Olho para Mason tentando entender o que na aparência dele é estranho para mim. Ele parece…doente. Tem um curativo em seu braço direito, fechado em bem limpo, mas ocupa boa parte do braço e a pele embaixo parece vermelha e levemente inflamada. Ele também estava suado, o que posso estar enganada, mas quando não está calor o suficiente pra isso suor geralmente significa pessoas com febre. Ele também tinha olheiras grandes e profundas de baixo dos olhos que só amplificavam toda a ideia de aparência cansada, pois isso era outra coisa que ele aparentava. Mas também, havia algo em seus olhos, piscando amarelo e castanho em vários momentos, como se ele não estivesse no controle de seu lobo, mas seu próprio lobo também não estivesse 100% no controle. Além disso, tinha mais alguma coisa no seu olhar que me deixava com uma pulga atrás da orelha, a sensação de que eu estava perdendo mais alguma coisa que estava logo ali para ser observada mas eu não podia ver. Tinha algo errado, mas isso não
Olho para Mason tentando entender o que na aparência dele é estranho para mim. Ele parece…doente. Tem um curativo em seu braço direito, fechado em bem limpo, mas ocupa boa parte do braço e a pele embaixo parece vermelha e levemente inflamada. Ele também estava suado, o que posso estar enganada, mas quando não está calor o suficiente pra isso suor geralmente significa pessoas com febre. Ele também tinha olheiras grandes e profundas de baixo dos olhos que só amplificavam toda a ideia de aparência cansada, pois isso era outra coisa que ele aparentava. Mas também, havia algo em seus olhos, piscando amarelo e castanho em vários momentos, como se ele não estivesse no controle de seu lobo, mas seu próprio lobo também não estivesse 100% no controle. Além disso, tinha mais alguma coisa no seu olhar que me deixava com uma pulga atrás da orelha, a sensação de que eu estava perdendo mais alguma coisa que estava logo ali para ser observada mas eu não podia ver. Tinha algo errado, mas isso não
Eu abro os olhos e está tudo muito claro, mas meio turvo. Como olhar para o mundo através de uma poça d'água. Eu me levanto e olho ao redor tentando processar onde eu estou. Acima de mim, vejo um céu azul e um sol brilhante, mas amenizado por algumas nuvens que passam, tornando o clima fresco e agradável. A brisa torna tudo ainda melhor, como um tempero de mãe na comida que parece aquele arremate final. Tem muitas flores, muitas mesmo. Até onde a vista acaba, e eu estou sentada no meio delas.Estou tão absorta com o lugar que demora um pouco pra eu me lembrar onde é que eu estou, e saber que já estive aqui antes. Eu não só conheço esse lugar como ajudei ele a ficar assim, plantando grande parte desse jardim. Quero me deixar mais uma vez e me afundar na sensação de paz que sinto por estar aqui de novo, quando percebo uma figura se aproximando de canto de olho. Olho em direção a ela e abro um sorriso involuntário quando o vejo. Seus cabelos escuros voando contra aquela brisa mágic
POV MASONTudo está tão errado, tão fora do lugar. E eu estou falando de mim mesmo. tenho vagas lembranças do que aconteceu noite passada, fleches eu diria, nenhum deles 100% confiável. Eu não acreditaria. Eu principalmente não sou mais 100% confiável. É oficial, não tenho controle sobre mim mesmo e muito menos sobre meu lobo, que parece constantemente em uma luta interna comigo para se libertar. Ele não gosta mais de nada que eu faço, não apoia mais nenhuma nas minhas decisões e parece em fúria o tempo todo. Eu mesmo estou tendo dificuldades agora de separar os sentimentos dele dos meus próprios, estando tudo confuso, embaralhado e impossível de se organizar. Alguém bate na minha porta, eu não respondi. Estou ocupado demais se contratando na minha própria respiração e tentando processar tudo que aconteceu. Eu a beijei. Eu não acredito que eu a beijei. Ainda consigo sentir seu gosto na minha língua. Acho que ouço alguém abrindo a porta , mas é baixo demais para os meus outros se
