Capítulo 3

Faz mais de três meses que eu simplesmente evito sair de casa, só a exposição na galeria, na semana passada, me tirou de meu refúgio.

Esta semana a melancolia tá batendo mais forte dentro de mim, confinei-me nas paredes de minha casa, procurando as respostas que eu não tenho, esperando que elas me digam o que fazer de minha vida.

Moro em um espaçoso sobrado em Salvador, no bairro do Rio Vermelho, reduto da boemia baiana.

Ah! Morar na terra da alegria... E eu me sentir assim desse jeito é no mínimo muito irônico.

Treze anos se passaram e parece que foi ontem, há exatamente treze anos mudei-me de Quijingue, no Sertão da Bahia, para morar neste sobrado de arquitetura histórica.

Todos os detalhes de nossa casa são muito pessoais e particulares.

Todo o caos que eu vivo é tão surreal que eu ainda não me acostumei a dizer que a casa é minha.

Os objetos desta casa refletem os gostos e personalidades de cada um dos moradores.

Tapetes persas, almofadas brocadas em tecidos adamascados e o narguilé no canto da sala, escolhidos por Aziz.

A biblioteca abarrotada de romances vitorianos que Johnny trouxe da Inglaterra e vários quadros e objetos de decoração rústicos, de palha e búzios que eu adoro criar, tudo envolto em uma atmosfera de alegria, paz e acolhimento.

Tudo muito acolhedor e cheio de lembranças deliciosas, principalmente a estante da sala, cheia de fotos familiares divertidas.

As imagens lindas de Ziê e Johnny com seus trajes a rigor em uma festa Black Tie, sorrindo intimamente um para o outro.

Kaled em diversas poses: engatinhando, o rostinho sujo de papinha, fantasiado para o carnaval; e alguns ângulos meus que Ziê capturou de surpresa, pintando um dos meus quadros, sentada em um click meio sensual, meio melecada após esculpir algumas peças, rindo deitada com Johnny na rede da varanda.

Uma cornucópia de aromas e sabores invadiam a cozinha.

A moqueca de peixe que eu cozinhava para os meninos, Aziz e Johnny oferecendo-me uma taça de vinho em meio a um bate papo divertido, o cheiro do café da manhã farto, cheio de bolos, biscoitos e risos tolos, e não menos importante, o chá da tarde, fumegante, que só Johnny sabia fazer.

Fomos tão felizes, eu e meus meninos, uma família diferente e apaixonada.

Apesar de minha casa ter uma vista saída do paraíso, pra mim tudo perdeu a graça. Era a grande ironia do momento, estou sozinha, de novo!

Sigo dia após dia no modo automático, impondo-me uma rotina maçante de ir ao trabalho, voltar pra casa, não necessariamente nesta mesma ordem.

Ah, esqueci, algumas vezes eu saio da rotina para comprar tintas para os meus quadros, mas que grande diversão!

Hoje ainda não tive a menor vontade de sair da cama, continuo com a mesma roupa de ontem, encolhida como uma bola de carne inerte, em uma camisola branca curta de algodão que implora pelo lixo, transparente de tão surrada.

Sento-me e me encaro no espelho, as olheiras teimando em brotar dos meus olhos.

Foi tão de repente, em um estalar de dedos eu tinha tudo e depois, Puff!

Eu perdi o meu amigo, meu “marido”, um irmão. É sempre a mesma imagem, não importa, dormindo ou acordada, não me sai da cabeça.

Como num filme de terror interminável, eu deitada na maca junto a ele, como ele sempre pedia, e a mão de Aziz afrouxando o aperto, até soltar os meus dedos.

Depois o nada, eu e Kaled sozinhos e essa casa enorme vazia.

Completei 26 anos poucos dias depois da internação de Aziz, foi tudo tão diferente dos outros anos, passei as horas de um dia cinzento, sem festas e sem risos.

