DAVID
Eu me sinto como um maldito farsante enxugando suas lágrimas, então quando ela pergunta com a voz suave o que fiz, sei que este será o nosso fim. Porque ela não vai me perdoar após me ouvir. Aperto seu ombro e a trago para mim, aproveitando para inspirar seu cheiro.
Ela estremece.
— Eu ainda te afeto. — sussurro contra o seu cabelo, permitindo-me sorrir quando ela estremece novamente. Talvez eu ainda tenha chance, então.
— David, por favor.
Nelly se move nos meus braços, colocando espaço entre nós, mas ficando perto o suficiente para que eu ainda possa enxergar a mancha vermelha nas suas bochechas e pescoço pelo choro. Limpo a garganta, precisando de um ou dez segundos para decidir se isso é uma boa ideia, confessar que fui o responsável pela partida de sua mãe e arriscar ficar sem ela. Estou tão perto de reconquistá-la. Posso sentir isso.
— Eu…
Minha garota franze a testa, começando a parecer impaciente com a espera.
— O quê?
Balanço a cabeça, pulando para fora do sofá em um mo