Me recolhi com a minha decepção comigo mesma, peguei um dos pedaços de cacos daquela pinha e guardei os outros debaixo do meu travesseiro. Não que eu tenha qualquer lugar aqui nesse cômodo que seja bom para esconder alguma coisa. É isso que acontece quando um lugar não é seu: Você não é bem vindo, não tem privacidade e principalmente não consegue se sentir seguro com nada em momento nenhum.
Mas isso iria mudar, estava na hora de catar os restos da minha esperança e tentar cuidar dela como uma florzinha murcha.
Era o que eu podia fazer.
Peguei aquele caco na minha mão e me sentei no chão na frente da parede, pensando por um tempo até que finalmente me senti motivada e com ideias suficientes para começar a rabiscar.
Era difícil, não é como se fosse o melhor material do mundo, mas a cerâmica fazia uma linha branca com algumas falhas cor de concreto e servia de um bom lápis improvisado.
Eu nunca fui muito boa em desenhar, mas só por que não se é bom em alguma coisa não quer dizer que