Nácar estava correndo. A floresta era um borrão de sombras e luar, mas ela não olhou para trás. Os passos ecoavam, brutais e determinados. A terra sob seus pés se tornava uma inimiga, desleal, traiçoeira, ameaçando fazê-la tropeçar.
— Não posso parar — repetiu para si mesma, com a respiração entrecortada pelo esforço e pelo medo.
— Lá vai ele! — gritou uma voz distante, misturando-se com o latejar selvagem em seu peito.
Ela sentiu um suor frio encharcar suas costas. Nácar manteve o ritmo, seus olhos queimando como brasas.
— Logo, Nácar — exclamou Roxana em seu íntimo. — Precisamos de um milagre.
Um clarão de metal atravessou o ar, seguido pelo estampido de um tiro. A bala encontrou seu alvo, e tanto Nácar quanto Roxana sentiram o mundo girar violentamente. Ela parou, a dor lancinante abrindo caminho por sua carne. Não queria morrer, não assim, não agora.
Os caçadores se aproximaram, suas vozes claras e intenções mortais.
— É o fim — sussurrou, caindo no chão, com o medo transformando-