Minha vida parecia perfeita. Ainda não havia saído do apartamento do Fernando, e pretendia fazer isso, mas iria esperar mais um pouco, não queria magoa-lo, mas estavamos divorciados, não poderia estender essa situação por muito tempo. Conseguir recuperar o ateliê, foi sem sombra de dúvidas aquilo que mais desejei e no entanto, tentava entender por que me sentia tão insatisfeita quando tudo parecia estar perfeitamente em seu lugar. - Mamãe, tô com sodade da vovô Camem. - Pedro fala e estremeço. Minha mãe já havia tentado falar comigo, mas eu não me sentia pronta e ela decidiu respeitar minha decisão, mas o Pedro já estava perguntando por ela. Eu precisava passar por cima da minha dor, mas o luto pelo meu pai havia voltado com tudo essa semana. Era fim de tarde de uma sexta-feira e em breve o Fernando voltaria da empresa, eu havia buscado o Pedro na creche, feito o jantar e haviamos tomado banho. - Podemos ir amanhã na casa da vovô, o que acha, meu amor?- Sim, mamãe. Tô com muita s
- Entre, Carol. - Minha mãe fala quando chego a sua casa e o Pedro pula diretamente em seu colo, mas eu estava com medo de encontrar o homem que havia visto no início da semana aqui novamente. - Está sozinha? - Pergunto dando um passo hesitante. - Sim, filha. Você tem livre acesso a minha casa, não precisa ficar hesitante. - Ela diz e entro. - Vovô, eu tava com sodade. - Pedro diz deitando a cabeça no no ombro da minha mãe.- Eu também estava com muita saudade, meu amor. - Carol, vamos tomar um café. - Estou bem, mãe. Acabamos de comer. - Falo e nos sentamos em seu sofá. Minha mãe estava visivelmente nervosa e eu odiava que ela tivesse que passar por essa situação. Eu queria ser feliz e minha mãe também deveria.- Consegui recuperar o ateliê. Ainda tive que pagar todos os direitos trabalhistas a ela, e mais 50 mil reais. Ela pediu 700 mil. - Carol, que bom que esse pesadelo chegou ao fim. Um absurdo você ainda ter que pagar alguma coisa para aquela mulher, quando deveria ser o
- Está lindissima, meu amor. Esse vestido é novo? - Fernando fala me abraçando por trás e beijando meu pescoço. - Obrigada, sim, eu desenhei alguns vestidos no inicio da semana e decidi costurar um pra ver como ficaria, talvez eu coloque uma coleção nova no ateliê, ainda não sei. - Falo me virando e passando os braços ao redor de seu pescoço. Eu estava tentando decidir o que faria com minha vida, o que faria com o ateliê e como faria se eu decidisse que iria para Minas com o Fernando. Uma semana havia se passado desde o episódio em que estive na casa da minha mãe e hoje retornaria lá com o Fernando, já que ela havia buscado o Pedro cedo para ficar com ela e jantariamos todos juntos, hoje seria o dia em que eu conheceria o seu namorado. Eu estava apreensiva, mas tentava não demonstrar.- Eu apoio uma coleção nova, você é muito talentosa, Carol. - Ele fala e deposita um beijo suave em meus lábios.- Obrigada, Fernando. Talvez eu coloque os desenhos na produção. - Você deveria fazer i
- A amostra está aprovada. Pode colocar os desenhos na produção. - Falo quando uma funcionária vem me trazer uma amostra do vestido que havia desenhado. - Certo, Carol. Farei isso. - Ela diz e sai do escritório do ateliê. Eu estava me certificando de manter a minha relação com as pessoas que trabalhavam comigo estritamente profissional, depois do que havia acontecido após eu depositar muita confiança na Aline, eu estava evitando isso novamente.Meu celular toca em cima da mesa e o nome do Henrique brilha na tela. Eu ainda estava tentando processar o que havia acontecido ontem, mas estava confusa. Havia algo que não encaixava. Como minha mãe estava namorando o pai do meu ex namorado? - Você sabia. - Falo ao atender o telefone.- Carol, será que posso ver você? - Henrique pergunta. - Não temos o que conversar, Henrique. Para mim está tudo muito claro, você sabia que o seu e minha mãe estavam juntos. Você presenciou o quanto eu estava abalada e não teve a decência de me contar.- Eu