Me recolhi com a minha decepção comigo mesma, peguei um dos pedaços de cacos daquela pinha e guardei os outros debaixo do meu travesseiro. Não que eu tenha qualquer lugar aqui nesse cômodo que seja bom para esconder alguma coisa. É isso que acontece quando um lugar não é seu: Você não é bem vindo, não tem privacidade e principalmente não consegue se sentir seguro com nada em momento nenhum.Mas isso iria mudar, estava na hora de catar os restos da minha esperança e tentar cuidar dela como uma florzinha murcha. Era o que eu podia fazer. Peguei aquele caco na minha mão e me sentei no chão na frente da parede, pensando por um tempo até que finalmente me senti motivada e com ideias suficientes para começar a rabiscar. Era difícil, não é como se fosse o melhor material do mundo, mas a cerâmica fazia uma linha branca com algumas falhas cor de concreto e servia de um bom lápis improvisado. Eu nunca fui muito boa em desenhar, mas só por que não se é bom em alguma coisa não quer dizer que
Eu não acho que eu poderia sobreviver a isso. Realmente não acho. Mas se por um acaso eu sobrevivesse, seria uma parte muito nebulosa da minha vida. Eu já ouvi histórias que pessoas em uma certa idade precisam ter uma parte nebulosa da vida como uma espécie de rito de passagem Quando se é jovem, mora sozinho e vive a vida regada a álcool, bares suspeitos e festas, costuma ser nesse momento da vida em que as lembranças escapam de você, de tudo que se tem são vultos de memórias e nenhuma 100% confiável.No meu caso, não vai ter álcool envolvido na minha história, só uma série de vezes em que eu acabei inconsciente contra a minha vontade e sem precisar usar nenhuma substância. Mais uma vez um momento da minha vida são apenas flashes. Fleches de estar olhando as costas de alguém e sentindo o enjoo crescer cada vez mais enquanto a pessoa me carrega sem nenhum cuidado, e meu corpo balança de um lado para o outro. Fleches de árvores, folhas e terra batida, que eu em alguns momentos vejo
Mas ao contrário do que eu pensava que fosse acontecer. Vejo o lobo se transformar em um rapaz de cabelos loiros. Ele parece cauteloso, e nada feral. Mesmo assim não abaixo a guarda, mas ele me oferece um sorriso gentil e ensolarado. Eu mostro os dentes em um sinal de alerta, o máximo de ameaça que eu consigo transparecer. Ele levanta as mãos como que para mostrar que não é uma ameaça, e começa a se aproximar com cautela. -Tenha calma, eu não vou te machucar. Sua voz também é bem tranquila, e eu começo a abaixar um pouco a guarda. Bom, no caso eu apenas paro de mostrar os meus dentes, mas continuo encolhida na grama. -Você está ferida…deixe-me te ajudar. Eu não me mexo de onde estou a princípio, mas quando ele dá mais um passo na minha direção, eu saio da grama alta e recuo para trás. Ele parece entender o recado e relaxa a postura. -Tudo bem, entendo se estiver com medo. Você parece perdida. Não há outras matilhas aqui por perto e não é comum lobos nessa parte da floresta. C
-Bom, Não duvido do quão terrível deve ter sido o seu dia. Vou deixar você descansar. Se sentir fome ou tiver sede durante a noite, a cozinha é virando o corredor à direita. Pode pegar o que quiser da geladeira. Amanhã faremos alguns exames se não se importar e acho que estará mais disposta para conversarmos sobre sua…situação atual. -Ele passa as mãos pelos cabelos, aparentemente um pouco nervoso. Eu não o culparia se ele estivesse pisando em ovos nesse momento. -Eu estarei a alguns quartos de distância. Qualquer coisa pode me chamar, não se preocupe em incomodar, fico feliz em ajudar no que precisar. Bom…uma boa noite.Ele fala e começa a encostar a porta atrás dele. O som das dobradiças rangendo enquanto ela se fecha me causam uma reação instantânea, e eu me senti na cama com urgência. -Não! -Eu falo, com muito mais entonação do que pretendia e ele para. -Pode…deixar aberta, por favor. Fico sem graça com a forma que me exaltei com isso, mas ele apenas para de fechar a porta e s