Hilary Moretti.
Segunda-Feira.
Meu coração quase parou quando a Pietra estacionou o carro.
— Irei te esperar aqui. — A Pietra disse, estacionando o carro.
— Está louca? Posso acabar demorando, você pode ir embora, e quando a entrevista terminar, te mando uma mensagem. — Ela suspirou.
— Tudo bem, irei fazer o que você mandou. Porque eu te conheço, é capaz de você nem se concentrar na entrevista porque está preocupada comigo. — Sorri por ela me entender tão bem. — Agora vá.
— Certo, me deseje sorte. — Ela sorriu.
— Estou torcendo por você, amiga.
Desci do carro e me aproximei do enorme portão. Ao apertar o interfone, uma voz feminina respondeu.
— Quem é?
— Bom dia, meu nome é Hilary Moretti e estou aqui para a entrevista de emprego.
— Ah, sim. Entre. — O portão se abriu.
Adentrei na imponente mansão, observando cada detalhe do jardim enquanto me dirigia até a porta principal. Fui recebida por uma mulher idosa muito elegante.
Ela era branca, loira, com olhos azuis claros, e emanava uma aura de refinamento.
— Olá, entre. — Ela sorriu gentilmente.
— Obrigada, com licença. — Entrei na casa, impressionada com o ambiente luxuoso.
A mansão era vasta, com dois sofás na sala e uma mesa de vidro ao centro. As paredes em tons de cinza claro davam um ar sofisticado ao ambiente, enquanto a decoração combinava perfeitamente.
— Bom, eu mesma conduzirei esta entrevista, por favor, sente-se. — Ela apontou para o sofá.
— Obrigada. — Respirei fundo e me acomodei, enquanto ela tomava lugar no sofá em frente ao meu.
— Dei uma boa olhada em seu currículo e achei você muito qualificada. As cartas de recomendação são um ponto muito positivo. — Sorri nervosamente.
— Muito obrigada.
— Agora me diga, por que você quer trabalhar com crianças? — Era uma pergunta que eu já respondi muitas vezes, mas ainda assim me causava um certo desconforto.
— Eu amo crianças, e escolhi essa profissão porque sou estéril. — Sua reação demonstrou surpresa. — Como não posso ter filhos, decidi preencher esse vazio no meu coração cuidando delas.
Ela assentiu, fazendo anotações em seu caderno.
— Como você reagiria se uma criança fizesse birra? — Era uma questão nova, que nunca me fizeram antes.
— Tentaria acalmá-la da melhor forma possível, e depois conversaria para entender o motivo da birra. — Ela concordou.
— E se a criança se machucasse, o que você faria?
— Prestaria os primeiros socorros imediatamente, e se fosse necessário, a levaria ao hospital.
— Mesmo sem a presença dos pais?
— Sim, a saúde da criança é prioritária. — Respondi sem hesitar.
— O que você faria se a criança se recusasse a dormir?
— Tentaria ler uma história, oferecer um pouco de leite, e se não resolvesse, poderíamos brincar mais um pouco até que ela se sentisse sonolenta.
— Entendi. Que tipo de atividades você gosta de fazer com as crianças?
— Gosto de desenhar, brincar de pega-pega, levá-las para parques e inventar novas brincadeiras.
— Ótimo, porque minha neta adora brincar. — Meus olhos se arregalaram em surpresa.
Puxa vida! Estava sendo entrevistada pela Sra. Russo! Meu Deus!
— Pela sua reação, parece que você não sabia quem eu era, não é? — Tentei disfarçar rapidamente minha surpresa, mas falhei.
— S-Sim, senhora. — Ela riu suavemente.
— Você deve ser a única que não nos conhece. — Isso poderia ser verdade.
— É que eu não assisto jornais ou leio sites de fofocas sobre vocês. Sempre foquei apenas no trabalho.
— Gostei de você, quero que minha neta tenha alguém completamente dedicado ao trabalho. Me diga, quais foram os motivos que a levaram a sair do seu emprego anterior? — Mordi os lábios nervosa.