Ziê não estava mais comigo, foram treze anos de paz, de pertencimento, de plenitude, felizes treze anos em que me senti parte de uma família, que me senti gente novamente.

Ele me acolheu, deu-me casa, comida, estudo, uma nova vida, deu-me um amor tão grande que pelo passado que vivi, não me achava merecedora em receber.

Os últimos pedidos de Aziz ainda martelam meus pensamentos, tenho dormido cada vez menos, pensando e pensando, como conseguirei cumprir com os últimos desejos de Ziê?

É assim que eu sempre chamei o meu amigo querido, meu único e verdadeiro amigo.

Prometi a ele que o seu filho, quer dizer, o nosso filho, seria aceito por sua família, a família que Aziz tanto temia e tanto o intimidava.

Muitos motivos distanciaram Ziê do seio familiar: a rigidez de sua família que mantinha com mãos de ferro as tradições e os costumes; a fortuna ostensiva que para seus ideais humanitários era mal distribuída; o medo de expor os seus segredos mais íntimos.

E o mais importante, o amor que lhe foi negado.

Muitas noites eu tive Ziê deitado com a cabeça em meu colo, as suas lágrimas molhando as minhas coxas.

Era tanta saudade, saudade de seu lar, de sua pátria, de sua gente, sempre que essas noites vinham, era muito difícil fazê-lo dormir.

Eu acariciava os seus cabelos e o seu rosto, sem pressa, e como que num encantamento, somente o calor das mãos, o calor de mãe, trazia-lhe o sono e um silêncio cercado de paz.

Era esse o desejo de Ziê, Kaled ser recebido por sua família, como seu herdeiro, seu filho, como um membro desta realeza que ele tanto quis distância.

Penoso e cansativo, essas duas palavras descreviam perfeitamente meus últimos meses.

Ziê foi mantido internado por longos dias no hospital, o corpo frágil, ferido, mas como sempre, um imperador altivo, tremendamente corajoso ao confrontar-me.

— Tônia, Você me prometeu que por tudo que é mais sagrado, meu filho será recebido por eles como um príncipe. Kaled vai ter tudo que eu não pude ter: o título, a herança, o respeito. Não tenha medo, ninguém vai descobrir o nosso acordo.

Aceitei calada confirmando com a cabeça, mas precisava expor a ele o meu ponto de vista, o motivo dos meus medos.

— Ziê, você já imaginou se eles descobrirem que eu não sou sua esposa de verdade, que nos casamos para que Kaled tenha direito à herança, eles podem me escorraçar como um cachorro, ou até pior, tentar tomar a guarda do meu filho, o que eu vou fazer?

— Nada disso vai acontecer, ele é seu sangue também, sei que você o ama assim como eu, é a vida que ele tem direito de usufruir, é a vida que você também merece usufruir.

— Eu não tô preocupada com o dinheiro, você vai sair dessa e vamos resolver tudo juntos.

— Não é só pelo dinheiro, ele será amado e aceito como eu nunca fui, é isso o que eu quero, eu quero só o que é o justo.

— Nós só precisamos de você, Ziê. Forte e vivo! Não precisamos da sua família.

— Johnny morreu, Tônia! O meu amor morreu e a culpa é toda minha. Kaled não tem mais ninguém nesse mundo, ele tem meu sangue, é assim que tem que ser, você precisa fazer o que tem que ser feito.

Pisquei os olhos com força para impedir que as lágrimas surgissem novamente, nunca tinha convivido com a nobreza, há muito pouco tempo, o meu meio de transporte era o jegue, o lombo de um cavalo.

Somente há alguns anos atrás Ziê me revelou que descendia da realeza do Qatar, um país do Oriente Médio. Essa riqueza toda pra mim era hipotética, distante do universo que me cercava, eu sei que existe, mas bem longe da minha realidade.

Aziz ficava muito constrangido em expor o seu passado, não era algo do qual ele se orgulhava, viver de mentira, se esconder, fingir ser algo que não é.

