ANTÔNIA
Guardo duas borrachinhas amarelas no punho, termino de retocar o batom que borrou um pouco por causa do biscoito e espero ele ajeitar a galabia e o aigal pela terceira vez.
Ele segue tagarelando desde que entrou no carro, nem bem começa um assunto, já muda para outro. Eu pego na sua mão suada e ele dá um longo suspiro.
— Será que eu consigo dar conta disso tudo?
Continuo a afagar e apertar um ponto de sua mão que o relaxa, enquanto desempenho o meu papel de esposa e mãe de seus filhos: tranquiliza-lo e ser o seu esteio.
— Com certeza, você se preparou a vida inteira para isso, mesmo quando teimava em dizer ao seu pai que não o sucederia.
Ele vira-se para me encarar e eu lembro-me das borrachinhas elásticas.
— Tem algo que eu quero te dar. — Esperava que ele me entendesse e não me achasse ridícula.
— O quê habibi? — Hafiq sorri como um menino curioso, abaixando a cabeça.
Ele abre a mão e eu coloco no punho de