe, sobre o que aconteceu para ela estar... você sabe...
Ian quase riu da falta de jeito dela com as palavras, da maneira como ela parecia tentar buscar palavras para não magoá-lo. Pensou em dizer que aquilo era desnecessário, mas achou realmente fofo o modo como as bochechas dela coraram naquela tentativa.
— Eu já disse o que aconteceu... Eu estava dirigindo. — ele falou de maneira vaga, fazendo Alana soltar um suspiro derrotado. Ian riu, aumentando o volume da música que tocava no rádio. — Um dia, talvez, eu te conte a história. — ele piscou. — Ou talvez não. — riu da cara emburrada que Alana fez.
A música foi tudo o que quebrou o silencio que se formou entre eles por alguns segundos, até Alana perguntar:
— Sua briga, com aquele ruivo, tem haver com o que aconteceu a sua irmã? — Ian hesitou, mas no fim assentiu, sem olhá-la. — E você não vai me contar mais nada a respeito, não é?
— Está ficando esperta, Steawart. — Ian piscou para ela, divertindo-se. Alana rolou os olhos, dando-lhe um tapa no braço com um sorriso dócil nos lábios.
— O que ele disse pareceu sério, afinal você... você parecia disposto a matá-lo, Ian. — receosa, Alana comentou, fazendo o loiro soltar um suspiro cansado. Ela realmente estava disposta a descobrir mais, mas ele também estava mais que disposto a não revelar grandes coisas sobre o assunto.
— Nem foi algo tão sério, mas vindo dele se tornou. — o loiro fechou a mão que segurava a garrafa de cerveja com força envolta da mesma, trincando os dentes, e Alana soube ali que aquele era o limite de até onde podia ir no momento.
“ Não faça eu me arrepender disso...” murmurou contra gosto, e Yara sorriu, dando-lhe um grande abraço de agradecimento antes de entrar no carro. Ian olhou para os amigos que assentiram e cada um entrou em seu carro.O loiro ainda ficou alguns segundos parado onde estava, pensando, antes de dar a volta no Skyline e entrar no lado do motorista, agarrando o volante com força antes de voltar os olhos para a irmã ao seu lado.“ Preste atenção Yara, preste muita atenção...” começou ele, tentando deixar a voz o mais calma possível. A verdade é que a presença da irmã ali o incomodava, algo dentro de si estava gritando que não era uma boa ideia levá-la. “... Você vai comigo até lá, então, quando chegarmos você vai descer do carro e vai ficar com o Vincent e com David, entendeu?
Sentado na maior cadeira da sala, aquela que naturalmente pertencia ao presidente da companhia, ele observava com atenção o debate que se estendia a algum tempo naquela sala de reuniões entre os sócios minoritários.Sorriu internamente ao pensar o quão tolo eles eram, debatendo ali de maneira quase agressiva entre si como se fossem os donos da empresa, como se as grandes decisões coubessem a eles. Não cabiam.— O que você acha, Frederick? — perguntou um dos sócios, formalmente vestido em um traje social, tentando – inutilmente – ostentar uma aura tão poderosa quando o homem loiro.O Norton suspirou, seus olhos azuis fitaram cada um dos rostos presentes, posicionados ao longo da grande mesa, sorrindo internamente ao ver os brilhos de cautela, inveja, e orgulho nos olhos deles.— Acho que ess
— Yara é minha irmã! — o loiro rebateu, apertando com mais força as mãos em torna do pescoço do amigo quando este fez o mesmo consigo.Vincent estreitou os olhos. O que havia dado naquele dobe? Algo não estava certo com ele, sabia, mas não podia preocupar-se com aquilo agora. No momento estava mais preocupado em como arrancar fora a cabeça daquele dobe maldito. Se Ian queria briga, definitivamente, tinha vindo procurar a pessoa certa para brigar. A única pessoa no mundo inteiro que sempre o revidaria, não importando quão amigos fossem.O Bennie sorriu. Um sorriso oblíquo, cruel no canto dos lábios.— Sua irmã... Está morta. Naquela cama? Acha que ela está respirando? Pois ela não está... São os aparelhos que respiram por ela. — Vincent sentiu o aperto em seu pesco&cc
Meio tonta, com uma mão sob o lado esquerdo do peito, apertando o tecido da camisa como se apertasse o próprio coração, Alana cambaleou para trás, esbarrando em alguns instrumentos musicais. Só percebeu que chorava quando seus soluços se tornaram altos demais, e sua visão turva demais para que pudesse ver a expressão de dor na face de Ian ao vê-la chorar.— Acabou... — não passou de um murmúrio, baixo, mas que não escapou aos ouvidos do rapaz que imediatamente empalideceu...— Alana...— Não. — ela o interrompeu, balançando a cabeça negativamente. — Não diga mais nada... — pediu numa suplica baixa, enquanto erguia os olhos cheios de lágrimas para encará-lo. — Acabou...Apertou com mais força o lado esquerdo do peito.
Sentia sua respiração presa, sufocada na garganta. Sentia o coração doido, espremido no peito a cada passo, a cada curto e lento passo que dava. Podia sentir alguns olhares em suas costas, mas ignorava a todos, apertando mais e mais o material contra o peito. Em sua mente pensamentos embaralhados, perguntas sem respostas, dúvidas sem fim.— Boo!Assustada, Alana deixou todos os livros caírem ao chão enquanto à suas costas podia ouvir a risada divertida e melodiosa da amiga.— Eu não acredito que você se assustou! — exclamou Lisandra ainda meio risonha, abaixando-se para ajudá-la a recolher o material. — Está com a cabeça no mundo da lua é, Alana? — sorriu para amiga, lhe entregando os livros recém apanhados.— Obrigada. — disse a Steawart, nov
— O prazer é meu. — Alana respondeu, apertando-lhe a mão brevemente, feliz consigo mesma por não ter gaguejado, mas não desligando-se por um momento do clima desconfortável, tenso que pairava sobre aqueles dois e que agora a tragava também.Fez-se um silencio constrangedor até que Ian pigarreou, respirando fundo em seguida e colocando um sorriso nos olhos.— Jolie estava comigo no palco. Apresentou o artista revelação... — disse ele.— Oh, é mesmo. — Alana bateu na própria testa, fingindo lembrar de tê-la visto, de ter prestado atenção na premiação da categoria. — Você estava incrível lá em cima. Vocês dois.— Obrigada. — Jolie agradeceu, e Alana estreitou os olhos pois não era um agradecimento falso. Era
Último capítulo