 Essa vida de bom senso e protocolos, não serviu pra ele, que dirá pra mim.

Ziê era um príncipe em seu país, mas preferiu se distanciar dos compromissos reais, será que Kaled seria feliz com o peso de um trono nas costas?

— Ele tem direitos legais, por favor, faça por ele, faça por mim, preciso que você me prometa isso.

Eu cumprirei com a promessa que fiz a Aziz, é o mínimo que eu posso fazer em gratidão a toda generosidade e amor que recebi dele.

— Eu prometo, quando sua família me procurar, ficarei ao lado de Kaled, ele é nosso filho.

Kaled tem dois anos, é um menino lindo, fui barriga solidária de Aziz para que ele e Johnny realizassem o sonho de construir uma família.

Desde que gerei Kaled, Ziê e Johnny nunca me distanciaram dele, ele é um menino de sorte, tem dois pais e uma mãe.

Cercado de muito amor e atenção, eu sempre participei do crescimento e da educação de Kaled.

Somente duas almas tão generosas, quanto Ziê e Johnny, para me permitir exercer a maternidade de uma forma tão singular e plena.

A família de Aziz não teve o privilégio de conviver com um homem tão digno, por isso, a intimidade dele é algo que não merecem saber, eles não têm esse direito.

O telefone tocou o dia inteiro e eu não atendi, decido atender e um homem fala em um português bem articulado:

— Sra. Antônia Santos?

— Sim, sou eu.

— Eu sou Samir Khouri, secretário do Sheikh Hassan, irmão do Sheikh Aziz, ele precisa falar-lhe sobre o menino Kaled. Mandou a senhora não sair de casa agora, ele chegará em breve.

Fiquei sem fala, não conseguia responder, sabia que a família de Aziz me procuraria após a sua morte, mas assim tão rápido?

Não era o que eu esperava, o homem do outro lado da linha desliga o telefone.

Não acredito na audácia deste tal de Hassan, “não saia sem a minha ordem”, ele realmente acredita que pode me dar ordens?

Nunca soube que Aziz tinha irmãos, ele não gostava de falar muito sobre a sua família. Vou colocar o irmão de Aziz no lugar dele, mandando esse velho enfiar as ordens dele bem no meio da bunda.

Sigo até o quarto de Kaled e ele continua dormindo como um anjinho.

Coloco uma cadeira ao lado do berço para observá-lo melhor, agora ele só tem a mim, acaricio suas bochechas tão macias e ele parece uma daquelas crianças de comercial de fraldas, tão lindo, a pele da cor de caramelo, os cabelos negros como de Aziz, tão indefeso.

 Por ele eu posso levar essa farsa adiante, meu menininho está sozinho no mundo, assim como eu.

Acordo do cochilo com alguém batendo na porta insistentemente e arrasto-me até lá, ainda cambaleando de sono. Brenda tem se tornado cada vez mais mãezona, deve ser ela que veio pra me espionar, sempre se preocupando se eu já fiz o jantar ou vou comer porcarias.

 Dois homens em terno preto forçaram a passagem, como se não houvesse ninguém na sala, ignorando completamente a minha presença e o fato de que eu sou a dona dessa casa.

E sem pedir licença, vasculham o local, falando com alguém parado na porta:

— Pode entrar Sheikh Hassan.

A terra parou, eu quero que o chão me trague nesse momento, é ele!

Puta merda! Eu nunca me esqueceria desses olhos verdes, nenhum dos dois pisca por um longo tempo, ele está de braços cruzados, parece mais alto e mais intimidante do que antes.

O cabelo preto hoje está puxado para trás, levemente domado. Os meus olhos são embriagados com a visão de um paredão sólido de homem ocupando toda a minha sala, irradiando uma força intensa e assustadora.

 A barba ainda por fazer e os lábios carnudos perfeitos para beijar, capturam os meus pensamentos como mariposas na rede, me atraem como imã.