Eu estava inquieta e me sentia angustiada, mas tratei de vestir uma mascara e encenar perfeitamente que não estava sentindo nada, mas eu me sentia sufocada. Depois que o Fernando me chamou para morar com ele, pensei que finalmente estava em um lugar seguro em relação aos nossos sentimentos, que ficariamos juntos e seriamos felizes, mas não existe conto de fadas, essa é a vida real e ela nos testa diariamente. Assim que chegamos a creche do Pedro, desço do carro sem esperar pelo Fernando. A professora da creche me avista e sorri acenando que vai buscar o Pedro. - Carol... - Fernando toca meu ombro, quando para ao meu lado.- Não quero conversar, por favor, respeite isso. - Falo. Em poucos minutos, a professora trás o Pedro e ele se joga em meus braços, ele sempre vai para o colo do Fernando primeiro, mas hoje ele joga os bracinhos miudos em torno de mim e me abaixo para abraça-lo. Eu estava mesmo precisando do carinho do meu filho. - Mamãe, você é linda. - Ele diz me beijando e so
- Nosso casamento também terá altos e baixos, meu amor. Mas o que sentimos um pelo outro é inexplicavel. Não vamos deixar com que a rotina esfrie o que sentimos um pelo outro. Vamos superar cada obstaculo. Essa foi uma das frases dos votos do meu marido no nosso casamento. Eu acreditei piamente em cada palavra dos seus votos. Eu sabia que enfrentariamos dificuldades, mas nunca imaginei que seria no nosso terceiro ano de casamento. Há um mês atrás, o Fernando me comunicou que nos mudariamos temporariamente de São Paulo, para Minas Gerais. Inicialmente, eu não achei a ideia tão ruim, apesar de ter me pego de surpresa, achei que a mudança de ares não pudesse ser de todo mal, hoje sinto como se eu estivesse prestes a assinar os papéis do nosso divórcio.É certo que todo casamento tem seus altos e baixos, com o meu não seria diferente. Eu só tenho 25 anos e conheci o Fernando quando tinha 20, há cinco anos atrás, no aniversário de um amigo que temos em comum. Ele chegou em mim naquela n
Morar em uma fazenda em Minas Gerais, com certeza seria uma experiência única na minha vida, não que não estivesse habituada a uma vida pacata, afinal, morei até os meus 19 anos no interior de São Paulo.- Carol, amor. Você está acordando muito tarde, não acha que poderia me acompanhar nos compromissos da manhã na transportadora? - Meu marido pergunta quando me junto a ele no escritório da fazenda. - Fê, você sabe que tenho ficado em reunião até tarde da noite com os funcionários da loja. Não é fácil administrar uma empresa estando longe, sabia? - Pergunto dando-lhe um beijo carinhoso nele. Eu havia notado que o Fernando andava muito irritado, desde que nos mudamos para cá. Eram muitos problemas na administração da fazenda e ele estava tentando colocar as coisas no lugar. - Eu sei, meu amor, me desculpe. Não quero te encher com os problemas da fazenda. - Ele diz mal olhando para mim. Saio do escritório e acho que o Fernando nem nota, eu sabia que ele estava cheio de trabalho. Seu
No dia seguinte, eu estava de pé bem cedo. Estava disposta passar mais um tempo com o meu marido e acompanhar sua rotina de trabalho na fazenda. Eu havia delegado algumas funções pra as funcionarias da minha loja em São Paulo e me ausentaria um pouco enquanto estivesse aqui, mas, ainda assim gostaria de estar a par de tudo que estivesse acontecendo por lá.- Bom dia, meu amor. - Falo quando o Fernando chega a mesa para tomar café. Ele parece realmente surpreso ao me ver acordada tão cedo, até eu estoou surpresa com esse feito.- Não te encontrei na cama quando acordei, pensei que estivesse trabalhando em algum projeto. - Ele diz se sentando ao meu lado e me dando um beijo carinhoso nos lábios. - Não, vou descansar um pouco do atêlie, por alguns dias. Quero te acompanhar hoje, vê algum problema? - Pergunto e ele sorri. - Claro que não, linda. Fico feliz que vá me acompanhar hoje. - Ele diz e sorrio. Quando o Fernando confirmou que já tinha se relacionado com a Júlia, mil coisas se