— Fui demitida porque as crianças começaram a me chamar de mamãe. — Ela soltou uma gargalhada.
— Isso mostra o quanto você cuidou bem das crianças. Nenhuma criança chamaria outra pessoa de mãe se não se sentisse confortável e segura. — Sorriu.
— Fico feliz que elas se sentiram seguras. — Respondi, aliviada.
— Quais dias você está disponível? — Prosseguiu com a entrevista.
— Todos os dias, mas prefiro ter o domingo para mim, por causa da minha família. — Ela concordou.
— Bom, se você for contratada, apenas cuidará das coisas relacionadas à minha neta. Fará as refeições dela, dará banho e terá que buscá-la na escola, já que meus filhos saem para o trabalho e a levam. Você apenas terá que buscá-la. Também terá que ajudá-la com o dever de casa, já que o Dominic e o Máximus sempre estão ocupados com o trabalho.
Máximus deve ser o nome do outro filho.
— Entendi.
— Agora, a última pergunta. Quanto você cobrou em seus antigos trabalhos?
— Eu cobrava quatrocentos euros. — Ela me olhou surpresa.
— Tão pouco. — Isso era pouco? — Bom, se você for contratada, o seu salário será de trinta mil euros. — Fiquei chocada ao ouvir isso.
— T-Tudo isso? — Perguntei sem acreditar.
— Eu ainda acho muito pouco. — Deu de ombros.
Meu Deus!
— Enfim, você nem precisará lavar nenhuma roupa, pois sempre no final de semana algumas empregadas vêm para fazer uma faxina geral na casa, então não se preocupe. Apenas o seu foco será a Annalisa.
— Me desculpe por perguntar, mas quantos anos ela tem?
— Ela tem apenas três anos. Não é alérgica a nada, graças a Deus. Todo final de semana ela passa comigo e com o seu avô, caso algum dia você trabalhe no sábado. — Concordei.
Ela está falando como se eu já estivesse contratada! Espero que seja verdade.
— E caso você seja contratada, terá que morar aqui. — Concordo. — Será algum problema?
— Nenhum, senhora. Nos meus antigos trabalhos, eu morava na casa deles.
— Muito bem. A entrevista acaba aqui. Caso você seja contratada, receberá um e-mail ou uma ligação minha. — Ela se levantou do sofá, e eu rapidamente me levantei também. — Foi um prazer te conhecer, Hilary. — Estendeu a mão.
— O prazer foi meu, senhora. — Apertei sua mão gentilmente. — Estarei aguardando.
Ela me acompanhou até a porta, e ao sair da mansão, mandei uma mensagem para Pietra.
Estou tão animada! Confesso que fiquei muito nervosa ao saber que ela é a mãe deles. Mas me senti muito melhor sendo entrevistada por uma mulher, o nervosismo sumiu. Estou melhor agora. Agora é só esperar o e-mail ou a ligação.
Espero que eu seja aceita, preciso desse trabalho.