O terno risca de giz e a camisa social branca sem gravata contrastam com o bronzeado de sua pele, alguns pelos macios teimam em sair dos dois botões abertos.

Onde está o irmão velho e feio de Aziz?

Meu Deus do céu, eu beijei ele, eu beijei o irmão de Ziê.

Os lábios dele se estendem em um sorriso contido, displicente, ele coloca a mão no peito gentilmente e inclina a cabeça em uma saudação árabe informal.

— Marhaban, é um prazer conhecer você oficialmente, Antônia. Hafiq Zafir Bin AL Hassan, o seu criado.

Então ele se divertiu em me fazer de idiota.

Agora a lembrança me vem em um estalo rápido e de repente eu fico tonta, a sensação que eu sinto é como um soco na boca do estômago.

Eu o vi durante o enterro de Aziz, parado perto de uma árvore, de longe olhava fixamente tudo que acontecia e depois sumiu. Quase como se fosse uma aparição.

E isso foi há três meses! Três longos meses atrás.

Três meses que ele sabia da minha existência, brincando de me seduzir, que tipo de mente perversa faria uma coisa dessas?

 Por que ele fez isso comigo?

É algo que sinceramente eu não entendo.

— Então você que é o irmão de Ziê? Hassan é o seu nome, correto? Eu só queria entender por que você não se apresentou antes?

Ele olha o Rolex de ouro e fecha o cenho, as feições em um misto de raiva e ironia.

— Até um minuto atrás eu era o irmão mais novo do Sheikh Aziz Mohammed Bin AL Hassan, então me faça um favor, me poupe os ouvidos dos seus apelidos sexuais.

— Eu tô pouco me lixando pro título de vocês, pra mim era Ziê e ponto final. Não há nenhum motivo sexual para chamá-lo de Ziê.

— Não me interessa, só não quero que você esfregue em meu nariz as intimidades de vocês dois. Simples assim.

— Simples assim?

Ele dá de ombros e continua a me encarar.

— Isso mesmo, simples assim.

Agora ele quer exigir ou ditar a forma que eu devo me referir a Zie?

Não meu bem, eu não lhe dou esse direito, nem por um cacete.

— Pois eu lhe digo que não é tão simples assim, quem é você para entrar na minha casa fazendo exigências de como eu devo ou não chamar Ziê? Escuta aqui moço, quando nevar no inferno, aí você manda em mim, me bota cabresto, certo assim? Sheik ou não, quero que se exploda, você e seu título, pra mim, ele foi e sempre será Zie e você não respondeu minha pergunta.

— Já terminou?

Ele é insuportável, isso vai ficar difícil. Meu Deus! Dai-me paciência.

— Terminou o quê?

— O seu ataque, é chilique que vocês falam, não é?, Eu posso falar agora ou meu irmão não te ensinou como uma dama se porta?

Se portar, se portar é o ca...

Shh, olha a porra da boca suja, Antônia. Eu posso prosseguir ou vai me interromper o tempo todo?

Prossiga, não foi pra isso que você veio?

— Sim, eu sou o irmão caçula de Aziz, não me apresentei antes porque achei que não era o momento oportuno.

— E pra você vir até a minha casa e dizer, “Prazer, eu sou Hafiq, irmão de Aziz, tio de Kaled”, precisa de um momento oportuno? Não me venha com essa! Eu só não consigo entender o que você quis com tudo isso.

Ele dá um passo à frente, ainda havia uma distância segura dele, mas seus olhos cravados em mim parecem que me desnudam inteira, dou um passo atrás.

— O que eu quis não, o que eu ainda quero! Melhor dizendo, o que nós dois queremos. Você entenderá em breve, eu disse a você que eu voltaria e cumpri a minha palavra, sentiu saudades, Tônia?

É isso mesmo que eu estou entendendo, ele está flertando comigo?

Depois de me fazer de idiota?.

