POV: AARON
As patas batiam contra a água formada pela garoa fina que cobria minha pelagem, o som abafado pelos passos ritmados no chão encharcado. O frio tentava invadir, mas não penetrava os pelos grossos lupinos que me protegiam. O anseio e a necessidade de ver meu filhote queimavam em meu peito, uma chama que nada poderia apagar. Rigan estava vivo. Soltei um uivo aos céus, uma manifestação de felicidade genuína que ecoou pela floresta, reverberando nas árvores altas e escuras.
Minha determinação era inabalável. Faria aquelas malditas bruxas sangrarem por cada momento de angústia que me fizeram passar. Trarei meu filhote de volta para os braços de minha companheira em segurança. Afastaria nossa família desta guerra maldita e colocaria um fim em Nocturnus de uma vez por todas.
Passei por entre a floresta negra, onde os sussurros dos ancestrais me alcançaram como ameaças invisíveis, quase palpáveis:
“Volte, guerreiro, ou sofrerá as consequências de sua desobediência.”
— Para o inferno