Hilary Moretti.21:00 — Residência dos Moretti. — Itália.Segunda-Feira.Faz um bom tempo que cheguei em casa, como não tinha mais nada para fazer, decidi ajudar minha mãe com o almoço. Já que agora é apenas esperar, tenho confiança de que serei chamada para esse trabalho. Desde que cheguei em casa não parei quieta, tenho auxiliado minha mãe no almoço, depois fiz uma limpeza na casa, meus pais não gostaram disso. Mas estou ansiosa, e arrumar a casa é a única forma de me distrair, passei a tarde toda procurando ocupações.Lavei roupas, limpei a casa, organizei os quartos, até cuidei do jardim. À noite, fui eu quem preparou o jantar, minha mãe quase me repreendeu por não ficar quieta, mandou tomar um banho e assistir algo, até sugeriu que eu saísse com meus amigos para relaxar minha mente, eu ia recusar, mas a Pietra insistiu. Então acabei aceitando, pode ser benéfico mesmo, preciso relaxar minha mente.— Já está pronta, amiga? O Matteo já está nos esperando lá embaixo. — Pietra pergunt
Hilary Moretti.Terça-Feira.— Para onde aqueles filhos da mãe foram? Não acredito que me largaram aqui. Eu vou matá-los quando eu os encontrar.Quando me virei, acabei esbarrando em alguém alto, e ao olhar para cima para pedir desculpas, me deparei com um homem incrivelmente atraente.Ele era um homem branco, com cabelos loiros e olhos azuis hipnotizantes. Seu corpo era musculoso e seu rosto tinha traços angulares que o tornavam ainda mais sedutor. Uma barba perfeitamente aparada acrescentava um toque de masculinidade à sua aparência.— Por que parou de dançar? Estava tão sexy lá atrás. — Ele disse, sua voz rouca enviando arrepios pela minha espinha enquanto seu braço se firmava ao meu redor, como se não quisesse me deixar escapar.— Eu... Eu... — Gaguejei, incapaz de formular uma resposta coerente enquanto seu sorriso travesso aumentava.— Porra, até a sua voz é sexy. — Ele murmurou, pressionando seu corpo contra o meu, fazendo-me sentir a tensão de sua masculinidade contra minha ba
Hilary Moretti.Terça-feira.Com um misto de nervosismo e coragem, me deitei na cama, minhas mãos cobrindo meus seios, envergonhada. Mas os dois se aproximaram, seus olhares famintos sobre mim.Estou incrivelmente nervosa. Esta será minha primeira vez sendo tocada por um homem em cinco anos. Ou melhor, dois homens.Eles subiram na cama, deixando-me ainda mais inquieta.— Apenas aproveite, minha linda. — O moreno beijou meu queixo. — Preciso me desculpar adiantado. Quando estamos excitados, perdemos o controle. Então, quero ter certeza de que você realmente quer isso.Engoli em seco.— Sim... Eu quero. — Nunca mais os verei. Então, irei aproveitar.Fui pega de surpresa quando ele me beijou, soltando um pequeno gemido ao sentir sua mão em meus seios. Logo depois, o short foi rapidamente retirado.— Que visão deliciosa. — A voz do loiro me despertou. — Obrigado pelo banquete, tesouro.Quando ele ia remover minha calcinha, rapidamente cobri minha intimidade.— Eu... Eu... Eu não me depile
Hilary Moretti.Terça-Feira.À medida que atravessávamos a porta de casa, meus pés pareciam flutuar no chão. Uma sensação de êxtase e gratidão preenchia cada fibra do meu ser. Ver meus pais acordados tão tarde era incomum, mas, naquele momento, tudo parecia perfeito.— Mãe? Pai? Por que vocês estão acordados a essa hora? — Minha voz carregava um misto de surpresa e curiosidade enquanto me aproximava deles, meus amigos fechando a porta atrás de mim.— Nós estávamos com fome, então resolvemos comer. — Minha mãe respondeu, com um sorriso cúmplice. — Depois disso, perdemos o sono.— Por que voltaram tão cedo? Deveriam aproveitar mais, filha. — Meu pai falou, com um brilho de orgulho nos olhos.— Porque essa linda senhorita acabou de receber um e-mail avisando que foi aceita como babá. — As palavras saíram com um quê de triunfo, e o olhar de meus pais se iluminou.— Oh, Deus. Que coisa maravilhosa, filha. Eu não disse que tinha fé. Estou tão feliz por você, minha princesa. Se tornou uma mu
