Pra ficar
Pra ficar
Por: Cris Silva
PRÓLOGO

Recife é uma cidade litorânea do nordeste brasileiro, capital do estado de Pernambuco e tem muitos encantos. Eu costumo dizer que ela possui um misto de nostalgia, modernidade, e boemia, e como toda capital possui problemas de ordem sócio-econômica. No entanto, isso não é capaz de tirar o charme dos seus monumentos históricos, da sua praia digna de cartão postal e mar de águas mornas com deliciosas piscinas naturais e da sua riqueza cultural. Foi aqui que eu nasci, foi aqui que eu passei a maior parte da minha vida. Agora, sentada na minha poltrona em um avião, rumo à Nova York, a melhor palavra que eu encontrei para definir o que eu sinto neste momento é “agridoce”. Estou dividida entre a alegria dessa oportunidade profissional, da chance de conhecer Nova York, o mundo de possibilidades que se abre diante de mim a partir de agora e a tristeza da saudade daqueles que estou deixando em Recife. Meus pais, minha irmã mais nova, e meu noivo, que até a semana passada era apenas namorado. Um relacionamento de seis anos, que evoluiu em apenas uma semana para um noivado assim que eu comprei minha passagem de avião. Eu tentei terminar nosso relacionamento, pois, além do fato da nossa relação estar estagnada há um bom tempo, para não dizer fria, eu também achei que não seria bom, nem justo para nenhum dos dois manter essa relação à distância quando nós bem sabemos que eu não tenho uma data pré-determinada de retorno. Mas ele disse que não queria terminar, que deveríamos continuar juntos e tentar mesmo à distância. E me pediu em casamento na frente de uma multidão de pessoas de modo que eu não pude dizer não, não podia fazer isso com ele. Então eu aceitei. Não que eu não goste dele, eu gosto sim. Ele é uma boa pessoa, mas falta algo. Não sei se nele ou em mim, ou em nós, mas falta algo.

À princípio eu pretendo voltar para o Brasil no máximo em dois anos, mas eu sinceramente não tenho como ter certeza. Estou indo para vivenciar essa experiência de trabalhar em um país diferente, com o emprego dos meus sonhos e isso é tudo que eu sei. Não sei ainda como vai ser lá, se vou me adaptar ou se vou querer sair correndo de lá direto para a casa dos meus pais, lugar de onde eu nunca saí, mas o fato é que eu decidi tentar e eu vou. A palavra medo diz muito sobre isso: medo do novo, da mudança, daquilo e daqueles que vou encontrar no meu caminho nessa cidade tão famosa mundo a fora, mas tão desconhecida para mim. Eu estou receosa, mas ao mesmo tempo estou orgulhosa por ter aceitado esse desafio e me sinto determinada a cumprir com maestria aquilo que eu me propus a fazer. Uma das razões que foram decisivas para que eu aceitasse ir para Nova York é o fato da minha melhor amiga ter se mudado pra lá a cerca de dois anos. Saber que ao descer do avião vou encontrar um rosto conhecido naquele mar de anônimos é um alívio.PRÓLOGO

Recife é uma cidade litorânea do nordeste brasileiro, capital do estado de Pernambuco e tem muitos encantos. Eu costumo dizer que ela possui um misto de nostalgia, modernidade, e boemia, e como toda capital possui problemas de ordem sócio-econômica. No entanto, isso não é capaz de tirar o charme dos seus monumentos históricos, da sua praia digna de cartão postal e mar de águas mornas com deliciosas piscinas naturais e da sua riqueza cultural. Foi aqui que eu nasci, foi aqui que eu passei a maior parte da minha vida. Agora, sentada na minha poltrona em um avião, rumo à Nova York, a melhor palavra que eu encontrei para definir o que eu sinto neste momento é “agridoce”. Estou dividida entre a alegria dessa oportunidade profissional, da chance de conhecer Nova York, o mundo de possibilidades que se abre diante de mim a partir de agora e a tristeza da saudade daqueles que estou deixando em Recife. Meus pais, minha irmã mais nova, e meu noivo, que até a semana passada era apenas namorado. Um relacionamento de seis anos, que evoluiu em apenas uma semana para um noivado assim que eu comprei minha passagem de avião. Eu tentei terminar nosso relacionamento, pois, além do fato da nossa relação estar estagnada há um bom tempo, para não dizer fria, eu também achei que não seria bom, nem justo para nenhum dos dois manter essa relação à distância quando nós bem sabemos que eu não tenho uma data pré-determinada de retorno. Mas ele disse que não queria terminar, que deveríamos continuar juntos e tentar mesmo à distância. E me pediu em casamento na frente de uma multidão de pessoas de modo que eu não pude dizer não, não podia fazer isso com ele. Então eu aceitei. Não que eu não goste dele, eu gosto sim. Ele é uma boa pessoa, mas falta algo. Não sei se nele ou em mim, ou em nós, mas falta algo.

À princípio eu pretendo voltar para o Brasil no máximo em dois anos, mas eu sinceramente não tenho como ter certeza. Estou indo para vivenciar essa experiência de trabalhar em um país diferente, com o emprego dos meus sonhos e isso é tudo que eu sei. Não sei ainda como vai ser lá, se vou me adaptar ou se vou querer sair correndo de lá direto para a casa dos meus pais, lugar de onde eu nunca saí, mas o fato é que eu decidi tentar e eu vou. A palavra medo diz muito sobre isso: medo do novo, da mudança, daquilo e daqueles que vou encontrar no meu caminho nessa cidade tão famosa mundo a fora, mas tão desconhecida para mim. Eu estou receosa, mas ao mesmo tempo estou orgulhosa por ter aceitado esse desafio e me sinto determinada a cumprir com maestria aquilo que eu me propus a fazer. Uma das razões que foram decisivas para que eu aceitasse ir para Nova York é o fato da minha melhor amiga ter se mudado pra lá a cerca de dois anos. Saber que ao descer do avião vou encontrar um rosto conhecido naquele mar de anônimos é um alívio.

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