— Não posso sentir saudade de alguém que eu não conheço.

— Estou aqui para sanar esse pequeno problema.

Isso que eu estou vendo em seu rosto é o semblante de um sorriso?

Então ele quer fazer o tipo irônico?!

Eu posso lidar com isso, ele que espere pra ver, esse sorrisinho desaparecerá de sua cara, rapidinho.

Os olhos dela hoje estão mais vivos do que nunca, lindos, cor de mel.

Três meses esperando o momento certo de falar a verdade pra ela, cara a cara e eu fico assim tão desconcertado.

Meu pai acha que Tônia não passa de uma caça dotes, por que eu sinto que isso não é verdade? Eu preciso de respostas e vou tirar as minhas próprias conclusões.

Ainda não estou acostumado com essa mania da mulher brasileira de olhar dentro dos olhos, com o queixo levantado, o modo livre e despreocupado que elas expõem o corpo.

E que corpo! Tônia enche uma cama, cheia de curvas nos lugares certos, Allah não lhe poupou beleza, Aziz teve todos os motivos de se ajoelhar aos pés dessa mulher, mas comigo isso não vai acontecer, eu farei o que me propus e vou embora do Brasil.

Eu só posso estar louca, encarar ele desse jeito tão mal vestida.

 Não consigo decifrar o que ele estava pensando, ele está parado sem dizer nada, afinal, por que ele não diz nada? Se for para continuar brincando de “quem não pisca”, não deveria ter-se dado o trabalho de despencar até aqui pra me procurar.

Passam-se os segundos e ele ainda me olha como se eu fosse uma aberração ou um animal exótico de zoológico.

Depois de muito analisar a bela mulher que me encara, eu constato os seguintes fatos que se revelam a mim: Eu tenho que dar o braço a torcer, mesmo vestindo esses trapinhos, ela é sexy pra diabos, simples assim.

Outro ponto a ressaltar é que esta sala está ficando insuportavelmente quente, e o motivo não tem nada a ver com a temperatura ambiente.

E por fim, onde Aziz estava com a cabeça em casar com uma mulher tão ousada?

Eu odeio admitir, de perto é difícil demais resistir ao desejo que eu sinto por ela. Desde a primeira vez que a vi, ela mexeu comigo.

 Tão frágil e tão linda. E depois daquele beijo, eu não tive mais sossego.

Dormindo ou acordado essa mulher infernal não sai dos meus pensamentos, noites e noites fantasiando com essa boca carnuda: Ela sorrindo pra mim, me beijando daquele jeito que me deixou louco, de joelhos à minha frente, os olhinhos de gato do mato me encarando, e essa boca macia ao redor do meu...

Eu sou mesmo um filho da puta sortudo, ela é gostosa pra cacete!

A pele quente e macia, da cor de cacau, será que o gosto é também viciante?

Definitivamente, eu amo chocolate!

Desço os olhos e vejo que isso tá ficando cada vez melhor, a sua pele é de um tom de marrom reluzente, cremoso.

Um pequeno pedaçinho do céu, em carne e osso, nada submissa ou quebrável.

 Singular, rara, com um quê entre selvagem e doce.

Como eu queria percorrer essa pele gostosa e pegar o meu caminho com a língua por todo o seu corpo, até ela implorar para ser fodida de todas as formas possíveis.

Ela nem imagina como está bonita agora, com essa cascata longa de cabelos encaracolados, caindo no decote da camisola.

Ah! Ela vai ficar ainda mais linda na penumbra do meu quarto, deitada, toda nua, com as coxas abertas na minha cama, me chamando, e eu sei que vou correndo.

Estou à beira de uma ereção e mal falei com ela.

Quebro o silêncio sendo rápida em demonstrar todo o meu descontento em ver esse pedaço de mau caminho no meio da minha sala.

— Vai ficar aí na porta me observando ou vai fazer o favor de se sentar?

— O que faz você pensar que eu estou lhe observando?

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