Hilary Moretti.Terça-Feira.Saímos do meu quarto e começamos a descer os degraus, cada passo ressoando com uma mistura de emoções em meu peito.— Minha linda princesa, estou tão feliz por você ter conseguido o seu trabalho. — Meu pai disse, sua voz transbordando orgulho e afeto.A gratidão inundou meu coração ao ouvir suas palavras, sabendo que eles compartilhavam da minha alegria me trouxe uma sensação de calor reconfortante.— Obrigada, pai.Minha mãe me envolveu em um abraço apertado, seguida pelo meu pai, que se juntou ao abraço com ternura. Os beijos suaves em minhas bochechas e testa foram como pequenos gestos de amor que me alimentaram por dentro.— Se cuide.— Pode deixar.Com um sorriso nos lábios, despedi-me deles e seguimos em direção ao carro. Enquanto Matteo assumia o banco da frente, eu me acomodei no banco de trás, pronta para a jornada que se desenrolaria diante de nós.— Eu até esqueci de perguntar, mas como estão as crianças? Vocês nem foram para casa, elas devem es
Dominic Russo.Terça-Feira.Já faz meia hora que estou acordado, mas ainda nem levantei da cama, não consigo parar de pensar naquela mulher. Porra, porque ela teve que fugir daquele jeito? Depois que saímos da empresa, eu e o meu irmão fomos ao bar que frequentamos, bebemos um pouco e transamos bastante com algumas garotas do local. Mas depois resolvemos ir para uma boate, pensávamos que não teria nada de interessante. Nós erramos feios. Assim que avistamos aquela linda deusa dançando, não conseguia ficar apenas olhando, tínhamos que ter aquele corpo na nossa cama urgentemente.Nunca sentimos algo assim por uma mulher, sempre transamos e depois ignoramos. Mas ela, nós não queríamos transar. Desejávamos apenas explorar aquele delicioso corpo, vê-la se entregando para nós foi magnífico. Ter o meu pau na sua linda boquinha, foi algo muito bom. Ainda sinto o gosto do seu corpo na minha boca, o gosto da sua buceta. Ficamos muito bravos por ter fugido de nós. Estou até cogitando a ideia de
Hilary Moretti.Terça-Feira.Quando eu levei a Annalisa para a cozinha, resolvi fazer uma papinha para ela. Notei que ela gostava muito de conversar, mas às vezes parava, como se tivesse medo de estar incomodando. Mas quando viu que eu não estava incomodada, voltou a falar sem parar, falava da escola, dos animais, das comidas, até do seu pai. De como ele é um pai legal, que enche ela de brinquedos, que o seu tio Máximus brincava de cavalinho com ela. — Apenas fiquei ouvindo ela falar, depois que parava, eu perguntava várias coisas a ela, não queria que ela pensasse que eu não estava interessada nos seus assuntos.Depois que ela terminou de comer a sua papinha, dei um copo de suco para ela, demorou muito para terminar de beber, porque continuava falando. Nem me importei com isso, porque sei que crianças dessa idade costumam falar muito, isso é muito importante para eles. Crianças sabem quando estão sendo ouvidas ou não. Fiz algumas piadas com ela a fazendo gargalhar, já estou apaixonad
Máximus Russo.Terça-Feira.Ainda estou tentando processar o quão surreal foi descobrir que a mulher incrível com quem passei a madrugada é, na verdade, a babá da minha sobrinha. Parece que o destino decidiu brincar conosco, nos empurrando um para o caminho do outro sem que soubéssemos. E o mais louco? Ela achava que nunca mais nos veríamos. Mal sabia ela que acabaria caindo de cabeça no meio dos lobos.Sempre fui do tipo que prefere mulheres da minha idade ou mais novas, assim como meu irmão. Nunca sentimos atração por mulheres mais velhas, não importa o quão bonitas ou bem cuidadas elas fossem. Mas essa mulher... ela é simplesmente divina. Desde o momento em que pus os olhos nela naquela boate, senti como se o mundo ao meu redor desaparecesse, consumido pelo desejo avassalador que ela despertou em mim.Mesmo já tendo passado um tempo juntos no bar antes da boate, o fogo que queimou dentro de mim ao vê-la dançar foi algo que nunca experimentei com mais ninguém. É como se ela tivesse